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31/03/2006 - 09h10

PT diz que apresentará relatório paralelo

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FERNANDA KRAKOVICS
da Folha S.Paulo, em Brasília

Moderados da base aliada e da oposição querem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convença parlamentares do PT a negociar mudanças pontuais no relatório final da CPI dos Correios, em vez de apresentar um documento paralelo. O temor é que o radicalismo inviabilize a conclusão dos trabalhos.

O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), tentaria ontem agendar audiências com Lula e com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça). A votação do relatório está marcada para a próxima terça-feira.

O líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), anunciou na manhã de ontem que o partido apresentará um relatório alternativo. Os petistas receberam o apoio da base aliada.

"Não há amparo legal para caracterizar que a fonte do caixa dois tenha sido dinheiro público. As empresas de Marcos Valério recebiam dinheiro de várias origens", afirmou o líder do PL, deputado Luciano Castro (RR).

A argumentação feita a Lula é que o desgaste do governo será maior derrubando o relatório de Osmar Serraglio (PMDB-PR) do que mantendo o texto, com algumas alterações. A principal alegação para persuadir o presidente é que ele foi poupado no relatório.

Assim que Serraglio acabou de ler o relatório final, na noite de anteontem, integrantes da oposição e do PT na CPI se reuniram para discutir alterações no texto. Participaram da conversa os deputados Eduardo Paes (PSDB-RJ), Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), Maurício Rands (PT-PE) e José Eduardo Cardozo (PT-SP). Delcídio esteve presente.

Temendo a aprovação de um relatório paralelo ou simplesmente a inexistência de um documento conclusivo, a oposição está disposta a negociar. Apesar de PSDB e PFL lucrarem politicamente caso os governistas ajam dessa forma, representantes desses partidos na CPI consideram que também sairão respingados.

"Dediquei dez meses à CPI, cinco à sub-relatoria de fundos de pensão. Não quero que isso seja jogado fora", disse ACM Neto.

Moderados do PSDB e do PFL aceitam substituir pedidos de indiciamento como os dos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) por pedidos de investigação ao Ministério Público. Eles também não vão insistir na inclusão do nome de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente.

Não há acordo, no entanto, para reduzir o "mensalão" a caixa dois, e não compra de apoio parlamentar, como está no relatório. Tucanos e pefelistas também não aceitam suprimir do texto a afirmação de que dinheiro público, no caso da Visanet, foi desviado.

O presidente da CPI afirmou que, no procedimento de votação, os parlamentares poderão fazer votos em separado, por meio dos quais podem ser feitas alterações pontuais ou globais. No segundo caso, que equivale a um relatório paralelo, é preciso derrubar primeiro o documento de Serraglio.

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