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30/03/2006
-
21h12
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, disse hoje que usou recursos da empresa da mulher, para juntar dinheiro e pagar a dívida de R$ 29,4 mil do presidente Lula com o PT. Em 22 de novembro de 2005, ao depor na CPI dos Bingos, Okamotto citou por duas vezes a mulher, mas sem se referir à retirada de recursos da empresa de Dalva Okamotto.
"Em dezembro de 2003, entreguei à tesouraria do partido R$12 mil. Para fazer isso, eu pedi à minha mulher que fosse ao banco. Ela foi ao Banco Bradesco, em São Bernardo do Campo, e sacou dinheiro para cumprir os compromissos que eu tinha assumido junto ao Partido dos Trabalhadores", declarou Okamotto à CPI.
Na segunda vez, ao ser questionado, disse: "Eu posso provar que saquei o dinheiro do Banco do Brasil. Eu posso provar que minha mulher sacou dinheiro do Bradesco, em espécie, para pagar as despesas que assumi junto ao Partido dos Trabalhadores, junto ao tesoureiro".
Okamotto participou hoje de um seminário do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Belo Horizonte, e voltou a falar sobre o assunto.
"A verdade é que eu paguei --e não é empréstimo--, no caso da despesa que o partido lançou equivocadamente na contabilidade do partido. Eu, como sou procurador [do Lula], paguei com recursos próprios. Saquei dinheiro das minhas contas pessoais e pedi para minha mulher sacar dinheiro em São Bernardo. E todos já sabem, inclusive, que usei recursos da minha empresa, da empresa da minha mulher, para pagar esses empréstimos. Essa é a verdade."
Já no final da entrevista, ao ser solicitado a esclarecer se também usou o mesmo procedimento na suposta dívida da filha do presidente, ele se calou. "Vou tomar um café", disse.
Segundo a revista "Veja", Okamotto também pagou uma dívida de campanha de R$ 26 mil da filha de Lula, Lurian, quando ela se candidatou a vereadora pelo PT em São Bernardo do Campo, em 1996. Ela não foi eleita.
Questionado se achava que o seu caso é usado para atingir Lula, ele respondeu que "a população sabe separar bem quem errou e quem está sendo perseguido". E se está sendo perseguido, afirmou: "Eu acho que estou sendo perseguido. Porque o meu nome é usado para luta política".
Mas não é apenas por isso que a CPI quer ouvir Okamotto novamente. A comissão de deputados e senadores quer que ele participe de uma acareação, na próxima terça, com Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de Finanças de São José dos Campos (SP).
Venceslau, em 1995, acusou integrantes do PT de intermediar negócios entre prefeituras petistas e a Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios) para financiar o caixa dois do partido, que seria operado por Okamotto.
O presidente do Sebrae disse que vai usar de todos os direitos constitucionais para se defender do que chama de "perseguição" que a oposição ao governo lhe faz.
Na última segunda, ele conseguiu liminar no STF que o desobrigou de ir à CPI. Ele não quis revelar se vai comparecer na próxima terça nem sequer a estratégia que seus advogados vão adotar. No STF, Okamotto também já conseguiu evitar a quebra do seu sigilo bancário.
"Estou convocado para fazer uma acareação com o Paulo de Tarso Venceslau. Sobre isso, precisamos garantir a ampla defesa, garantir os amplos direitos que a Constituição me reserva. A gente tem que entender como é o processo. Nós não queremos fazer uma CPI que não esclareça, não mostre à população o que está acontecendo."
Okamotto disse que não é por causa da dívida do presidente a acareação na CPI. "A matéria da acareação são as ilações que o Paulo de Tarso faz da minha pessoa e que nós vamos esclarecer, uma por uma, se ele fizer alguma ilação ou alguma acusação."
As formas, disse ele, serão discutidas com seus advogados. "São eles que vão ver o que vão fazer. "Eu não posso aqui definir a estratégia porque não conversei com os meus advogados. Eu nem fui ainda notificado."
Colaborou MARTA SALOMON, da Sucursal de Brasília
Especial
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Okamotto dá a 3ª explicação sobre quitação de dívida
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, disse hoje que usou recursos da empresa da mulher, para juntar dinheiro e pagar a dívida de R$ 29,4 mil do presidente Lula com o PT. Em 22 de novembro de 2005, ao depor na CPI dos Bingos, Okamotto citou por duas vezes a mulher, mas sem se referir à retirada de recursos da empresa de Dalva Okamotto.
"Em dezembro de 2003, entreguei à tesouraria do partido R$12 mil. Para fazer isso, eu pedi à minha mulher que fosse ao banco. Ela foi ao Banco Bradesco, em São Bernardo do Campo, e sacou dinheiro para cumprir os compromissos que eu tinha assumido junto ao Partido dos Trabalhadores", declarou Okamotto à CPI.
Na segunda vez, ao ser questionado, disse: "Eu posso provar que saquei o dinheiro do Banco do Brasil. Eu posso provar que minha mulher sacou dinheiro do Bradesco, em espécie, para pagar as despesas que assumi junto ao Partido dos Trabalhadores, junto ao tesoureiro".
Okamotto participou hoje de um seminário do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Belo Horizonte, e voltou a falar sobre o assunto.
"A verdade é que eu paguei --e não é empréstimo--, no caso da despesa que o partido lançou equivocadamente na contabilidade do partido. Eu, como sou procurador [do Lula], paguei com recursos próprios. Saquei dinheiro das minhas contas pessoais e pedi para minha mulher sacar dinheiro em São Bernardo. E todos já sabem, inclusive, que usei recursos da minha empresa, da empresa da minha mulher, para pagar esses empréstimos. Essa é a verdade."
Já no final da entrevista, ao ser solicitado a esclarecer se também usou o mesmo procedimento na suposta dívida da filha do presidente, ele se calou. "Vou tomar um café", disse.
Segundo a revista "Veja", Okamotto também pagou uma dívida de campanha de R$ 26 mil da filha de Lula, Lurian, quando ela se candidatou a vereadora pelo PT em São Bernardo do Campo, em 1996. Ela não foi eleita.
Questionado se achava que o seu caso é usado para atingir Lula, ele respondeu que "a população sabe separar bem quem errou e quem está sendo perseguido". E se está sendo perseguido, afirmou: "Eu acho que estou sendo perseguido. Porque o meu nome é usado para luta política".
Mas não é apenas por isso que a CPI quer ouvir Okamotto novamente. A comissão de deputados e senadores quer que ele participe de uma acareação, na próxima terça, com Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de Finanças de São José dos Campos (SP).
Venceslau, em 1995, acusou integrantes do PT de intermediar negócios entre prefeituras petistas e a Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios) para financiar o caixa dois do partido, que seria operado por Okamotto.
O presidente do Sebrae disse que vai usar de todos os direitos constitucionais para se defender do que chama de "perseguição" que a oposição ao governo lhe faz.
Na última segunda, ele conseguiu liminar no STF que o desobrigou de ir à CPI. Ele não quis revelar se vai comparecer na próxima terça nem sequer a estratégia que seus advogados vão adotar. No STF, Okamotto também já conseguiu evitar a quebra do seu sigilo bancário.
"Estou convocado para fazer uma acareação com o Paulo de Tarso Venceslau. Sobre isso, precisamos garantir a ampla defesa, garantir os amplos direitos que a Constituição me reserva. A gente tem que entender como é o processo. Nós não queremos fazer uma CPI que não esclareça, não mostre à população o que está acontecendo."
Okamotto disse que não é por causa da dívida do presidente a acareação na CPI. "A matéria da acareação são as ilações que o Paulo de Tarso faz da minha pessoa e que nós vamos esclarecer, uma por uma, se ele fizer alguma ilação ou alguma acusação."
As formas, disse ele, serão discutidas com seus advogados. "São eles que vão ver o que vão fazer. "Eu não posso aqui definir a estratégia porque não conversei com os meus advogados. Eu nem fui ainda notificado."
Colaborou MARTA SALOMON, da Sucursal de Brasília
Especial
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