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19/04/2006 - 16h28

Promotores de Santo André querem ouvir Dirceu e chefe de gabinete de Lula

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FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online

O Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado do ABC), do Ministério Público Estadual, abriu nesta quarta-feira inquérito sobre um suposto esquema de corrupção montado pelo PT na prefeitura na Santo André (SP).

Os promotores Roberto Wider e Amaro José Thomé Filho querem ouvir nos próximos dias o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e o presidente do diretório estadual do PT, Paulo Frateschi, entre outros nomes.

O procedimento administrativo criminal aberto pelo Gaerco vai apurar as denúncias de que o dinheiro de propinas supostamente recolhidas na prefeitura de Santo André era entregue a Carvalho e depois repassado a Dirceu, então presidente nacional do PT.

As denúncias foram apresentados em 2002 por João Francisco Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado naquele ano. Na ocasião, o MP teve de pedir autorização ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar Dirceu, que por ser ministro tinha direito a foro privilegiado. O pedido foi negado pelo ministro Nelsom Jobim.

"Estamos abrindo uma investigação que deveria ter sido iniciada quatro anos atrás", afirmou Wider. "Se tivéssemos feito isso na época, talvez o país não tivesse de passar por essa triste situação política que estamos vendo agora", comparou.

Segundo o promotor, dois "fatos novos" levaram à abertura do novo inquérito, quatro anos depois: a perda do foro privilegiado de Dirceu e o depoimento do irmão caçula de Celso, Bruno Daniel, na CPI dos Bingos, em outubro do ano passado, em que ele reafirmou as denúncias do irmão mais velho.

Os depoimentos de Dirceu e Frateschi foram marcados para 4 de maio, às 14h e 15h. Já Carvalho deve ser ouvido no dia 8, às 14h. O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão, foi convidado a depor no dia 12.

O Ministério Público também pretende ouvir o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias sobre o mensalão, no dia 10. No mesmo dia, deve depor o ex-procurador-geral Aristides Junqueira, contratado pelo PT para defender o partido durante as investigações do caso Celso Daniel. Os promotores investigam a denúncia de que os honorários do advogado teriam sido pagos com dinheiro do valerioduto. O depoimento do doleiro "Toninho da Barcelona" foi marcado para o dia 16.

Segundo Wider, todos foram apenas convidados a depor. Dirceu e Carvalho não são obrigados a comparecer, por estarem na condição de investigados. Já os demais, que são testemunhas, podem ser intimados a depor se não comparecerem.

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