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04/04/2006
-
12h33
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Parlamentares de oposição e governistas não chegaram a um consenso sobre a votação do relatório da CPI dos Correios. O PT quer aprovar o chamado relatório paralelo --voto em separado. Mas a oposição insiste em votar o texto elaborado pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). A persistência desse impasse pode fazer com que a CPI termine sem votar nenhum relatório.
A primeira tentativa de votação deveria ocorrer hoje. Mas tanto a oposição como os governistas descartam a possibilidade de votar qualquer relatório hoje. Em tese, a CPI tem até segunda-feira --data de seu término-- para votar o seu relatório.
O deputado ACM Neto (PFL-BA), entretanto, já cogita a possibilidade da CPI terminar sem aprovar nenhum relatório, já que o PT tem votos necessários para derrubar o texto de Serraglio.
O problema, segundo ACM Neto, é que o PT não tem votos suficientes para aprovar o voto em separado. "O PT não tem voto para aprovar todas as alterações [que propõe]".
O deputado petista Maurício Rands (PE) admitiu que o PT ainda tenta negociar com outros partidos a aprovação do relatório paralelo. "Temos questões pendentes no PMDB, o que traz alguma incerteza [sobre a votação]. É provável que o governo tenha maioria."
O sub-relator de contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), já havia manifestado o temor sobre a não votação de nenhum relatório. "Não ter relatório é a verdadeira pizza."
Oposição
Enquanto o PT tenta votar seu relatório paralelo, PFL e PSDB informaram que vão votar o texto de Serraglio. Pelo acordo fechado, o texto de Serraglio seria aprovado com o voto em separado apresentado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que pede a responsabilização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do "mensalão". O relatório apresentado por Serraglio na semana passada poupava Lula da responsabilidade pelo esquema.
Também ficou definido que a emenda apresentada por ACM Neto (PFL-BA), que pede o indiciamento de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, não será votada.
Serraglio disse ontem que se o PT quisesse insistir na retirada da tese da existência do "mensalão", a situação poderia ficar complicada para Lula. Nesse caso, o documento indicaria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu crime de responsabilidade.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Impasse entre PT e oposição pode fazer CPI terminar sem relatório
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da Folha Online, em Brasília
Parlamentares de oposição e governistas não chegaram a um consenso sobre a votação do relatório da CPI dos Correios. O PT quer aprovar o chamado relatório paralelo --voto em separado. Mas a oposição insiste em votar o texto elaborado pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). A persistência desse impasse pode fazer com que a CPI termine sem votar nenhum relatório.
A primeira tentativa de votação deveria ocorrer hoje. Mas tanto a oposição como os governistas descartam a possibilidade de votar qualquer relatório hoje. Em tese, a CPI tem até segunda-feira --data de seu término-- para votar o seu relatório.
O deputado ACM Neto (PFL-BA), entretanto, já cogita a possibilidade da CPI terminar sem aprovar nenhum relatório, já que o PT tem votos necessários para derrubar o texto de Serraglio.
O problema, segundo ACM Neto, é que o PT não tem votos suficientes para aprovar o voto em separado. "O PT não tem voto para aprovar todas as alterações [que propõe]".
O deputado petista Maurício Rands (PE) admitiu que o PT ainda tenta negociar com outros partidos a aprovação do relatório paralelo. "Temos questões pendentes no PMDB, o que traz alguma incerteza [sobre a votação]. É provável que o governo tenha maioria."
O sub-relator de contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), já havia manifestado o temor sobre a não votação de nenhum relatório. "Não ter relatório é a verdadeira pizza."
Oposição
Enquanto o PT tenta votar seu relatório paralelo, PFL e PSDB informaram que vão votar o texto de Serraglio. Pelo acordo fechado, o texto de Serraglio seria aprovado com o voto em separado apresentado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que pede a responsabilização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do "mensalão". O relatório apresentado por Serraglio na semana passada poupava Lula da responsabilidade pelo esquema.
Também ficou definido que a emenda apresentada por ACM Neto (PFL-BA), que pede o indiciamento de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, não será votada.
Serraglio disse ontem que se o PT quisesse insistir na retirada da tese da existência do "mensalão", a situação poderia ficar complicada para Lula. Nesse caso, o documento indicaria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu crime de responsabilidade.
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