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08/05/2006 - 10h26

Mercadante vence no interior em prévias do PT e é o candidato ao governo

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da Folha de S.Paulo

A vantagem do senador Aloizio Mercadante no interior do Estado deve confirmar hoje a vitória do petista nas prévias realizadas ontem contra a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy para definir o candidato do PT ao governo de São Paulo. O resultado oficial será divulgado no final da tarde, com a presença dos dois pré-candidatos na sede estadual do partido.

A Folha de S.Paulo apurou que a vantagem de Mercadante sobre Marta deve ser de aproximadamente 2.000 votos. Ele venceu a votação em 18 das 19 macrorregiões do Estado.
A única derrota de Mercadante foi na capital, por 8.321 votos a 16.609. No último boletim parcial divulgado pelo diretório estadual às 22h de ontem, Mercadante tinha uma vantagem de 504 votos sobre Marta (22.850 a 22.346).

A vitória de Mercadante é comemorada pela cúpula do PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiava o senador, apesar de não ter declarado publicamente a preferência. Foi a atuação de Lula como cabo eleitoral que permitiu a vantagem de Mercadante.

Lula preferiu passar o domingo em Minas Gerais, e não votou. O presidente já tinha se ausentado em outubro passado das eleições internas em que o PT elegeu o novo presidente, Ricardo Berzoini.

Somente em Osasco, região liderada pelo ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, o senador venceu por cerca de 1.200 votos. Lula articulou diretamente o apoio de João Paulo ao senador. Na Grande São Paulo, Mercadante venceu Marta por aproximadamente 2.300 votos.

Envolvido no escândalo do mensalão, João Paulo escapou da cassação. Fragilizado politicamente, o deputado perdeu as condições para disputar a prévia com Marta e Mercadante.

Aliados dos dois pré-candidatos confirmaram à Folha na noite de ontem a vitória do senador. "Não tem mais perigo de derrota. A vitória dele no interior já se consolidou", disse um dirigente.

Pesquisas de intenção de voto mostram que o petista perderia para José Serra no primeiro turno. Na última pesquisa DataFolha, feita entre os dias 6 e 7 de abril, Serra venceria Mercadante por 63% a 16% (num cenário sem a candidatura de Orestes Quércia). Num segundo turno, o tucano teria 69% dos votos na disputa com Mercadante. Mercadante aposta em sua baixa rejeição eleitoral (14%) para crescer.

A única possibilidade de vitória de Marta seria uma mobilização inédita entre os filiados do PT na capital. O quórum baixo liqüidou as chances da ex-prefeita.

Somente cerca de 25 mil petistas votaram na capital, número que supera a presença dos petistas na eleição para o Diretório Nacional em outubro passado, mas os aliados de Marta esperavam uma presença de pelo menos 30 mil eleitores.

Menos de 40% dos petistas aptos a votar compareceram ontem às prévias. A alta abstenção surpreendeu a direção estadual e os dois pré-candidatos ao governo. Ambos votaram em Pinheiros, zona oeste da capital.

As prévias foram realizadas no dia em que o PT tentava digerir a entrevista do ex-secretário-geral Silvio Pereira ao jornal "O Globo".

O presidente estadual da legenda, Paulo Frateschi, disse à Folha que o número de votantes não chegaria a 80 mil. Havia cerca de 197 mil filiados aptos a votar. Na eleição do Diretório Nacional de 2005, 76 mil votaram no Estado. A expectativa é que o quórum das prévias tenha sido menor.

Numa disputa acirrada, os dois candidatos contavam com o maior número possível de votantes para superar as desvantagens. Hoje pela manhã a direção estadual do PT divulga um resultado parcial, com mais de 80% dos votos apurados. O diretório só considera apuração oficial os dados checados pela comissão eleitoral.

"Sucesso"

Frateschi considerou as prévias "um sucesso". Mercadante e Marta Mercadante e Marta disseram que haverá unidade após a disputa. Internamente, no entanto, os petistas admitem que dificilmente o grupo de Marta se empenhará na campanha do senador.

Nenhum dos dois questionou os resultados. "Não teve nenhum recurso, todo mundo votou numa boa", disse o presidente estadual do PT. Sobre a ausência de Lula, Frateschi disse que o partido entendeu "que o presidente tinha que descansar um pouco".

Mercadante passou a campanha explorando o apoio de Lula. Nos locais de votação, havia jornais do petista com fotos ao lado do presidente. Para neutralizar o discurso, aliados de Marta também distribuíram panfletos com a foto da ex-prefeita ao lado de Lula.

Entre os petistas envolvidos com o mensalão, o único que enfrentou o público João Paulo Cunha. Em Osasco, recebeu elogios e apoio de militantes, e declarou apoio a Mercadante.

Segundo ele, os detentores de cargo no Executivo têm "contenciosos de ilegalidade que comprometem a campanha". Ou seja, Marta teria desvantagens, enquanto Mercadante não carrega esse "passivo".

O ex-presidente do PT José Genoino votou pela manhã, mas não no local previsto. Segundo a direção do PT, Genoino votou "em trânsito". O ex-ministro José Dirceu disse a aliados que votaria logo no início da manhã.

Especial
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