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05/04/2006 - 09h11

Promotoria investiga telefonemas de Palocci

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ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O Ministério Público Federal pediu ontem à Justiça a quebra do sigilo de linhas de telefones, inclusive celulares, utilizados por órgãos envolvidos na violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.

Segundo a Folha apurou, a medida atinge os ministérios da Fazenda e da Justiça, a Caixa Econômica Federal e a residência oficial da Fazenda, ocupada até hoje pelo ex-ministro Antonio Palocci.

O rastreamento das ligações telefônicas atingirá os dias 16 e 17 de março, quando se deu a operação de violação do sigilo e vazamento dos dados bancários do caseiro, que é conhecido como Nildo.

O alvo dos procuradores é rastrear as ligações feitas por Palocci, por seu ex-assessor Marcelo Netto, pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e por dois subordinados ao ministro Marcio Thomaz Bastos, Daniel Goldberg (secretário de Direito Econômico) e Cláudio Alencar (chefe-de-gabinete da Justiça).

Segundo nota distribuída ontem à imprensa pelos procuradores Gustavo Pessanha e Lívia Tinoco, os pedidos protocolados ontem na Justiça Federal em Brasília pretendem elucidar de uma vez a participação de órgãos públicos e servidores no episódio.

A eventual quebra de sigilo atingirá os telefones funcionais, já que os aparelhos estão em nome dos órgãos e não das pessoas.

Como parte da investigação, os procuradores vão requerer hoje à Receita Federal que revele se houve acesso a informações do caseiro em seu banco de dados.

Assessores de Bastos

Em depoimento à PF no último domingo, Goldberg disse que, a pedido de Palocci, esteve na casa do então ministro na noite de 16 de março. Na ocasião, conforme declarou, Palocci "estava contente, entusiasmado, por ter a informação de que o caseiro tinha levado" dinheiro para dar um "depoimento falso" contra ele.

Conforme Goldberg afirma ter ouvido de Palocci, seriam R$ 40 mil que o caseiro utilizaria para dar entrada em uma "casinha". A quantia seria para Nildo prestar falso testemunho à CPI dos Bingos, o que o caseiro nega. Ele diz que recebeu R$ 25 mil de seu pai, que confirma os depósitos.

Nildo disse na CPI que Palocci frequentava uma casa em Brasília que seria utilizada para festas com garotas de programa, reuniões de lobby e divisão de dinheiro de origem suspeita.

Segundo Goldberg, um dos dois objetivos de Palocci ao chamá-lo para uma reunião em sua residência seria saber da possibilidade de a Polícia Federal investigar o caseiro. Acreditava que assim a apuração seria mais "fácil e rápida".

O segundo propósito da reunião era avaliar a possibilidade de repassar à PF a investigação de sua gestão como prefeito de Ribeirão Preto, que hoje é conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

Goldberg discutiu o assunto com o chefe-de-gabinete de Bastos no dia seguinte, 17 de março, pela manhã. Concluíram que a PF não poderia entrar no caso somente com base em boatos. E que somente uma ação judicial de reclamação traria para a PF a investigação de Ribeirão Preto.

Alencar e Goldberg disseram à PF que estiveram na casa de Palocci duas vezes no dia 17. Alencar afirmou ainda que, na noite daquela sexta-feira, fez um relato sobre os encontros ao ministro Bastos, que aterrissara na base aérea de Brasília por volta de 18h, de volta de uma viagem a Rondônia.

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