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09/06/2006 - 17h15

Em tempos de denúncias e campanha, políticos evitam festas em Brasília

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

As denúncias que atingiram a classe política e o período de campanha eleitoral desanimaram os parlamentares mais festeiros de Brasília. Vice na chapa de Geraldo Alckmin à Presidência da República, o senador José Jorge (PFL-PE) ainda não sabe se fará sua tradicional festa junina, uma das mais concorridas entre os políticos.

O deputado Inaldo Leitão (PL-PB), que promove todos os anos um arraial na Câmara, também está desanimado. O único que ainda está certo em fazer pelo menos uma "pamonhada" é o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), mas nada parecido com o que ele costuma promover. A última festa do senador teve até casamento caipira. O noivo era o filho dele.

Os motivos para os parlamentares desistirem de comemorar o São João divergem. Há 22 anos, o senador José Jorge reúne o alto clero da política em seu apartamento na Asa Sul, em Brasília. Embora o espaço seja grande --a sala tem cerca de 70 metros quadrados-- o senador disse que ficam sempre alguns amigos de fora. "Não cabe todo mundo. No ano passado, o [senador] ACM e o [José] Sarney não foram convidados e depois vieram reclamar comigo", contou.

Como neste ano José Jorge é candidato, ele teme que a exclusão possa tirar votos de Geraldo Alckmin. "Se deixar alguém de fora vou perder votos e isso eu não posso de jeito nenhum", brincou o senador. Alckmin, indicam as pesquisas, precisa de muitos votos para conseguir ultrapassar Lula se quiser vencer as eleições presidenciais de outubro.

O senador disse que resolve até a próxima semana se aluga um espaço maior para o arraial ou se quebra uma tradição e não realiza a festa.

Clima

Inaldo Leitão, por sua vez, já decidiu. Para ele não há clima no Congresso para festa. "Depois da crise do mensalão não há mais como festejar nada na Câmara. O clima é de tristeza e velório. Está todo mundo desanimado", lamentou. A esperança do deputado é se reeleger e com ele um Congresso renovado. "Espero que a próxima legislatura seja mais saudável", disse.

Desde 1999 o deputado promove festas juninas nas dependências da Câmara. Todas com direito a quadrilha e comidas típicas. A seqüência só foi interrompida no ano passado, quando veio à tona o esquema "valerioduto". "Começaram a dizer que seria o forró do mensalão e eu desisti. Agora seria o forró dos sanguessugas. Assim não dá!", protestou.

Suassuna também costuma repetir em Brasília um pouco da festa de Campina Grande. O peemedebista --que teve dois assessores presos na Operação Sanguessuga-- é um dos mais animados até agora a repetir a dose neste ano.

"Eu quero fazer pelo menos uma pamonhada, mas não sei se a festa terá quórum. Os senadores do Nordeste estão todos em seus Estados porque ninguém vai perder as festas juninas em tempo de eleições. Os demais também estão tratando de campanha. Mas o meu gabinete já está enfeitado", avisou. A data da festa ainda não está definida.

Especial
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