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31/05/2006 - 15h44

Cozinheira liga Palocci, Dirceu e Okamotto a comendador Arcanjo

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

Em depoimento à CPI dos Bingos, a cozinheira Zildete Leite dos Reis acusou hoje os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil) e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, de freqüentarem a casa do empresário João Arcanjo Ribeiro --conhecido como comendador Arcanjo, em Mato Grosso. Ela disse ainda que chegou a ver os três saindo da casa com malas de dinheiro.

Zildete afirmou ainda que viu o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, procurar Arcanjo para contratar um pistoleiro que iria assassinar o prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).

A CPI mostrou fotos de várias pessoas a Zildete, que reconheceu Palocci, Dirceu, Okamotto, o ex-bispo Carlos Rodrigues e Fernandinho Beira-Mar. Segundo ela, o traficante teria negócios com o comendador Arcanjo, que envolveria tráfico de armas.

Ela comentou que Palocci era "muito arrogante", ao contrário de Okamotto que "era simpático". Zildete não reconheceu a foto de Sombra. Mas depois de conversar com o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que à época, "antes de 2002", ele usava um cavanhaque e que por isso não tinha identificado.

Zildete trabalhou na casa de Arcanjo como cozinheira do Buffet da Lenira --que cuidava dos jantares do comendador. Ela disse que resolveu contar o que sabe porque seu irmão foi assassinado por Arcanjo, que está preso e é acusado de cometer vários crimes.

Segundo a cozinheira, os dois ex-ministros e Okamotto chegavam a casa de Arcanjo no jatinho particular dele "para não serem reconhecidos pela mídia".

Ela revelou que Palocci esteve três vezes na casa, que era considerado como um irmão pelo comendador, e que em uma das vezes ele saiu com uma mala de dinheiro. Zildete se contradisse ao dizer que Palocci já era ministro quando o episódio teria ocorrido, mas afirmou que ele esteve na casa entre 2000 e 2001. Palocci só assumiu o ministério em 2003.

Dirceu, segundo a cozinheira, esteve duas vezes na casa e também saiu com uma mala de dinheiro, assim como Okamotto.

Zildete contou que via as malas abertas na sala da casa com dólares e, no final das visitas, os três saíam com as malas, o que a faz ter certeza de que levaram o dinheiro.

Cautela na CPI

O relator da CPI recebeu com cautelas o depoimento de Zildete. "As palavras dela precisam ser comprovadas. Não tenho dúvidas de que ela esteve na casa, de que preparava as comidas para as pessoas, mas o que ela falou tem que ser comprovado", ponderou.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou, no entanto, que acha ser necessário uma acareação entre os dois ex-ministros, Okamotto e a cozinheira. Garibaldi considerou uma "tentativa de sensacionalismo" colocar os quatro frente a frente.

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