Publicidade
Publicidade
08/04/2006
-
08h35
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
A polícia gaúcha indiciou ontem 37 pessoas pela invasão ao horto florestal da Aracruz Celulose, incluindo o líder nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile. Dezoito indiciados --Stedile entre eles-- são acusados de participar no planejamento da ação, ocorrida em março.
Os indiciamentos ocorreram pelos crimes de danos qualificados e cárcere privado (de dois seguranças da empresa). As penas podem chegar a três anos por delito. Somando-se os dois, é possível que cada indiciado cumpra pena de seis anos de prisão.
Há um mês, 2.000 militantes da Via Campesina, a maioria mulheres, invadiram e danificaram instalações da Aracruz, em Barra do Ribeiro (56 km de Porto Alegre), comprometendo a produção.
Segundo o manifesto divulgado pela entidade na época, o objetivo foi denunciar "conseqüências sociais e ambientais do avanço da invasão do deserto verde criado pelo monocultivo de eucaliptos".
A ação foi liderada pelo MMC (Movimento das Mulheres Camponesas), que integra a Via Campesina, além de entidades como o MST e o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores).
Na ocasião dos delitos, laboratórios foram destruídos, e pesquisas de 20 anos, sobre cruzamentos genéticos e seleção de espécies, perdidas. Os invasores chegaram ao local com taquaras e facas de mesa. Com as taquaras, romperam plásticos e telas das estufas, onde havia clonagens.
O inquérito foi concluído exatamente 30 dias depois do episódio. Foi pedida a prisão preventiva de seis das 37 pessoas, porque não foram localizadas para o indiciamento --seus nomes não foram divulgados. Quatro dos indiciados são estrangeiros, da direção da Via Campesina.
A polícia chegou aos 37 indiciados por meio de provas como imagens de TV. De acordo com a delegada Raquel Dornelles, a ação da Via Campesina foi planejada desde o final do ano passado (novembro ou dezembro). Foram realizadas pelo menos duas reuniões para preparar a invasão.
A Folha tentou contato com representantes da Via Campesina e com Stedile, mas não conseguiu localizá-los.
Cerca de 800 integrantes do MST deverão ser indiciados em inquérito policial instaurado pelo delegado de Carazinho (RS), Danilo Flores. São acusados por crimes continuados na fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, desde a primeira invasão, em 2004. Furto, roubo, cárcere privado, invasão e dano ao patrimônio privado, formação de quadrilha e crimes ambientais são alguns dos crimes atribuídos aos sem-terra no inquérito policial.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre invasões de terra
Polícia indicia Stedile e mais 36 por invasão
Publicidade
da Agência Folha, em Porto Alegre
A polícia gaúcha indiciou ontem 37 pessoas pela invasão ao horto florestal da Aracruz Celulose, incluindo o líder nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile. Dezoito indiciados --Stedile entre eles-- são acusados de participar no planejamento da ação, ocorrida em março.
Os indiciamentos ocorreram pelos crimes de danos qualificados e cárcere privado (de dois seguranças da empresa). As penas podem chegar a três anos por delito. Somando-se os dois, é possível que cada indiciado cumpra pena de seis anos de prisão.
Há um mês, 2.000 militantes da Via Campesina, a maioria mulheres, invadiram e danificaram instalações da Aracruz, em Barra do Ribeiro (56 km de Porto Alegre), comprometendo a produção.
Segundo o manifesto divulgado pela entidade na época, o objetivo foi denunciar "conseqüências sociais e ambientais do avanço da invasão do deserto verde criado pelo monocultivo de eucaliptos".
A ação foi liderada pelo MMC (Movimento das Mulheres Camponesas), que integra a Via Campesina, além de entidades como o MST e o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores).
Na ocasião dos delitos, laboratórios foram destruídos, e pesquisas de 20 anos, sobre cruzamentos genéticos e seleção de espécies, perdidas. Os invasores chegaram ao local com taquaras e facas de mesa. Com as taquaras, romperam plásticos e telas das estufas, onde havia clonagens.
O inquérito foi concluído exatamente 30 dias depois do episódio. Foi pedida a prisão preventiva de seis das 37 pessoas, porque não foram localizadas para o indiciamento --seus nomes não foram divulgados. Quatro dos indiciados são estrangeiros, da direção da Via Campesina.
A polícia chegou aos 37 indiciados por meio de provas como imagens de TV. De acordo com a delegada Raquel Dornelles, a ação da Via Campesina foi planejada desde o final do ano passado (novembro ou dezembro). Foram realizadas pelo menos duas reuniões para preparar a invasão.
A Folha tentou contato com representantes da Via Campesina e com Stedile, mas não conseguiu localizá-los.
Cerca de 800 integrantes do MST deverão ser indiciados em inquérito policial instaurado pelo delegado de Carazinho (RS), Danilo Flores. São acusados por crimes continuados na fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, desde a primeira invasão, em 2004. Furto, roubo, cárcere privado, invasão e dano ao patrimônio privado, formação de quadrilha e crimes ambientais são alguns dos crimes atribuídos aos sem-terra no inquérito policial.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice