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31/05/2006 - 17h44

Procuradoria quer investigar 15 parlamentares "sanguessugas"

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da Folha Online

O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) pediu hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito contra 15 "sanguessugas". Os investigados são suspeitos de participar do esquema de compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro do Orçamento da União.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) não divulgou o nome dos primeiros investigados, pois existe a possibilidade de o inquérito correr sob segredo Justiça.

O procurador encontrou indícios da participação de 15 parlamentares na máfia das ambulâncias. Ele chama o esquema de organização criminosa especializada na fraude de licitações, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

No começo do mês, a Polícia Federal prendeu 44 pessoas durante a Operação Sanguessuga. Entre os presos havia empresários, ex-deputados, assessores parlamentares.

A ex-assessora da Saúde Maria da Penha Lino entregou para a PF uma lista com o nome de 283 parlamentares suspeitos de participar da máfia das ambulâncias.

O caso começou a ser investigado pelo Congresso, mas o caso foi repassado para a Procuradoria. O Congresso alegou que não teria condições de fazer uma investigação desse porte.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a Procuradoria enviaria o resultado das investigações para as Corregedorias da Câmara e Senado, que encaminhariam possíveis acusações para os Conselhos de Ética de cada Casa.

Como funcionava o esquema

A quadrilha desmontada pela Polícia Federal, que fraudava a venda de ambulâncias para prefeituras de diversos Estados do país, era chefiada pela família Trevisan Vedoin, no Mato Grosso.

A empresa da família era chefiada por Darci José Vedoin e tinha membros infiltrados na Câmara dos Deputados, no Ministério da Saúde e na Associação de Municípios do Mato Grosso.

O primeiro passo da ação da quadrilha era o contato com os prefeitos interessados. O responsável pelo contato seria José Wagner dos Santos.

Nessa conversa com os prefeitos, ele dizia que poderia entregar uma ambulância completa antes do prefeito consegui-la pelos trâmites normais. Com isso, o prefeito ficaria livre de toda a burocracia e não teria de fazer nenhum esforço.

Com a concordância do prefeito, a quadrilha acionava assessores de parlamentares que preparavam emendas a serem apresentadas por deputados e senadores. O texto era aprovado no Congresso Nacional e a assessora Maria da Penha Lino teria a incumbência de aprovar o convênio e facilitar a liberação do recurso.

Caberia à empresa Planam, de propriedade da família Trevisan Vedoin, montar as ambulâncias e entregá-las ao prefeito. A empresa superfaturava em até 110% a operação e entregava um veículo sem os equipamentos necessários para atendimentos de emergência.

No total, a quadrilha teria movimentado R$ 110 milhões desde 2001 e entregue 1.000 veículos. Cada intermediário recebia propina para atuar. Há indícios, conforme as investigações, que dois ex-parlamentares, Ronivon Santiago e Carlos Rodrigues, tenham também recebido propina.

Especial
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