Publicidade
Publicidade
24/05/2006
-
19h46
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara decidiu hoje encaminhar para a PGR (Procuradoria Geral da República) o relatório que elaborou sobre a "máfia das sanguessugas". O documento aponta novos nomes de deputados supostamente envolvidos no esquema.
A Folha Online apurou que, por sugestão da corregedoria, o número de parlamentares investigados --hoje em 16-- deve praticamente dobrar.
O relatório da Corregedoria foi elaborado com base em documentos da Polícia Federal além de depoimentos tomadas pela comissão. Os deputados ouviram sete pessoas acusadas de participarem do esquema desvio nos recursos do Orçamento por meio da compra superfaturada de ambulâncias. Todas foram presas pela Operação Sanguessuga da PF.
A decisão do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), de suspender os trabalhos da comissão de sindicância até que o Ministério Público conclua as investigações pegou os deputados de surpresa.
"Não me cabe julgar, meu trabalho é analisar os documentos. Existem várias planilhas que tinham que ser cruzadas e analisadas e foi isso o que eu fiz", conformou-se o relator, deputado Robson Tuma (PFL-SP).
O deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) deixou claro seu descontentamento. "Meu entendimento é que tinha que ser julgado na sindicância. O relatório do Tuma está pronto, ele iria apresentar hoje, mas a Mesa decidiu encaminhar para a Procuradoria. Eu aceito, embora não concorde", criticou.
Vários parlamentares também condenaram a decisão da Câmara de não mais investigar os parlamentares. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que a direção da Casa "se preocupou com o ano eleitoral". Na avaliação de Izar, dificilmente a justiça conseguirá concluir neste ano as investigações. "Vai demorar muito mais, neste ano não se resolve", condenou.
O procurador da República, Antonio Fernando de Souza, se comprometeu a agilizar os trabalhos e em uma semana concluir uma primeira fase das investigações.
"É uma vergonha. Eles estão se livrando dos problemas, tirando a batata quente das mão já que envolve muita gente", alfinetou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
"A Câmara deu um atestado que não tem moral suficiente para punir os deputados", continuou o deputado João Batista Babá (PSOL-RJ). "O Congresso não pode abrir mão das investigações. Entregou a pizza crua para a Procuradoria", concluiu o vice-líder do PFL, deputado Pauderney Avelino (AM).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Operação Sanguessuga
Corregedoria encaminha relatório para PGR; deputados criticam "pizza de sanguessuga"
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
A comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara decidiu hoje encaminhar para a PGR (Procuradoria Geral da República) o relatório que elaborou sobre a "máfia das sanguessugas". O documento aponta novos nomes de deputados supostamente envolvidos no esquema.
A Folha Online apurou que, por sugestão da corregedoria, o número de parlamentares investigados --hoje em 16-- deve praticamente dobrar.
O relatório da Corregedoria foi elaborado com base em documentos da Polícia Federal além de depoimentos tomadas pela comissão. Os deputados ouviram sete pessoas acusadas de participarem do esquema desvio nos recursos do Orçamento por meio da compra superfaturada de ambulâncias. Todas foram presas pela Operação Sanguessuga da PF.
A decisão do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), de suspender os trabalhos da comissão de sindicância até que o Ministério Público conclua as investigações pegou os deputados de surpresa.
"Não me cabe julgar, meu trabalho é analisar os documentos. Existem várias planilhas que tinham que ser cruzadas e analisadas e foi isso o que eu fiz", conformou-se o relator, deputado Robson Tuma (PFL-SP).
O deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) deixou claro seu descontentamento. "Meu entendimento é que tinha que ser julgado na sindicância. O relatório do Tuma está pronto, ele iria apresentar hoje, mas a Mesa decidiu encaminhar para a Procuradoria. Eu aceito, embora não concorde", criticou.
Vários parlamentares também condenaram a decisão da Câmara de não mais investigar os parlamentares. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que a direção da Casa "se preocupou com o ano eleitoral". Na avaliação de Izar, dificilmente a justiça conseguirá concluir neste ano as investigações. "Vai demorar muito mais, neste ano não se resolve", condenou.
O procurador da República, Antonio Fernando de Souza, se comprometeu a agilizar os trabalhos e em uma semana concluir uma primeira fase das investigações.
"É uma vergonha. Eles estão se livrando dos problemas, tirando a batata quente das mão já que envolve muita gente", alfinetou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
"A Câmara deu um atestado que não tem moral suficiente para punir os deputados", continuou o deputado João Batista Babá (PSOL-RJ). "O Congresso não pode abrir mão das investigações. Entregou a pizza crua para a Procuradoria", concluiu o vice-líder do PFL, deputado Pauderney Avelino (AM).
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice