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09/06/2006 - 20h34

Stedile diz que período eleitoral é ruim para fazer luta social

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Ao afirmar hoje que "certamente houve provocadores infiltrados" na ação do MLST no Congresso, o líder nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse que novas ocorrências desse tipo poderão ocorrer durante o período eleitoral. Ele disse ser este "o pior momento para fazer luta social" por causa da provocação das "forças obscuras" da "direita".

"Em períodos eleitorais --e nós estamos acostumados nos movimentos sociais--, quando tem a disputa eleitoral muito acirrada entre a esquerda e a direita, todas as forças usam todas as cartas sujas que têm na mão. O pior momento que temos para fazer luta social é esse período eleitoral, porque é o mais fértil em que as forças obscuras fazem todo tipo de provocação", disse.

Ele mandou um recado aos movimentos sociais: "Fiquem alertas, porque, daqui até as eleições, provavelmente outras provocações virão, justamente para criar clima de violência e de falso radicalismo".

Questionado se isso seria para prejudicar a candidatura Lula, ele disse: "Para prejudicar a sociedade brasileira, porque a direita nunca quer perder os privilégios. Ela não quer discutir democracia, projeto para o Brasil, reforma agrária, taxa de juro. Ela quer só retomar o governo para manter os privilégios".

A certeza sobre os provocadores infiltrados no MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), conforme disse, é "por causa do modus operandi".

"Sempre que acontece esse tipo de coisa, é muito fácil as forças policiais, treinadas para isso, infiltrarem provocadores, que agem com violência, com radicalismo, para criar o tumulto. E, no meio da massa, gera o tumulto, é incontrolável", afirmou, acrescentando que os trabalhadores do MLST "são gente humilde e pacífica".

Mas Stedile voltou a dizer que "não é hora de fazer pressão sobre a Câmara" e que os "inimigos principais da reforma agrária hoje são os bancos, os latifúndios, as grandes empresas transnacionais".

Verbas Públicas

Ele não quis comentar sobre verbas repassadas pelo governo para o MLST. Sobre o MST, disse que tem apoio de "várias ONGs". "Elas fazem convênios com o governo para viabilizar serviços públicos que, pela via natural do Estado, não chegam aos assentamentos e acampamentos".

Os convênios, segundo ele, são para alfabetizar adultos, escolas de segundo grau e contratar agrônomos. Disse que o governo repassa o dinheiro para as ONGs e que o MST não recebe dinheiro nenhum. "Tanto é que o MST não tem conta bancária, não tem caixa", afirmou.

Para Stedile, não é "o conveninho" que deve ser debatido, mas "um novo projeto para o Brasil", sem recursos para pagar juros aos bancos, "para as contas dessa burguesia nojenta do Brasil gastar em viagens em Miami para comprar apartamento novo".

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