Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/04/2006 - 09h13

Delegado do caso Celso Daniel agora é alvo de investigação

Publicidade

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, que investigou o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT) e concluiu por crime comum, virou alvo de investigação sigilosa movida pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria Geral da Polícia Civil por suposto enriquecimento ilícito.

Os procedimentos foram abertos após o recebimento de uma denúncia anônima, supostamente escrita por um policial civil, que acusou Costa Filho de ter recebido dinheiro do PT para abafar o inquérito sobre a morte de Daniel. O delegado afirmou que a acusação contra ele é uma "piada".
Para a Promotoria Criminal de Santo André, a morte do petista está associada a um esquema de corrupção montado na Prefeitura de Santo André (SP) para financiar campanhas eleitorais do PT, inclusive a que levou Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, à Presidência da República.

Na denúncia anônima, datada de 7 de setembro de 2005, além da acusação de recebimento ilegal de dinheiro do PT, Costa Filho teria desviado policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para uma empresa de segurança privada registrada em nome da mulher dele, Rosângela de Oliveira Costa.

Como funcionário público, o delegado não pode ser sócio em empresas privadas.

A promotora da Cidadania que apura o caso, Andréa Chiaratti Rodrigues Pinto, pediu a quebra dos sigilos bancário do delegado e da mulher. O objetivo, informou ela no procedimento, é verificar a compatibilidade entre os vencimentos e o patrimônio do casal.

Ao procedimento, foi anexada cópia de reportagem sobre o pagamento de R$ 545 mil feito por Marcos Valério ao ex-procurador-geral Aristides Junqueira, contratado pelo PT para defender o partido durante as investigações do caso Celso Daniel.

Foi incluída ainda a lista entregue por Valério à CPI dos Correios com a relação dos sacadores do "mensalão", na qual consta "Armando Costa". Segundo o publicitário, trata-se de um ex-deputado mineiro do PMDB, homônimo do delegado. O político nega ter recebido dinheiro do PT.

A Folha apurou junto à Receita Federal que Rosângela, casada com o delegado, é proprietária da Suporte Assessoria em Segurança Ltda., desde outubro de 2001, com atividade de vigilância e segurança privada. Pelo telefone registrado em nome da Suporte, em Alphaville, uma funcionária informou ser a corretora de seguros Yashaya. Questionada sobre a Suporte, ela explicou que a sede da "empresa do dr. Armando" é no mesmo endereço da corretora, mas que funciona em outro lugar. Segundo ela, o delegado e a mulher vão "muito pouco" à sede.

Em ofício enviado à promotora, o diretor do DHPP, Domingos Paulo Neto, se opôs à investigação e defendeu que a apuração ficasse restrita à corregedoria. Costa Filho é uma das testemunhas de defesa do empresário Sérgio Gomes da Silva, apontado pelo Ministério Público como o mandante do assassinato de Celso Daniel.

Ele começou a investigar o crime um dia depois de o corpo de Daniel ter sido encontrado, e encerrou o inquérito depois de cerca de 70 dias. Disse que o prefeito havia sido vítima de crime comum.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o caso Celso Daniel
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página