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07/06/2006
-
20h18
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Parlamentares ligados ao "campo da esquerda" financiam parte das atividades do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), afirmou hoje à Folha, por telefone, a integrante da secretaria nacional do movimento Glades Rossi.
Segundo ela, sindicatos e movimentos sociais urbanos também colaboram financeiramente com a organização. Em troca, eles recebem apoio em atividades que, na avaliação dos sem-terra, podem ajudar na implantação do socialismo --modelo que o MLST acredita ser o único capaz de implementar a reforma agrária no país.
Para a dirigente, o tumulto ocorrido ontem na Câmara não afastará esses parlamentares e as entidades urbanas do movimento. Sem citar nomes, ela afirmou que os aliados não se queixaram do que aconteceu e que, em breve, "todo mundo vai ficar sabendo quem são os nossos parceiros de verdade".
A dirigente nega que parte dos recursos doados sejam revertidos para a remuneração de lideranças da organização."Não temos coordenação nacional sustentada pelo movimento", afirmou. "Todo mundo tem seu trabalho e seus compromissos."
Rossi disse também que o MLST "não cobra colaboração" dos trabalhadores rurais acampados e assentados e que não recebe recursos internacionais.
Ainda de acordo com ela, além de parlamentares e de entidades urbanas, outra fonte de renda da organização é a venda de produtos de sua marca, como bandeiras, camisetas e bonés.
Sem registro
Acompanhando o padrão de outras organizações, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MLST não tem registro comercial ou jurídico, o que o impede de ser responsabilizado por um ato coletivo. O grupo se autodefine como sendo um "movimento da sociedade civil organizada".
Apesar de o seu principal líder, Bruno Maranhão, ser integrante da executiva nacional do PT (afastado ontem), o MLST mantém em postos de comando militantes de outros partidos de esquerda, como o PSOL, o PSTU e o PC do B.
A organização, entretanto, tende a apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a dirigente, apesar das "divergências" em relação à política econômica, a entidade considera que "houve avanços na reforma agrária".
O projeto de distribuição de terras do MLST, porém, passa longe do que propõe o governo. O movimento defende o fim da divisão dos assentamentos em lotes individuais e a implantação de glebas comunitárias.
O grupo apóia a desapropriação de latifúndios, mesmo que sejam produtivos, e considera as invasões necessárias em áreas "socialmente injustas", onde ocorrem trabalho análogo à escravidão ou com exploração da mão-de-obra infantil.
O MLST prega ainda a criação de "empresas comunitárias" no campo e na cidade. Nesse sistema, os trabalhadores dividiriam as tarefas de todo o processo produtivo. No final, a renda gerada seria repartida entre todas as famílias envolvidas.
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Parlamentares são uma das fontes de renda do MLST
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da Agência Folha, em Recife
Parlamentares ligados ao "campo da esquerda" financiam parte das atividades do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), afirmou hoje à Folha, por telefone, a integrante da secretaria nacional do movimento Glades Rossi.
Segundo ela, sindicatos e movimentos sociais urbanos também colaboram financeiramente com a organização. Em troca, eles recebem apoio em atividades que, na avaliação dos sem-terra, podem ajudar na implantação do socialismo --modelo que o MLST acredita ser o único capaz de implementar a reforma agrária no país.
Para a dirigente, o tumulto ocorrido ontem na Câmara não afastará esses parlamentares e as entidades urbanas do movimento. Sem citar nomes, ela afirmou que os aliados não se queixaram do que aconteceu e que, em breve, "todo mundo vai ficar sabendo quem são os nossos parceiros de verdade".
A dirigente nega que parte dos recursos doados sejam revertidos para a remuneração de lideranças da organização."Não temos coordenação nacional sustentada pelo movimento", afirmou. "Todo mundo tem seu trabalho e seus compromissos."
Rossi disse também que o MLST "não cobra colaboração" dos trabalhadores rurais acampados e assentados e que não recebe recursos internacionais.
Ainda de acordo com ela, além de parlamentares e de entidades urbanas, outra fonte de renda da organização é a venda de produtos de sua marca, como bandeiras, camisetas e bonés.
Sem registro
Acompanhando o padrão de outras organizações, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MLST não tem registro comercial ou jurídico, o que o impede de ser responsabilizado por um ato coletivo. O grupo se autodefine como sendo um "movimento da sociedade civil organizada".
Apesar de o seu principal líder, Bruno Maranhão, ser integrante da executiva nacional do PT (afastado ontem), o MLST mantém em postos de comando militantes de outros partidos de esquerda, como o PSOL, o PSTU e o PC do B.
A organização, entretanto, tende a apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a dirigente, apesar das "divergências" em relação à política econômica, a entidade considera que "houve avanços na reforma agrária".
O projeto de distribuição de terras do MLST, porém, passa longe do que propõe o governo. O movimento defende o fim da divisão dos assentamentos em lotes individuais e a implantação de glebas comunitárias.
O grupo apóia a desapropriação de latifúndios, mesmo que sejam produtivos, e considera as invasões necessárias em áreas "socialmente injustas", onde ocorrem trabalho análogo à escravidão ou com exploração da mão-de-obra infantil.
O MLST prega ainda a criação de "empresas comunitárias" no campo e na cidade. Nesse sistema, os trabalhadores dividiriam as tarefas de todo o processo produtivo. No final, a renda gerada seria repartida entre todas as famílias envolvidas.
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