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04/06/2006 - 10h02

Tortura é o "cuecão" do PT, provoca Alckmin

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Petrolina (PE)

O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem em Petrolina (780 km de Recife) que o povo brasileiro foi torturado pelos escândalos envolvendo pessoas ligadas ao governo federal.

A declaração foi mais uma resposta do tucano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na quinta-feira desafiou a oposição a utilizar na TV, durante a campanha eleitoral, as denúncias de corrupção contra seu governo e contra integrantes do PT. "Quero que coloquem as torturas que fizeram com muita gente lá", disse Lula.

Alckmin, que no mesmo dia afirmou que o presidente era cínico, voltou ao ataque ontem. "Torturado foi o povo brasileiro. É o cuecão, o dólar de Cuba na caixa de uísque, o desvio de dinheiro público, a operação sanguessuga, o caixa dois, o 'valerioduto', o caseiro nordestino tendo o sigilo bancário violado. Isso é que é tortura", afirmou o tucano, listando denúncias de corrupção que envolvem pessoas ligadas ao governo.

Para o tucano, os sinais de irregularidade encontrados pela Operação Sanguessuga não se restringem a só um setor do governo. "A realidade é muito mais grave", afirmou. "O roubo não é só na compra de ambulância. Pode ir lá, fazer um check-up nos convênios do governo federal que você vai ver que não tem o menor controle."

Alckmin diz acreditar que Lula já foi atingido pelas denúncias, mas que isso ainda não se refletiu nas pesquisas porque não foi feita distinção entre popularidade e credibilidade.

"São coisas totalmente diferentes", declarou. "Hoje, você tem pesquisa sobre quem é mais ou menos conhecido. Os temas da campanha de 2006 ainda não começaram. A campanha muda quando muda o horário de novela."

Sobre seu desempenho nos levantamentos, o ex-governador paulista declarou estar satisfeito com os resultados. "Tenho entre 19% a 23%. Está ótimo. Não tinha isso quando fui candidato a governador de São Paulo. Então, vejo um bom patamar. Não tenho preocupação com pesquisa nesse momento."

Alckmin afirmou ainda acreditar que o PMDB não se coligará com nenhum partido. "Essa é a minha impressão, e fico muito feliz porque aqui, em Pernambuco, o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) já declarou apoio a nossa pré-candidatura."

Jarbas não foi a Petrolina para receber o tucano. Disse, em Recife, que tinha o compromisso de assistir o jogo Sport x CRB, pela série B do Campeonato Brasileiro.

À tarde, Alckmin visitou lavoura irrigada e, em seguida, uma comunidade de agricultores pobres, que vivem de plantios de subsistência. No local, o tucano vestiu o traje típico dos vaqueiros do sertão: chapéu de couro, gibão (manta de couro) e guarda-peito (colete de couro). Depois, andou a cavalo.

Na casa da agricultora Margarida dos Santos, o ex-governador almoçou bode assado, galinha de capoeira (um tipo de galinha caipira), batata doce e arroz, preparados pela anfitriã. De sobremesa, experimentou doce de gergelim. "Está uma delícia", disse.

O tucano discursou de improviso para os sertanejos. Afirmou que até os 16 anos morou em fazenda porque o pai era veterinário.

À noite, Alckmin jantaria na zona urbana de Petrolina. No cardápio, bode novamente, no Bodódromo, região onde se concentram conceituadas churrascarias de bode. Após o jantar, a comitiva poderia encerrar a noite em um forró.

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