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17/04/2006
-
22h28
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
O presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Okamotto, afirmou hoje, em tom irônico, que, se deu algum presente a um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como publicado na revista "Época", "pode ter sido um bicho de pelúcia, pode ter sido um carrinho de bebê, coisas desse tipo".
Ele nega ser o responsável pelas finanças do presidente, apesar de admitir ter pago em 2004, do próprio bolso, despesas de campanha que somaram R$ 29.400, registradas em nome de Lula. "O que eu posso afirmar é que eu não cuido da finança de ninguém, não paguei despesa de ninguém", disse.
"Eu paguei despesas que o partido lançou em nome do Lula, paguei, como eu era o procurador dele, quando fui fazer sua rescisão do contrato de trabalho. O partido queria cobrar essas despesas de 1997 e 1999, despesas de viagem, de passagens, e eu achei que ele não deveria pagar porque eram despesas de representação, que deveriam ser assumidas pelo partido.
Como o partido já tinha lançado essas despesas e não havia outra forma de fazer, eu fiz, porque tinha dinheiro para fazer, tinha receita para fazer e paguei. Isso eu falei, qual crime que eu cometi?"
Okamotto participou hoje, em Fortaleza, da entrega de um prêmio do Sebrae a prefeitos do Ceará.
Alvo da CPI dos Bingos, que insiste em querer quebrar seu sigilo bancário, ele disse que vai lutar por seus direitos e que, por lei, seu sigilo só poderá ser quebrado se houver uma "acusação grave".
"Quais acusações que têm contra mim? Grave, qual que têm?", questionou ao responder aos jornalistas. Para Okamotto, só é aceitável a quebra de sigilo para responder a uma acusação específica, sobre um período específico.
"Não quer dizer que eu não queira prestar contas. Eu posso prestar contas do que querem saber. Eu posso prestar contas de coisas específicas. Agora, não pode ser assim, tem uma acusação e quebra-se tudo, 20 anos [de movimentações bancárias]."
Presente
Okamotto repetiu por diversas vezes que não tem mais nada para falar sobre seu sigilo bancário e calou-se ao ser questionado se o dinheiro usado para pagar as despesas de campanha em nome de Lula seriam um "empréstimo" ou um "presente".
Segundo ele, a origem do dinheiro usado para o pagamento de tais despesas foi seu próprio trabalho. "Eu sou um brasileiro que hoje ganha razoavelmente bem. Meu salário permite assumir uma responsabilidade como essa, não é uma coisa fácil, mas, quem ganha aí por volta de R$ 30 mil por mês, se fizer um bom esforço de seis meses, pode assumir pagar uma dívida como a que eu paguei."
Okamotto disse que até poderá abrir mão de seu sigilo bancário espontaneamente um dia, mas não agora, por se sentir "usado". "Hoje eu estou sendo usado numa guerra política. Minha imagem já foi usada em propaganda eleitoral, então nós estamos num processo político", disse.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Okamotto ironiza "presente" a filho de Lula
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da Agência Folha, em Fortaleza
O presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Okamotto, afirmou hoje, em tom irônico, que, se deu algum presente a um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como publicado na revista "Época", "pode ter sido um bicho de pelúcia, pode ter sido um carrinho de bebê, coisas desse tipo".
Ele nega ser o responsável pelas finanças do presidente, apesar de admitir ter pago em 2004, do próprio bolso, despesas de campanha que somaram R$ 29.400, registradas em nome de Lula. "O que eu posso afirmar é que eu não cuido da finança de ninguém, não paguei despesa de ninguém", disse.
"Eu paguei despesas que o partido lançou em nome do Lula, paguei, como eu era o procurador dele, quando fui fazer sua rescisão do contrato de trabalho. O partido queria cobrar essas despesas de 1997 e 1999, despesas de viagem, de passagens, e eu achei que ele não deveria pagar porque eram despesas de representação, que deveriam ser assumidas pelo partido.
Como o partido já tinha lançado essas despesas e não havia outra forma de fazer, eu fiz, porque tinha dinheiro para fazer, tinha receita para fazer e paguei. Isso eu falei, qual crime que eu cometi?"
Okamotto participou hoje, em Fortaleza, da entrega de um prêmio do Sebrae a prefeitos do Ceará.
Alvo da CPI dos Bingos, que insiste em querer quebrar seu sigilo bancário, ele disse que vai lutar por seus direitos e que, por lei, seu sigilo só poderá ser quebrado se houver uma "acusação grave".
"Quais acusações que têm contra mim? Grave, qual que têm?", questionou ao responder aos jornalistas. Para Okamotto, só é aceitável a quebra de sigilo para responder a uma acusação específica, sobre um período específico.
"Não quer dizer que eu não queira prestar contas. Eu posso prestar contas do que querem saber. Eu posso prestar contas de coisas específicas. Agora, não pode ser assim, tem uma acusação e quebra-se tudo, 20 anos [de movimentações bancárias]."
Presente
Okamotto repetiu por diversas vezes que não tem mais nada para falar sobre seu sigilo bancário e calou-se ao ser questionado se o dinheiro usado para pagar as despesas de campanha em nome de Lula seriam um "empréstimo" ou um "presente".
Segundo ele, a origem do dinheiro usado para o pagamento de tais despesas foi seu próprio trabalho. "Eu sou um brasileiro que hoje ganha razoavelmente bem. Meu salário permite assumir uma responsabilidade como essa, não é uma coisa fácil, mas, quem ganha aí por volta de R$ 30 mil por mês, se fizer um bom esforço de seis meses, pode assumir pagar uma dívida como a que eu paguei."
Okamotto disse que até poderá abrir mão de seu sigilo bancário espontaneamente um dia, mas não agora, por se sentir "usado". "Hoje eu estou sendo usado numa guerra política. Minha imagem já foi usada em propaganda eleitoral, então nós estamos num processo político", disse.
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