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12/05/2006
-
11h51
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Cautelosos, senadores de oposição estão tentando um acordo com governistas para levar à CPI dos Bingos representantes do Opportunity e do Citibank visando tratar da denúncia de que o PT teria procurado o grupo e pedido propina de "dezenas de milhões de dólares" entre 2002 e 2003.
Documento enviado pelo Opportunity à Justiça dos Estados Unidos sobre o caso foi apresentado à CPI anteontem no depoimento do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Pela versão do Opportunity, a abordagem petista foi informada ao Citibank (então ligado ao banco brasileiro).
Apesar de o documento ter sido levado à CPI pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a oposição tem sido prudente com o assunto. Teme que uma manobra errada possa abrir brecha para investigar denúncias de irregularidades nos processos de privatização do governo Fernando Henrique (1995-2002).
Como a idéia de levar à CPI o controlador do Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas, também não agrada ao governo, uma das alternativas propostas por Virgílio é ouvi-lo em uma sessão fechada. A saída é negociada pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI), amigo do banqueiro.
"Aguardarei uma resposta dos líderes do governo para assinar um requerimento conjunto e trazer os responsáveis pelo Opportunity e pelo Citibank, sem acareação, sem circo, quem sabe em sessão fechada", disse Virgílio.
Os governistas pediram prazo até terça para se posicionar sobre o depoimento de Dantas. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), afirmou que "a corrupção entre as relações do Opportunity e do Estado brasileiro ocorreu durante o governo do PSDB e foi suprimida no governo Lula".
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) desqualificou a acusação do Opportunity. Segundo Tarso, "a fonte [da acusação] não é muito credenciada".
"Porque a resposta foi dada num processo judicial dos Estados Unidos que o [controlador do grupo] Daniel Dantas está sofrendo. Portanto é uma fonte que, embora nos mereça respeito como qualquer fonte comum, um cidadão ou uma cidadã, não tem nenhum credenciamento para dar uma informação desse tipo. Não envolve o próprio governo, envolve uma relação, segundo essa fonte, o Partido dos Trabalhadores."
Críticas à CPI
Falando na "decadência" daqueles que acusam o PT e o governo federal, Tarso partiu para o ataque à CPI. Para ele, a comissão está perdendo a "eficácia" e a "capacidade" de investigação.
"Se vocês analisarem os últimos fatos que têm ocorrido na CPI dos Bingos e nas CPIs em geral, vão perceber que há uma decadência de fontes. As fontes dos ataques ao governo, as fontes dos chamados escândalos começam a minguar e a perder cada vez mais a sua credibilidade", disse.
O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), reagiu com irritação às declarações de Tarso. "Se a CPI está minguando, o ministro deveria autorizar sua base a concordar com a quebra do sigilo do senhor [Paulo] Okamotto [presidente do Sebrae], deveria permitir que o [Jorge] Mattoso [ex-presidente da Caixa Econômica Federal] e os assessores do ministro Márcio Thomaz Bastos viessem depor."
CPI do Silvinho
A ameaça de uma nova CPI ser instalada no Senado para investigar as declarações de Silvio Pereira sobre os planos do publicitário Marcos Valério de Souza e de dirigentes petistas de arrecadar R$ 1 bilhão por meio de negociatas com bancos perdeu força ontem.
A avaliação é que uma nova comissão ficaria inviabilizada devido ao calendário das eleições.
"Acho que não é necessário. O que precisa é a oposição se articular por um relatório [dos Bingos] forte, que peça o indiciamento do presidente Lula. Já há elementos para isso", disse o líder da oposição no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Opportunity
Oposição negocia com PT para levar caso Opportunity à CPI
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Cautelosos, senadores de oposição estão tentando um acordo com governistas para levar à CPI dos Bingos representantes do Opportunity e do Citibank visando tratar da denúncia de que o PT teria procurado o grupo e pedido propina de "dezenas de milhões de dólares" entre 2002 e 2003.
Documento enviado pelo Opportunity à Justiça dos Estados Unidos sobre o caso foi apresentado à CPI anteontem no depoimento do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Pela versão do Opportunity, a abordagem petista foi informada ao Citibank (então ligado ao banco brasileiro).
Apesar de o documento ter sido levado à CPI pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a oposição tem sido prudente com o assunto. Teme que uma manobra errada possa abrir brecha para investigar denúncias de irregularidades nos processos de privatização do governo Fernando Henrique (1995-2002).
Como a idéia de levar à CPI o controlador do Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas, também não agrada ao governo, uma das alternativas propostas por Virgílio é ouvi-lo em uma sessão fechada. A saída é negociada pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI), amigo do banqueiro.
"Aguardarei uma resposta dos líderes do governo para assinar um requerimento conjunto e trazer os responsáveis pelo Opportunity e pelo Citibank, sem acareação, sem circo, quem sabe em sessão fechada", disse Virgílio.
Os governistas pediram prazo até terça para se posicionar sobre o depoimento de Dantas. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), afirmou que "a corrupção entre as relações do Opportunity e do Estado brasileiro ocorreu durante o governo do PSDB e foi suprimida no governo Lula".
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) desqualificou a acusação do Opportunity. Segundo Tarso, "a fonte [da acusação] não é muito credenciada".
"Porque a resposta foi dada num processo judicial dos Estados Unidos que o [controlador do grupo] Daniel Dantas está sofrendo. Portanto é uma fonte que, embora nos mereça respeito como qualquer fonte comum, um cidadão ou uma cidadã, não tem nenhum credenciamento para dar uma informação desse tipo. Não envolve o próprio governo, envolve uma relação, segundo essa fonte, o Partido dos Trabalhadores."
Críticas à CPI
Falando na "decadência" daqueles que acusam o PT e o governo federal, Tarso partiu para o ataque à CPI. Para ele, a comissão está perdendo a "eficácia" e a "capacidade" de investigação.
"Se vocês analisarem os últimos fatos que têm ocorrido na CPI dos Bingos e nas CPIs em geral, vão perceber que há uma decadência de fontes. As fontes dos ataques ao governo, as fontes dos chamados escândalos começam a minguar e a perder cada vez mais a sua credibilidade", disse.
O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), reagiu com irritação às declarações de Tarso. "Se a CPI está minguando, o ministro deveria autorizar sua base a concordar com a quebra do sigilo do senhor [Paulo] Okamotto [presidente do Sebrae], deveria permitir que o [Jorge] Mattoso [ex-presidente da Caixa Econômica Federal] e os assessores do ministro Márcio Thomaz Bastos viessem depor."
CPI do Silvinho
A ameaça de uma nova CPI ser instalada no Senado para investigar as declarações de Silvio Pereira sobre os planos do publicitário Marcos Valério de Souza e de dirigentes petistas de arrecadar R$ 1 bilhão por meio de negociatas com bancos perdeu força ontem.
A avaliação é que uma nova comissão ficaria inviabilizada devido ao calendário das eleições.
"Acho que não é necessário. O que precisa é a oposição se articular por um relatório [dos Bingos] forte, que peça o indiciamento do presidente Lula. Já há elementos para isso", disse o líder da oposição no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR).
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