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09/05/2006 - 09h05

Diálogos gravados ligam congressistas a quadrilha

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Pelo menos dez parlamentares investigados pela Operação Sanguessuga teriam mantido contato direto com os integrantes do esquema, segundo transcrições de conversas telefônicas captadas pela Polícia Federal, às quais a Folha teve acesso.

Em alguns casos, a PF levantou indícios de que os parlamentares recebiam propina por assinar emendas que beneficiavam o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras.

Num diálogo em 9 de novembro passado, Darci Vedoin, apontado pela PF como chefe da quadrilha conversa com o deputado Isaías Silvestre (PSB-MG). Silvestre diz a Darci que está "no sufoco, sem ar". Para a PF, ele provavelmente se referia a uma necessidade de dinheiro.

Ainda em novembro, Darci e seu filho Luiz Antônio falam sobre o deputado Paulo Balthazar (PSB-RJ). Darci conta que estivera no dia anterior com o deputado. Luiz Antônio diz que iria mandar ao banco um funcionário do grupo chamado Rodrigo e pergunta a Darci se era 22, possivelmente se referindo a R$ 22 mil.

A funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, que seria a responsável por agilizar a aprovação das emendas, fala com o deputado Lino Rossi (PP-MT) numa conversa em dezembro. O deputado reclama que estava perdendo emendas no valor de R$ 1 milhão em Cuiabá.

No mesmo mês, Luiz Antônio fala com Penha a respeito do senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Pergunta se "aqueles do Ney vão empenhar". Penha responde que o senador havia ligado no dia anterior. Segundo ela, Suassuna dissera que haveria R$ 1,6 milhão em emendas para ambulâncias para a Paraíba. Ela diz que haveria outra emenda de R$ 7 milhões.

Em janeiro, Penha conversa com Noriaque Magalhães, da Associação Mato-grossense dos Municípios. Noriaque diz que o deputado Wellington Fagundes (PL-MT) havia ameaçado tirar o "negócio" dele se Noriaque não fizesse a parte dele. Noriaque diz que é complicado mexer com deputado e que, se tivesse que ajudar algum, seria Pedro Henry (PP-MT), que os teria ajudado antes.

Os deputados Laura Carneiro (PFL-RJ), Nilton Capixaba (PTB-RO), Professor Irapuan Teixeira (PP-SP) e Elaine Costa (PTB-RJ) também são citados nos diálogos como tendo contatos diretos com a quadrilha.

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