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10/05/2006 - 12h14

Para a CPI, Silvio diz que não sabe mais se disse a verdade

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

Sem assinar o termo de compromisso com a verdade, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira começou a depor hoje para a CPI dos Bingos. Com voz baixa e fala pausada, Silvinho --como era tratado pela cúpula do PT-- sinalizou que estava abatido e incomodado com a repercussão da entrevista dada por ele na semana passada.

"Sobre essa matéria, não sei mais onde está a verdade. Eu não sei se o que eu falei ali era verdadeiro. Eu não sei mais", disse ele sobre a entrevista dada para o jornal "O Globo" na semana passada.

"Eu não sei de onde eu tirei isso: se foi da imprensa, se foi de ouvido ou se foi da minha cabeça", afirmou ele se referindo sobre o plano do empresário Marcos Valério de Souza de arrecadar R$ 1 bilhão para financiar campanhas eleitorais.

Antes de comentar a entrevista, Silvinho afirmou que não sabia que estava sendo entrevistado. "Fiquei explicando [para a jornalista] que não estava dando entrevista. Não queria essa matéria. Tentava me controlar. Pegava água", disse ele para a comissão se referindo à entrevista dada para o jornal "O Globo" na semana passada.

Na reportagem, ele disse que o empresário mineiro Marcos Valério de Souza queria arrecadar R$ 1 bilhão até o final do governo Lula junto a empresas que mantém contratos com o governo.

Silvinho disse ainda que o "valerioduto" continuaria em funcionamento no governo federal por intermédio de outros lobistas.

As declarações de Silvinho foram prontamente minimizadas por integrantes do PT. O presidente do partido, Ricardo Berzoini, o chamou de "traidor". O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse quem ele estava "atormentado espiritualmente". É que depois de dar a entrevista, Silvinho teve um acesso de fúria, destruiu o próprio apartamento e acabou se machucando.

Ontem, para escapar do depoimento, os advogados de defesa de Silvinho recorreram ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a ampliação da liminar concedida em novembro de 2005 que garantia o direito de ficar calado em depoimento à CPI dos Bingos.

Mas o pedido foi indeferido pelo ministro Marco Aurélio, relator do caso, que entendeu que o pedido feito pela defesa de Silvinho teria de ser distinto do que foi requerido inicialmente.

Na petição encaminhada ao STF, os advogados de Silvinho anexaram um laudo médico que informava que o ex-petista se encontrava em estado de estresse pós-traumático e que estava "descompensado emocionalmente" e "com ideações de menos valia bem como de auto-extermínio".

Hoje, para a CPI, Silvinho disse que após a entrevista da semana passada ele precisou tomar medicamentos para dormir.

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