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21/05/2006 - 09h45

Segurança vira obstáculo para favoritismo de Serra

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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo

A violência do PCC transformou a construção do programa de governo de José Serra (PSDB) para a segurança no perigo real e imediato de sua campanha ao Palácio dos Bandeirantes e abriu caminho para um de seus principais adversários, Aloizio Mercadante (PT), encaixar um discurso de oposição aos 12 anos da gestão tucano-pefelista em São Paulo.

Para líderes do PSDB ouvidos pela Folha, Serra, historicamente ligado aos direitos humanos e à luta contra a repressão, terá dificuldades na construção de um projeto que contemple a defesa da ação policial do Estado (107 civis mortos até sexta-feira) e, ao mesmo tempo, reafirme sua posição de combate ao crime.

Prova disso foi o isolamento a que se submeteu o ex-prefeito de São Paulo durante a primeira semana da crise. Serra voltou somente ontem ao Brasil de uma viagem ao exterior.

Um dos desafios do tucano será conciliar dois setores distintos do PSDB que na última década se revezaram à frente da Segurança, o grupo ligado ao governador Mario Covas (1930-2001) e a ala amparada por seu sucessor, Geraldo Alckmin, mantida na atual gestão de Cláudio Lembo (PFL).

José Afonso da Silva, secretário de Covas, sempre divergiu dos métodos do atual titular da pasta, Saulo de Castro Abreu Filho, considerado por ele 'linha-dura' e adepto da filosofia 'malufista', uma ameaça aos direitos de civis.

Apesar da maior proximidade com o primeiro, Serra não deverá adotar todas as posições pró-direitos humanos na campanha, avaliam tucanos, já que parte expressiva da sociedade exige uma ação enérgica da polícia. Por outro lado, o ex-prefeito manterá distância regulamentar de Abreu Filho.

Do exterior, Serra telefonou para o secretário municipal de Governo de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, e pediu levantamentos sobre segurança.
O ex-prefeito também tem buscado informações com o titular da Educação na capital, Alexandre Schneider. Os dois não estão vinculados a nenhum dos grupos históricos do PSDB.

Fora de seu partido, o candidato pretende ouvir o presidente do PMDB, Michel Temer, ex-secretário da Segurança de São Paulo.

PT

Já Mercadante, antes mesmo de ser escolhido na prévia do PT como o candidato, criticava o tratamento dado à Febem na gestão do PSDB no Estado e pregava a necessidade de implantação de um serviço de inteligência coordenado.

O petista já elaborou as diretrizes básicas para o programa de governo na área. A proposta para a Febem prevê sua divisão em duas instituições. As unidades de reclusão, segundo ele, não podem ter mais de 40 menores. Um outro braço de atuação da instituição seria a liberdade assistida, em que os menores infratores cumprem penas alternativas fiscalizados pela sociedade civil.

O senador defende uma 'revisão completa do sistema prisional', com enfoque na implantação de penas alternativas. Sugere, também, a criação de presídios industriais, com a possibilidade de o detento ter uma espécie de caderneta de poupança e deixar o presídio com condições financeiras para a ressocialização.

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