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12/04/2006
-
09h06
ELIANE CANTANHÊDE
Colunista da Folha de S.Paulo
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo "não tem por que fazer o jogo" da oposição ao comentar, em conversa informal com jornalistas no Itamaraty, a situação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
"Eu sei, ele [Thomaz Bastos] sabe, todos sabem qual é o objetivo da oposição. Não tem por quê fazer o jogo deles", disse.
Lula não tem dado entrevista sobre o caso. As suas declarações são as primeiras desde que surgiram indícios de que Palocci e Thomaz Bastos se encontraram durante a crise da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.
Nas reuniões do governo, Lula tem dito que não demitirá Thomaz Bastos por seu ministro da Justiça ter participado de uma reunião em 23 de março com o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O ministro sustenta que apresentou o advogado Arnaldo Malheiros a Palocci e que não discutiu a violação do sigilo bancário de Francenildo.
Para Lula, o jogo da oposição é atacar Thomaz Bastos a fim de enfraquecê-lo na sucessão presidencial. Anteontem, em reunião no Palácio do Planalto, Lula determinou apoio "irrestrito" do governo a Thomaz Bastos, que deverá prestar depoimento no Congresso na próxima terça-feira.
A versão do ministro
A Folha apurou qual será a versão que o ministro da Justiça pretende dar ao Congresso. Dirá que apenas apresentou Malheiros a Palocci, que lhe perguntara na quarta-feira, 22 de março, se deveria "consultar um advogado".
Na versão de Thomaz Bastos, ele disse que sim e teria dado um aviso a Palocci. "É importante [você consultar um advogado]. Até porque minha lealdade é com o presidente".
Naquele dia, o ministro da Justiça já achava que Palocci era o principal suspeito da violação do sigilo. Porém, o seu principal argumento será que deu liberdade à Polícia Federal, que a polícia não foi pressionada a acobertar ninguém e que o desfecho foi rápido. Essa rapidez seria prova da lisura dele e do presidente.
Apesar de se dizer de "paciência esgotada" e "chateado", Thomaz Bastos tem afirmado que não cogita pedir demissão.
Depoimento
A Presidência da Câmara chegou a confirmar na tarde de ontem que estava marcado para terça o depoimento de Márcio Thomaz Bastos no plenário da Câmara.
No início da noite, entretanto, o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que a data e o local do depoimento do ministro ainda não estavam definidos.
A revelação de que Thomaz Bastos e Palocci estiveram com o presidente Lula no dia 23 de março, logo depois de se reunirem para definir as estratégias de defesa de Palocci, levou a oposição a acusar Lula de participar da armação para encobrir o crime da violação do sigilo bancário do caseiro.
"Não há dúvida alguma de que houve uma operação que envolveu o governo inteiro na tentativa de salvar o Palocci ", disse o deputado Jutahy Júnior (BA), líder da bancada do PSDB.
"É incrível como o presidente se posiciona como um completo alienado", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O senador Tião Viana (PT-AC) voltou a defender Thomaz Bastos. "O ministro agiu com absoluta isenção", disse.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Lula defende Bastos e critica "jogo da oposição"
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Colunista da Folha de S.Paulo
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo "não tem por que fazer o jogo" da oposição ao comentar, em conversa informal com jornalistas no Itamaraty, a situação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
"Eu sei, ele [Thomaz Bastos] sabe, todos sabem qual é o objetivo da oposição. Não tem por quê fazer o jogo deles", disse.
Lula não tem dado entrevista sobre o caso. As suas declarações são as primeiras desde que surgiram indícios de que Palocci e Thomaz Bastos se encontraram durante a crise da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.
Nas reuniões do governo, Lula tem dito que não demitirá Thomaz Bastos por seu ministro da Justiça ter participado de uma reunião em 23 de março com o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O ministro sustenta que apresentou o advogado Arnaldo Malheiros a Palocci e que não discutiu a violação do sigilo bancário de Francenildo.
Para Lula, o jogo da oposição é atacar Thomaz Bastos a fim de enfraquecê-lo na sucessão presidencial. Anteontem, em reunião no Palácio do Planalto, Lula determinou apoio "irrestrito" do governo a Thomaz Bastos, que deverá prestar depoimento no Congresso na próxima terça-feira.
A versão do ministro
A Folha apurou qual será a versão que o ministro da Justiça pretende dar ao Congresso. Dirá que apenas apresentou Malheiros a Palocci, que lhe perguntara na quarta-feira, 22 de março, se deveria "consultar um advogado".
Na versão de Thomaz Bastos, ele disse que sim e teria dado um aviso a Palocci. "É importante [você consultar um advogado]. Até porque minha lealdade é com o presidente".
Naquele dia, o ministro da Justiça já achava que Palocci era o principal suspeito da violação do sigilo. Porém, o seu principal argumento será que deu liberdade à Polícia Federal, que a polícia não foi pressionada a acobertar ninguém e que o desfecho foi rápido. Essa rapidez seria prova da lisura dele e do presidente.
Apesar de se dizer de "paciência esgotada" e "chateado", Thomaz Bastos tem afirmado que não cogita pedir demissão.
Depoimento
A Presidência da Câmara chegou a confirmar na tarde de ontem que estava marcado para terça o depoimento de Márcio Thomaz Bastos no plenário da Câmara.
No início da noite, entretanto, o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que a data e o local do depoimento do ministro ainda não estavam definidos.
A revelação de que Thomaz Bastos e Palocci estiveram com o presidente Lula no dia 23 de março, logo depois de se reunirem para definir as estratégias de defesa de Palocci, levou a oposição a acusar Lula de participar da armação para encobrir o crime da violação do sigilo bancário do caseiro.
"Não há dúvida alguma de que houve uma operação que envolveu o governo inteiro na tentativa de salvar o Palocci ", disse o deputado Jutahy Júnior (BA), líder da bancada do PSDB.
"É incrível como o presidente se posiciona como um completo alienado", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O senador Tião Viana (PT-AC) voltou a defender Thomaz Bastos. "O ministro agiu com absoluta isenção", disse.
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