Publicidade
Publicidade
04/04/2006
-
22h22
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
A Polícia Federal tomou, secretamente, hoje à tarde, o depoimento de Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda, no inquérito que apura a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Após o depoimento, Palocci foi indiciado pela Polícia Federal por quebra de sigilo.
Segundo José Roberto Batocchio, um dos advogados do ex-ministro, o depoimento durou três horas e foi tomado na casa de Palocci, no Lago Sul, em Brasília, porque o ministro está doente. O depoimento estava previsto para acontecer apenas amanhã, às 10h, na sede da PF em Brasília.
No depoimento, Palocci voltou a negar que tenha pedido a quebra de sigilo do caseiro. Disse ainda que não divulgou e nem pediu para que as informações fossem repassadas à imprensa. Afirmou ainda que nenhum de seus assessores teve acesso aos dados bancários do caseiro.
"O ministro nega veementemente a quebra de sigilo e nega que em algum momento passou qualquer informação acerca do extrato do caseiro Francenildo Costa", disse Batochio.
Batocchio convocou a imprensa no final da tarde, mas não revelou o assunto. Como o advogado também representa Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa do ministro, chegou-se a cogitar que a entrevista traria uma revelação sobre a divulgação do extrato do caseiro para a imprensa.
Encontro com Mattoso
No depoimento, Palocci detalhou o encontro com o então presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso em que teria recebido o extrato bancário do caseiro.
Palocci disse à PF que Mattoso fora a sua casa para concluir uma reunião que tinha sido interrompida anteriormente por conta de sua agenda. O assunto seria a expansão da Caixa para os Estados Unidos e Japão --no depoimento de Mattoso à PF o assunto nunca chegou a ser mencionado.
Este encontro durou cinco minutos, tempo em que Mattoso tratou da expansão da Caixa e entregou o envelope com o extrato do caseiro. Na rápida conversa, Mattoso disse a Palocci ter recebido informações de que havia movimentações incompatíveis na conta de Francenildo.
O então presidente da Caixa teria perguntado a Palocci o que fazer com os dados. Batocchio disse que Palocci ordenou a Mattoso que "procedesse de acordo com as normas legais".
Palocci, então, teria deixado o envelope em seu escritório e retornado a outra reunião com o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, e com seu então assessor de imprensa, Marcelo Netto.
Nesta segunda reunião, o assunto seria a possível transferência do inquérito que investiga a gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto da Polícia Civil local para a Polícia Federal. Ainda nesta segunda reunião, os presentes não teriam tratado especificamente do caso Francenildo.
De acordo com o advogado, Palocci teria apenas perguntado a Goldberg a possibilidade de abrir um processo de investigação contra Francenildo por suspeita de que o caseiro teria sido subornado para fazer as denúncias à imprensa.
Somente depois desta segunda reunião, Palocci teria então analisado os dados do extrato bancário do caseiro.
No dia seguinte, Palocci teria telefonado para Mattoso para devolver o extrato, mas o ex-presidente da Caixa disse que já tinha falado do caso para o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Palocci então teria passado o extrato em um triturador de papel.
"O ex-ministro se sente injustiçado e execrado. Não há nenhum crime em uma instituição oficial [a Caixa] comunicar uma operação suspeita ao ministro da Fazenda", disse.
Sigilo
Palocci é suspeito de ter ordenado ao ex-presidente da Caixa Econômica a quebra do sigilo bancário do caseiro. A violação ocorreu logo depois que o caseiro desmentiu Palocci na CPI dos Bingos. Ele disse ter visto Palocci na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Ribeirão Preto (SP) para negociatas com lobistas e festas com prostitutas.
A violação mostrou o recebimento de depósitos no valor de R$ 35 mil na conta poupança de Francenildo na Caixa. Os dados da movimentação financeira --repassados para a revista "Época"-- foram usados pelos governistas para sugerir que o depoimento de Francenildo teria sido comprado pela oposição.
A PF tentou intimar Palocci a depor na semana passada, mas o ex-ministro apresentou na sexta-feira um atestado médico de quatro dias para não depor. Ontem, a PF já havia informado que já há "elementos suficientes" para indiciar o ex-ministro pela quebra do sigilo bancário de Francenildo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Palocci presta depoimento à Polícia Federal e é indiciado
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
A Polícia Federal tomou, secretamente, hoje à tarde, o depoimento de Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda, no inquérito que apura a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Após o depoimento, Palocci foi indiciado pela Polícia Federal por quebra de sigilo.
Segundo José Roberto Batocchio, um dos advogados do ex-ministro, o depoimento durou três horas e foi tomado na casa de Palocci, no Lago Sul, em Brasília, porque o ministro está doente. O depoimento estava previsto para acontecer apenas amanhã, às 10h, na sede da PF em Brasília.
No depoimento, Palocci voltou a negar que tenha pedido a quebra de sigilo do caseiro. Disse ainda que não divulgou e nem pediu para que as informações fossem repassadas à imprensa. Afirmou ainda que nenhum de seus assessores teve acesso aos dados bancários do caseiro.
"O ministro nega veementemente a quebra de sigilo e nega que em algum momento passou qualquer informação acerca do extrato do caseiro Francenildo Costa", disse Batochio.
Batocchio convocou a imprensa no final da tarde, mas não revelou o assunto. Como o advogado também representa Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa do ministro, chegou-se a cogitar que a entrevista traria uma revelação sobre a divulgação do extrato do caseiro para a imprensa.
Encontro com Mattoso
No depoimento, Palocci detalhou o encontro com o então presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso em que teria recebido o extrato bancário do caseiro.
Palocci disse à PF que Mattoso fora a sua casa para concluir uma reunião que tinha sido interrompida anteriormente por conta de sua agenda. O assunto seria a expansão da Caixa para os Estados Unidos e Japão --no depoimento de Mattoso à PF o assunto nunca chegou a ser mencionado.
Este encontro durou cinco minutos, tempo em que Mattoso tratou da expansão da Caixa e entregou o envelope com o extrato do caseiro. Na rápida conversa, Mattoso disse a Palocci ter recebido informações de que havia movimentações incompatíveis na conta de Francenildo.
O então presidente da Caixa teria perguntado a Palocci o que fazer com os dados. Batocchio disse que Palocci ordenou a Mattoso que "procedesse de acordo com as normas legais".
Palocci, então, teria deixado o envelope em seu escritório e retornado a outra reunião com o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, e com seu então assessor de imprensa, Marcelo Netto.
Nesta segunda reunião, o assunto seria a possível transferência do inquérito que investiga a gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto da Polícia Civil local para a Polícia Federal. Ainda nesta segunda reunião, os presentes não teriam tratado especificamente do caso Francenildo.
De acordo com o advogado, Palocci teria apenas perguntado a Goldberg a possibilidade de abrir um processo de investigação contra Francenildo por suspeita de que o caseiro teria sido subornado para fazer as denúncias à imprensa.
Somente depois desta segunda reunião, Palocci teria então analisado os dados do extrato bancário do caseiro.
No dia seguinte, Palocci teria telefonado para Mattoso para devolver o extrato, mas o ex-presidente da Caixa disse que já tinha falado do caso para o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Palocci então teria passado o extrato em um triturador de papel.
"O ex-ministro se sente injustiçado e execrado. Não há nenhum crime em uma instituição oficial [a Caixa] comunicar uma operação suspeita ao ministro da Fazenda", disse.
Sigilo
Palocci é suspeito de ter ordenado ao ex-presidente da Caixa Econômica a quebra do sigilo bancário do caseiro. A violação ocorreu logo depois que o caseiro desmentiu Palocci na CPI dos Bingos. Ele disse ter visto Palocci na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Ribeirão Preto (SP) para negociatas com lobistas e festas com prostitutas.
A violação mostrou o recebimento de depósitos no valor de R$ 35 mil na conta poupança de Francenildo na Caixa. Os dados da movimentação financeira --repassados para a revista "Época"-- foram usados pelos governistas para sugerir que o depoimento de Francenildo teria sido comprado pela oposição.
A PF tentou intimar Palocci a depor na semana passada, mas o ex-ministro apresentou na sexta-feira um atestado médico de quatro dias para não depor. Ontem, a PF já havia informado que já há "elementos suficientes" para indiciar o ex-ministro pela quebra do sigilo bancário de Francenildo.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice