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29/05/2006
-
22h20
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O chefe-de-gabinete do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Escudero Martins, passou o dia hoje explicando à Polícia Federal suas ligações com sócios de uma empresa suspeitos de aplicar golpes contra a Itaipu Binacional e três estatais brasileiras de energia elétrica. Ele chegou a ser detido, mas depois teve sua prisão relaxada.
Segundo Escudero, os contatos com as pessoas investigadas têm relação exclusiva com a tentativa de provar irregularidades na Itaipu, como um suposto caixa dois. Hauly lidera um movimento para investigar a Itaipu na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O ex-funcionário da Itaipu Laércio Pedroso, um dos detidos sob suspeita de golpe nas estatais, deporia na quarta-feira passada na comissão. Foi preso no dia anterior.
O assessor de Hauly depôs na condição de detido ao delegado Fernando Francischini, na PF de Curitiba. No final da tarde, o delegado sugeriu e a Justiça Federal relaxou sua prisão.
Francischini disse que o pedido de prisão se sustentou na dificuldade de notificá-lo para depor na sexta-feira passada. Acompanhado de advogado, Escudero se apresentou à delegacia às 8h de hoje.
Interceptações telefônicas autorizadas para monitorar a suposta quadrilha captaram conversas de Escudero com Laércio Pedroso e Luiz Geraldo Tourinho Costa, donos da CAA Consultoria e Assessoria Empresarial e tidos como os cabeças do esquema.
A PF também encontrou na mala que apreendeu de Pedroso cópias de documentos reservados que a Itaipu enviou à Mesa da Câmara, atendendo a requisição de Hauly.
O assessor parlamentar não deu entrevistas hoje. Em declarações anteriores, ele e o deputado Hauly disseram não reconhecer o sigilo da contabilidade da binacional. No entanto, numa conversa de Tourinho Costa com ele, que a PF interceptou em 8 de abril, Escudero informa que o gabinete recebeu os documentos pedidos à Itaipu.
''Tem alguns que são sigilosos, em caráter confidencial deles, que eu quero passar para vocês e para o Arnoldo [de Oliveira Pinto, advogado de Pedroso], que qualifica [sic] algumas coisas e vai ajudá-los em muito ainda."
Hoje, a Justiça Federal renovou as prisões temporárias dos seis detidos terça-feira em Curitiba, São Paulo e Brasília durante a Operação Castores. Entre eles está o assessor comissionado do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) José Roberto Paquier, por suspeita de participar do esquema para cobrar uma dívida da Eletronorte.
Outro lado
No final da tarde, o deputado Hauly disse à Folha ter recebido relato de "um excelente depoimento" de seu assessor. Segundo Hauly, Escudero orientou a PF a ampliar a investigação sobre irregularidades na binacional. "Passamos subsídios para que a PF avance na investigação da corrupção na Itaipu", disse.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Operação Castores
Assessor de deputado tucano passa o dia depondo na PF
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da Agência Folha, em Curitiba
O chefe-de-gabinete do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Escudero Martins, passou o dia hoje explicando à Polícia Federal suas ligações com sócios de uma empresa suspeitos de aplicar golpes contra a Itaipu Binacional e três estatais brasileiras de energia elétrica. Ele chegou a ser detido, mas depois teve sua prisão relaxada.
Segundo Escudero, os contatos com as pessoas investigadas têm relação exclusiva com a tentativa de provar irregularidades na Itaipu, como um suposto caixa dois. Hauly lidera um movimento para investigar a Itaipu na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O ex-funcionário da Itaipu Laércio Pedroso, um dos detidos sob suspeita de golpe nas estatais, deporia na quarta-feira passada na comissão. Foi preso no dia anterior.
O assessor de Hauly depôs na condição de detido ao delegado Fernando Francischini, na PF de Curitiba. No final da tarde, o delegado sugeriu e a Justiça Federal relaxou sua prisão.
Francischini disse que o pedido de prisão se sustentou na dificuldade de notificá-lo para depor na sexta-feira passada. Acompanhado de advogado, Escudero se apresentou à delegacia às 8h de hoje.
Interceptações telefônicas autorizadas para monitorar a suposta quadrilha captaram conversas de Escudero com Laércio Pedroso e Luiz Geraldo Tourinho Costa, donos da CAA Consultoria e Assessoria Empresarial e tidos como os cabeças do esquema.
A PF também encontrou na mala que apreendeu de Pedroso cópias de documentos reservados que a Itaipu enviou à Mesa da Câmara, atendendo a requisição de Hauly.
O assessor parlamentar não deu entrevistas hoje. Em declarações anteriores, ele e o deputado Hauly disseram não reconhecer o sigilo da contabilidade da binacional. No entanto, numa conversa de Tourinho Costa com ele, que a PF interceptou em 8 de abril, Escudero informa que o gabinete recebeu os documentos pedidos à Itaipu.
''Tem alguns que são sigilosos, em caráter confidencial deles, que eu quero passar para vocês e para o Arnoldo [de Oliveira Pinto, advogado de Pedroso], que qualifica [sic] algumas coisas e vai ajudá-los em muito ainda."
Hoje, a Justiça Federal renovou as prisões temporárias dos seis detidos terça-feira em Curitiba, São Paulo e Brasília durante a Operação Castores. Entre eles está o assessor comissionado do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) José Roberto Paquier, por suspeita de participar do esquema para cobrar uma dívida da Eletronorte.
Outro lado
No final da tarde, o deputado Hauly disse à Folha ter recebido relato de "um excelente depoimento" de seu assessor. Segundo Hauly, Escudero orientou a PF a ampliar a investigação sobre irregularidades na binacional. "Passamos subsídios para que a PF avance na investigação da corrupção na Itaipu", disse.
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