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02/04/2006 - 09h39

Okamotto vai voltar à CPI, mas não para falar de Lula

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MARTA SALOMON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, terá de voltar à CPI dos Bingos depois de amanhã, mas poderá deixar sem respostas as perguntas que não tratem de denúncias de corrupção em prefeituras petistas no início dos anos 90.

É o que lhe garante decisão do ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal, em mais um ato da batalha jurídica que Okamotto trava desde que virou alvo de investigações no Congresso. Okamotto tentou evitar a volta ao Congresso menos de cinco meses depois de seu primeiro depoimento. Na ocasião, não convenceu os membros da CPI dos Bingos que pagou uma dívida de R$ 29,4 mil do presidente Lula com o PT, no início de 2003. A CPI investiga a suspeita de que o pagamento tenha sido feito com dinheiro do caixa dois do partido.

A vitória do amigo de Lula foi parcial no STF. Ele terá de participar de acareação com o ex-militante petista Paulo de Tarso Vesceslau, que acusa Okamotto de comandar um esquema de corrupção em prefeituras comandadas pelo PT. Mas poderá calar-se se questionado sobre o pagamento da dívida de Lula ou outras despesas da família do presidente.

De acordo com a decisão do ministro do STF, as perguntas deverão se limitar a pontos de divergência entre declarações anteriores dos acareados "sobre fatos ou circunstâncias relevantes, considerado o objeto do inquérito parlamentar". Na avaliação do advogado de Okamotto, Marcos Augusto Perez, a decisão "constitui mais um passo importante no sentido de coibir os desvios da CPI dos Bingos". Antes, o STF já havia impedido um segundo depoimento do amigo de Lula, assim como a quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.

Em agosto de 2005 (e já diante de suspeitas de uso de recursos do caixa dois para pagamento de despesas do presidente Lula), Okamotto assumiu a responsabilidade pela quitação de uma dívida com o PT registrada na prestação de contas ao TSE em 2003.

Desde então, se recusa a identificar datas e valores dos saques que supostamente ele e a mulher teriam feito em agências de Brasília, São Paulo e São Bernardo do Campo para honrar a dívida do presidente. Os depósitos teriam sido feitos em dinheiro vivo para que Lula constasse como autor dos pagamentos. Anteontem, a Folha questionou a assessoria do presidente do Sebrae sobre datas e valores dos saques, mas não teve resposta.

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