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09/05/2006 - 17h19

Silvio Pereira alega estresse e recorre ao STF para não depor à CPI

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

Alegando estresse pós-traumático, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para não depor para a CPI dos Bingos na sessão marcada para amanhã. Seus advogados pedem para o STF ampliar os efeitos da liminar concedida em novembro de 2005 que garantia a Pereira o direito de ficar calado no depoimento.

A defesa apresenta atestado médico informando que ele se encontra em estado de estresse pós-traumático, depressão e distimia --e que por isso não teria condições para depor.

No laudo, os médicos atestam que Pereira está "descompensado emocionalmente" e "com ideações de menos valia bem como de auto-extermínio". O laudo diz ainda que Pereira chorou diversas vezes durante entrevista médica "denotando dificuldades relacionadas à sua auto-imagem, (...) mostrando grande vulnerabilidade (...) diminuindo a eficácia de seu funcionamento social".

A convocação de Pereira já estava aprovada desde o final do ano passado, mas o assunto só foi retomado após a entrevista dada por ele para o jornal "O Globo". Na reportagem, ele disse que o empresário mineiro Marcos Valério de Souza queria arrecadar R$ 1 bilhão até o final do governo Lula junto a empresas que mantém contratos com o governo.

Pereira disse ainda que o "valerioduto" continuaria em funcionamento no governo federal por intermédio de outros lobistas.

As declarações de Pereira foram prontamente minimizadas por integrantes do PT. O presidente do partido, Ricardo Berzoini, o chamou de "traidor". O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse quem ele estava "atormentado espiritualmente". É que depois de dar a entrevista, Pereira teve um acesso de fúria, destruiu o próprio apartamento e acabou se machucando.

No pedido ao STF, a defesa de Pereira pede ainda que ele possa contar com a assistência de um advogado se vier a depor para a CPI.

No entanto, a mesma petição pede que Pereira não seja obrigado a comparecer ao depoimento de amanhã. Outro argumento usado pela defesa é que a convocação de Pereira não foi feita com o prazo mínimo de antecedência de 48 horas. O requerimento foi enviado para seus advogados no final da tarde de ontem e o depoimento estava previsto para as 11h de amanhã.

Numa petição alternativa, a defesa de Pereira pede para o STF esclarecer aos integrantes da CPI que os questionamentos devem se ater ao objeto de investigação, que é a utilização das casas de bingos para prática de crimes de lavagem de dinheiro, entre outros.

Os advogados também pedem a garantia de que Pereira pode se recusar a responder perguntas que possam incriminá-lo direta ou indiretamente.

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