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07/04/2006
-
07h20
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
Dois garimpeiros foram mortos e outro ferido por índios cintas-largas anteontem dentro da reserva indígena Roosevelt, em Espigão do Oeste (RO), afirmou o delegado da PF (Polícia Federal) Mauro Spósito. Por coincidência, hoje faz dois anos que ocorreu o massacre de 29 garimpeiros assassinados dentro da área, rica em diamantes.
"Dessa vez [anteontem] foi briga por causa de dívida. Os garimpeiros prometem mundo e fundo para os índios. Depois não pagam e índios matam", afirmou Spósito. Garimpo em terra indígena é ilegal.
"Os índios levam os garimpeiros para dentro. Na hora do acerto de contas, ocorrem os desentendimentos", disse o delegado.
O chefe do garimpo, Panderê Cinta-Larga, 31, negou ontem que a extração de diamantes esteja ocorrendo. "As compras e o combustível [para tratores e dragas] não entram mais [na reserva]. As estradas, a Polícia [Federal] trancou todas. Então, está parado há três meses", afirmou o índio.
"Há gente lá dentro, mas é gente que entra varando [às escondidas, por trechos no meio da floresta]", afirmou Panderê, que disse não saber das mortes.
As vítimas --mortas anteontem a tiros e com uma flechada-- foram identificadas apenas pelo apelidos: Macarrão e Pernambuco. O garimpeiro ferido com tiro de arma calibre 22 ainda não foi ouvido.
A reserva dos 1.300 cintas-largas possui 2,7 milhões de hectares (18 vezes a cidade de São Paulo). Em agosto de 2003, após a PF retirar quase 5.000 garimpeiros da área, os índios assumiram a extração ilegal de diamantes.
Segundo Panderê, os garimpeiros começaram a invadir a reserva. Em 7 de abril de 2004, um grupo de índios matou 29 deles.
Após abrir uma clareira na mata e jogar uma rede puxada por helicópteros, a PF tirou 26 corpos da área. Três tinham sido resgatados na entrada da aldeia.
O delegado disse que, desta vez, o resgate dos dois mortos será feito por camionetes que vão demorar, devido às chuvas, oito horas para chegar ao local do garimpo.
A morte dos 29 garimpeiros resultou no indiciamento de 28 índios acusados de participar do massacre. Por enquanto, o processo está parado na Justiça.
O governo federal também não resolveu o problema da extração ilegal de diamantes. Os índios querem a legalização do negócio.
A PF informou que mantém diariamente 24 policiais para evitar a extração de diamantes. "A gente destrói pontes, estradas e apreende combustível, faz parte do dia-a-dia, mas entram com tambores [de combustível] pelas matas", disse Spósito.
Segundo o delegado, não há um grande volume de extração. Em 2003, cerca de R$ 40 milhões saíam por mês do garimpo, de acordo com estudo da Funai (Fundação Nacional do Índio).
"A intenção é manter o controle. No entorno da reserva [indígena] há de 5.000 a 6.000 garimpeiros. Se por acaso eles invadirem, para tirar será uma grande dor de cabeça", afirmou o delegado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre os índios cintas-largas
Garimpeiros são assassinados por índios cintas-largas
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da Agência Folha, em Campo Grande
Dois garimpeiros foram mortos e outro ferido por índios cintas-largas anteontem dentro da reserva indígena Roosevelt, em Espigão do Oeste (RO), afirmou o delegado da PF (Polícia Federal) Mauro Spósito. Por coincidência, hoje faz dois anos que ocorreu o massacre de 29 garimpeiros assassinados dentro da área, rica em diamantes.
"Dessa vez [anteontem] foi briga por causa de dívida. Os garimpeiros prometem mundo e fundo para os índios. Depois não pagam e índios matam", afirmou Spósito. Garimpo em terra indígena é ilegal.
"Os índios levam os garimpeiros para dentro. Na hora do acerto de contas, ocorrem os desentendimentos", disse o delegado.
O chefe do garimpo, Panderê Cinta-Larga, 31, negou ontem que a extração de diamantes esteja ocorrendo. "As compras e o combustível [para tratores e dragas] não entram mais [na reserva]. As estradas, a Polícia [Federal] trancou todas. Então, está parado há três meses", afirmou o índio.
"Há gente lá dentro, mas é gente que entra varando [às escondidas, por trechos no meio da floresta]", afirmou Panderê, que disse não saber das mortes.
As vítimas --mortas anteontem a tiros e com uma flechada-- foram identificadas apenas pelo apelidos: Macarrão e Pernambuco. O garimpeiro ferido com tiro de arma calibre 22 ainda não foi ouvido.
A reserva dos 1.300 cintas-largas possui 2,7 milhões de hectares (18 vezes a cidade de São Paulo). Em agosto de 2003, após a PF retirar quase 5.000 garimpeiros da área, os índios assumiram a extração ilegal de diamantes.
Segundo Panderê, os garimpeiros começaram a invadir a reserva. Em 7 de abril de 2004, um grupo de índios matou 29 deles.
Após abrir uma clareira na mata e jogar uma rede puxada por helicópteros, a PF tirou 26 corpos da área. Três tinham sido resgatados na entrada da aldeia.
O delegado disse que, desta vez, o resgate dos dois mortos será feito por camionetes que vão demorar, devido às chuvas, oito horas para chegar ao local do garimpo.
A morte dos 29 garimpeiros resultou no indiciamento de 28 índios acusados de participar do massacre. Por enquanto, o processo está parado na Justiça.
O governo federal também não resolveu o problema da extração ilegal de diamantes. Os índios querem a legalização do negócio.
A PF informou que mantém diariamente 24 policiais para evitar a extração de diamantes. "A gente destrói pontes, estradas e apreende combustível, faz parte do dia-a-dia, mas entram com tambores [de combustível] pelas matas", disse Spósito.
Segundo o delegado, não há um grande volume de extração. Em 2003, cerca de R$ 40 milhões saíam por mês do garimpo, de acordo com estudo da Funai (Fundação Nacional do Índio).
"A intenção é manter o controle. No entorno da reserva [indígena] há de 5.000 a 6.000 garimpeiros. Se por acaso eles invadirem, para tirar será uma grande dor de cabeça", afirmou o delegado.
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