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21/05/2006
-
10h28
da Folha de S.Paulo em Brasília
Por meio de nota, o banqueiro Daniel Dantas (Opportunity) confirmou ontem que esteve na noite da última terça-feira em Brasília com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), conforme reportagem divulgada neste final de semana pela revista 'Veja'.
O ministro, por meio de sua assessoria, também confirmou o encontro com o banqueiro. A reunião aconteceu na casa do senador Heráclito Fortes (PFL-PI), também com a presença dos deputados petistas Sigmaringa Seixas (DF) e José Eduardo Cardozo (SP).
Segundo a 'Veja', Dantas e Bastos teriam celebrado uma trégua no encontro. O governo não colocaria a Polícia Federal para investigar o banqueiro desde que Dantas e seus sócios parassem de vazar informações contra integrantes do governo. Não poderiam também, caso fossem convocados pela CPI dos Bingos, falar nada que pudesse comprometer o governo.
Tanto o ministro como Daniel Dantas negam essa versão. Segundo eles, o encontro ocorreu para que o banqueiro informasse diretamente a autoridades do governo que ele não teria repassado documentos à revista envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alguns ministros.
Na edição do final de semana passado, a revista informou que recebeu de Dantas, por meio de Frank Holder, ex-agente da empresa de investigações Kroll, documentos com supostas contas em paraísos fiscais do presidente Lula, de ministros (entre os quais, Thomaz Bastos) e ex-ministros do seu governo, do senador Romeu Tuma e do diretor da PF, Paulo Lacerda. Lula e os demais citados negaram possuir tais contas no exterior.
Conforme Cardozo, depois de falarem sobre a crise na segurança pública em São Paulo, Dantas negou ter encaminhado à 'Veja' o dossiê que aponta a existência das supostas contas. 'Ele [Dantas] disse não achar crível a existência dessas contas', afirmou o deputado.
O encontro, segundo a assessoria de Bastos, ocorreu a pedido de Dantas, que queria reforçar o teor de uma carta que foi entregue ao ministro na terça-feira. Diz a carta assinada por Dantas: '[...] Asseguro-lhe que não sou responsável, não forneci informações nem tive participação na reportagem divulgada pela revista 'Veja' [...]. Garanto-lhe que são inverídicas notícias que me atribuem iniciativa de ter solicitado, a quem quer que seja, investigações, no país ou no exterior, a respeito da vida privada e financeira de autoridades brasileiras'.
Diante de Dantas, afirmou a assessoria de imprensa de Bastos, o ministro disse que a Polícia Federal já havia instaurado inquérito para apurar o caso e que as investigações seguiriam de forma independente.
Procurador-geral
Na nota de ontem, o banqueiro voltou a negar ter sido o responsável pelas informações repassadas à 'Veja', assim como pela solicitação de investigação sobre os membros do governo. A revista diz ter encaminhado o material de 41 páginas que recebeu do banqueiro para o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
O banqueiro não mencionou diretamente o encontro com o ministro, mas disse ter ido a Brasília prestar esclarecimentos 'às autoridades citadas pela matéria original da 'Veja''.
Na edição deste final de semana, a revista relata também uma conferência telefônica entre o Opportunity e a direção da Kroll. Um dos participantes é o ex-agente Frank Holder, que Dantas diz conhecer por alto e que teria sido contratado pelo banqueiro para investigar as autoridades brasileiras.
Na conferência, realizada em 10 de fevereiro do ano passado, Dantas diz também, segundo documentos exibidos pela revista, que o então ministro José Dirceu (Casa Civil) e o governo do PT como um todo teriam se comprometido a defender os interesses do Opportunity. Para isso haveria uma condição: que eles não fossem investigados pela Kroll. Dantas teria descrito ainda setores da PF como corruptíveis e mercenários.
Na nota, o banqueiro informa que não pronunciou os comentários publicados pela revista sobre a PF nem sobre o ex-ministro José Dirceu.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o escândalo do mensalão e sobre as teles
Investigado pela PF, Dantas tem encontro com Bastos
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Por meio de nota, o banqueiro Daniel Dantas (Opportunity) confirmou ontem que esteve na noite da última terça-feira em Brasília com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), conforme reportagem divulgada neste final de semana pela revista 'Veja'.
O ministro, por meio de sua assessoria, também confirmou o encontro com o banqueiro. A reunião aconteceu na casa do senador Heráclito Fortes (PFL-PI), também com a presença dos deputados petistas Sigmaringa Seixas (DF) e José Eduardo Cardozo (SP).
Segundo a 'Veja', Dantas e Bastos teriam celebrado uma trégua no encontro. O governo não colocaria a Polícia Federal para investigar o banqueiro desde que Dantas e seus sócios parassem de vazar informações contra integrantes do governo. Não poderiam também, caso fossem convocados pela CPI dos Bingos, falar nada que pudesse comprometer o governo.
Tanto o ministro como Daniel Dantas negam essa versão. Segundo eles, o encontro ocorreu para que o banqueiro informasse diretamente a autoridades do governo que ele não teria repassado documentos à revista envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alguns ministros.
Na edição do final de semana passado, a revista informou que recebeu de Dantas, por meio de Frank Holder, ex-agente da empresa de investigações Kroll, documentos com supostas contas em paraísos fiscais do presidente Lula, de ministros (entre os quais, Thomaz Bastos) e ex-ministros do seu governo, do senador Romeu Tuma e do diretor da PF, Paulo Lacerda. Lula e os demais citados negaram possuir tais contas no exterior.
Conforme Cardozo, depois de falarem sobre a crise na segurança pública em São Paulo, Dantas negou ter encaminhado à 'Veja' o dossiê que aponta a existência das supostas contas. 'Ele [Dantas] disse não achar crível a existência dessas contas', afirmou o deputado.
O encontro, segundo a assessoria de Bastos, ocorreu a pedido de Dantas, que queria reforçar o teor de uma carta que foi entregue ao ministro na terça-feira. Diz a carta assinada por Dantas: '[...] Asseguro-lhe que não sou responsável, não forneci informações nem tive participação na reportagem divulgada pela revista 'Veja' [...]. Garanto-lhe que são inverídicas notícias que me atribuem iniciativa de ter solicitado, a quem quer que seja, investigações, no país ou no exterior, a respeito da vida privada e financeira de autoridades brasileiras'.
Diante de Dantas, afirmou a assessoria de imprensa de Bastos, o ministro disse que a Polícia Federal já havia instaurado inquérito para apurar o caso e que as investigações seguiriam de forma independente.
Procurador-geral
Na nota de ontem, o banqueiro voltou a negar ter sido o responsável pelas informações repassadas à 'Veja', assim como pela solicitação de investigação sobre os membros do governo. A revista diz ter encaminhado o material de 41 páginas que recebeu do banqueiro para o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
O banqueiro não mencionou diretamente o encontro com o ministro, mas disse ter ido a Brasília prestar esclarecimentos 'às autoridades citadas pela matéria original da 'Veja''.
Na edição deste final de semana, a revista relata também uma conferência telefônica entre o Opportunity e a direção da Kroll. Um dos participantes é o ex-agente Frank Holder, que Dantas diz conhecer por alto e que teria sido contratado pelo banqueiro para investigar as autoridades brasileiras.
Na conferência, realizada em 10 de fevereiro do ano passado, Dantas diz também, segundo documentos exibidos pela revista, que o então ministro José Dirceu (Casa Civil) e o governo do PT como um todo teriam se comprometido a defender os interesses do Opportunity. Para isso haveria uma condição: que eles não fossem investigados pela Kroll. Dantas teria descrito ainda setores da PF como corruptíveis e mercenários.
Na nota, o banqueiro informa que não pronunciou os comentários publicados pela revista sobre a PF nem sobre o ex-ministro José Dirceu.
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