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04/05/2006 - 19h38

Oposição critica tom do discurso de Lula no encontro com Evo Morales

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A oposição criticou hoje o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião com os presidentes Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela) e Néstor Kirchner (Argentina), em Puerto Iguazu (Argentina), que tratou da nacionalização do gás e petróleo boliviano. Lula disse que "a Petrobras vai continuar investindo na Bolívia dependendo do acordo que tiver". Essa declaração considerada como um recuo pela oposição.

Para o líder da Minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), o presidente Lula tratou um assunto diplomático como se estivesse numa roda de amigos. "Houve um recuo perigoso. O líder do movimento populista Hugo Chavez deve ter pressionado seu liderado para recuar. Foi uma conversa de amigos e assuntos de diplomacia não podem ser tratados nesse nível."

A sinalização do presidente Lula de que a Petrobras não deverá suspender suas atividades na Bolívia confrontou-se com o que disse o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, que anunciou ontem que iria suspender "qualquer possibilidade de investimento adicional na Bolívia".
O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), avaliou que o encontro de hoje em Puerto Iguazu tinha gente demais. "A reunião é uma demonstração clara de perda de liderança. Se o presidente Lula fosse líder se reuniria com Evo Morales e teria resolvido a questão. Ele chamou outros interlocutores", alfinetou.

Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a postura complacente do presidente Lula pode trazer outros problemas semelhantes ao país. "Eu vi o presidente Lula se solidarizando com o presidente Morales, mostrando que ele [Lula] é inadequado para dirigir o país. O presidente dá ao Paraguai precedentes de fazer a mesma coisa com Itaipu. Aí, o Brasil vai ver o que é uma crise energética e econômica de verdade."

Os governistas saíram em defesa do presidente Lula. "O comportamento do presidente Lula é o de um chefe de Estado que tem posição estratégica das relações latino-americanos. É um posicionamento devido dos que entendem que é fundamental manter respeito, soberania e negociações. Principalmente manter as relações cordiais entre os países latino-americanos", afirmou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC).

O senador Tião Viana (PT-AC) disse que a mudança de posição do presidente não pode ser entendida como um recuo. "Se ele fez uma revisão da relação com a Bolívia após um diálogo e uma troca de responsabilidades com Evo Morales e entendeu que o Brasil tem condições de superar esse episódio sem perdas para a Petrobras, isso justifica a afirmação de que a Petrobras poderá investir naquele país e renegociar o aumento de impostos", rebateu.

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