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19/04/2006
-
16h03
FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online
A Polícia Federal entrega hoje à Justiça um relatório parcial que acusa o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) de ser o mandante da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O ex-presidente da Caixa Econômica, Jorge Mattoso, aparece no relatório como executor da ordem.
A PF indiciou Palocci por quatro crimes: quebra de sigilo bancário e funcional, prevaricação e denunciação caluniosa. Já Mattoso responde por quebra de sigilo bancário e funcional. Por não ser funcionário público, o jornalista Marcelo Netto, assessor de comunicação de Palocci, foi indiciado apenas por violação de sigilo bancário.
O texto, com sete volumes de 161 páginas, será entregue pelo delegado à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, às 17h. Recebido o relatório, a Justiça vai decidir se abre processo criminal contra os indiciados.
O delegado Rodrigo Gomes Carneiro afirma no relatório que, até o momento, não foram encontrados indícios de lavagem de dinheiro ou falso testemunho que incriminem Francenildo.
Em 30 dias de investigação, a PF ouviu 31 pessoas. O delegado pede a prorrogação do inquérito por mais um mês, para obter a quebra do sigilo telefônico de Netto e o resultado das perícias nos equipamentos utilizados na violação do sigilo.
O vazamento dos dados bancários do caseiro ocorreu logo depois dele contradizer Palocci na CPI dos Bingos. Francenildo disse ter visto Palocci na casa usada em Brasília para fechamento de negócios suspeitos com lobistas e festas com prostitutas. Palocci negou para a CPI ter freqüentado essa casa.
Os dados da movimentação bancária de Francenildo foram usados pelos governistas para lançar suspeita sobre o depoimento do caseiro. Francenildo, por sua vez, disse que o dinheiro havia sido depositado na conta poupança da Caixa Econômica Federal por Eurípedes Soares, seu suposto pai biológico, a título de recompensa pelo não reconhecimento da paternidade.
A quebra ilegal do sigilo bancário de Francenildo conseguiu desestabilizar o governo. Palocci foi "exonerado a pedido" depois do ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso dizer para a PF que entregou o extrato bancário do caseiro nas mãos do ex-ministro.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Relatório da PF aponta Palocci como mandante da quebra de sigilo
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da Folha Online
A Polícia Federal entrega hoje à Justiça um relatório parcial que acusa o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) de ser o mandante da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O ex-presidente da Caixa Econômica, Jorge Mattoso, aparece no relatório como executor da ordem.
A PF indiciou Palocci por quatro crimes: quebra de sigilo bancário e funcional, prevaricação e denunciação caluniosa. Já Mattoso responde por quebra de sigilo bancário e funcional. Por não ser funcionário público, o jornalista Marcelo Netto, assessor de comunicação de Palocci, foi indiciado apenas por violação de sigilo bancário.
O texto, com sete volumes de 161 páginas, será entregue pelo delegado à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, às 17h. Recebido o relatório, a Justiça vai decidir se abre processo criminal contra os indiciados.
O delegado Rodrigo Gomes Carneiro afirma no relatório que, até o momento, não foram encontrados indícios de lavagem de dinheiro ou falso testemunho que incriminem Francenildo.
Em 30 dias de investigação, a PF ouviu 31 pessoas. O delegado pede a prorrogação do inquérito por mais um mês, para obter a quebra do sigilo telefônico de Netto e o resultado das perícias nos equipamentos utilizados na violação do sigilo.
O vazamento dos dados bancários do caseiro ocorreu logo depois dele contradizer Palocci na CPI dos Bingos. Francenildo disse ter visto Palocci na casa usada em Brasília para fechamento de negócios suspeitos com lobistas e festas com prostitutas. Palocci negou para a CPI ter freqüentado essa casa.
Os dados da movimentação bancária de Francenildo foram usados pelos governistas para lançar suspeita sobre o depoimento do caseiro. Francenildo, por sua vez, disse que o dinheiro havia sido depositado na conta poupança da Caixa Econômica Federal por Eurípedes Soares, seu suposto pai biológico, a título de recompensa pelo não reconhecimento da paternidade.
A quebra ilegal do sigilo bancário de Francenildo conseguiu desestabilizar o governo. Palocci foi "exonerado a pedido" depois do ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso dizer para a PF que entregou o extrato bancário do caseiro nas mãos do ex-ministro.
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