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11/06/2006
-
08h59
MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo
Radical, mas bem-humorado. Petistas que convivem há décadas com Bruno Maranhão afirmam que ele expõe suas teses de extrema esquerda de forma pacífica dentro do partido e nunca deu demonstrações de agressividade. Aos 66 anos, o petista, membro da Executiva Nacional do partido, foi um dos líderes que coordenou, na terça-feira, a invasão e depredação da Câmara por militantes do MSLT (Movimento de Libertação dos Sem-Terra).
Sempre foi motivo de chacota entre os petistas o fato de Maranhão ser filho de usineiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo relatos de petistas, usualmente brincava: "Vamos fazer reforma agrária lá nas terras da sua família".
Apesar de ter vivido longos períodos de isolamento familiar, Maranhão nunca se irritou com os correligionários pelas brincadeiras, dizem petistas. "Todo mundo tira sarro dele por causa disso, mas ele nunca se incomodou", disse o deputado Paulo Rubem (PT-PE).
Maranhão foi um dos fundadores, em 1968, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). A vida de guerrilheiro, até com participação em assaltos a bancos na época da ditadura, destoa de sua origem rica. Formado em engenharia mecânica na Universidade Federal de Pernambuco, depois do AI-5 foi obrigado a viver na clandestinidade. No exílio, morou no Chile e em Paris.
Nas últimas visitas oficiais de Lula a Pernambuco, Maranhão auxiliava na recepção e acompanhava o presidente. Ambos são pernambucanos e, além disso, Maranhão passou praticamente toda a década de 90 em São Paulo. O líder foi o terceiro presidente estadual do PT de Pernambuco, e auxiliou Lula na criação do partido.
Minoria
De fundador, Maranhão passou a integrar uma minoria petista. A corrente à qual ele pertence, Brasil Socialista, não conta com nenhum representante no Congresso e só tem alguma expressão em nove Estados. Na Executiva do partido, Maranhão tinha a tarefa de consolidar o apoio dos movimentos sociais para a candidatura de reeleição de Lula.
Na prática, tinha pouca participação na vida partidária, pois preferia militar no MLST, que ajudou a criar em 1997, em Luiziânia, Goiás. Na época, comparou o MLST ao Movimento Zapatista, do México. "Somos os zapatistas brasileiros."
Bruno Maranhão é casado com Susana. Tiveram três filhos. Uma, portadora de deficiência, morreu na adolescência. Os outros, Alexandra e Mário, moram no exterior, segundo amigos. O líder do MLST é obcecado por leitura, especialmente de teses de esquerda. Nas reuniões do PT, sustenta a "descrença com o Estado burguês" e prega a revolução a partir das massas. "Essa visão dele é muito diferente da nossa. Acreditamos na democracia representativa", disse o deputado Maurício Rands (PT-PE).
"Nunca vi o Bruno praticar ato de violência", disse Paulo Rubem (PT-PE). O deputado conversou com ele minutos após a invasão. "Dissemos a ele: vocês cometeram um erro gigantesco. Não vai dar para atuarmos como bombeiros", relatou.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o MLST
Leia o que já foi publicado sobre invasões de sem-terra
Líder do MLST é filho de usineiros
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da Folha de S.Paulo
Radical, mas bem-humorado. Petistas que convivem há décadas com Bruno Maranhão afirmam que ele expõe suas teses de extrema esquerda de forma pacífica dentro do partido e nunca deu demonstrações de agressividade. Aos 66 anos, o petista, membro da Executiva Nacional do partido, foi um dos líderes que coordenou, na terça-feira, a invasão e depredação da Câmara por militantes do MSLT (Movimento de Libertação dos Sem-Terra).
Sempre foi motivo de chacota entre os petistas o fato de Maranhão ser filho de usineiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo relatos de petistas, usualmente brincava: "Vamos fazer reforma agrária lá nas terras da sua família".
Apesar de ter vivido longos períodos de isolamento familiar, Maranhão nunca se irritou com os correligionários pelas brincadeiras, dizem petistas. "Todo mundo tira sarro dele por causa disso, mas ele nunca se incomodou", disse o deputado Paulo Rubem (PT-PE).
Maranhão foi um dos fundadores, em 1968, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). A vida de guerrilheiro, até com participação em assaltos a bancos na época da ditadura, destoa de sua origem rica. Formado em engenharia mecânica na Universidade Federal de Pernambuco, depois do AI-5 foi obrigado a viver na clandestinidade. No exílio, morou no Chile e em Paris.
Nas últimas visitas oficiais de Lula a Pernambuco, Maranhão auxiliava na recepção e acompanhava o presidente. Ambos são pernambucanos e, além disso, Maranhão passou praticamente toda a década de 90 em São Paulo. O líder foi o terceiro presidente estadual do PT de Pernambuco, e auxiliou Lula na criação do partido.
Minoria
De fundador, Maranhão passou a integrar uma minoria petista. A corrente à qual ele pertence, Brasil Socialista, não conta com nenhum representante no Congresso e só tem alguma expressão em nove Estados. Na Executiva do partido, Maranhão tinha a tarefa de consolidar o apoio dos movimentos sociais para a candidatura de reeleição de Lula.
Na prática, tinha pouca participação na vida partidária, pois preferia militar no MLST, que ajudou a criar em 1997, em Luiziânia, Goiás. Na época, comparou o MLST ao Movimento Zapatista, do México. "Somos os zapatistas brasileiros."
Bruno Maranhão é casado com Susana. Tiveram três filhos. Uma, portadora de deficiência, morreu na adolescência. Os outros, Alexandra e Mário, moram no exterior, segundo amigos. O líder do MLST é obcecado por leitura, especialmente de teses de esquerda. Nas reuniões do PT, sustenta a "descrença com o Estado burguês" e prega a revolução a partir das massas. "Essa visão dele é muito diferente da nossa. Acreditamos na democracia representativa", disse o deputado Maurício Rands (PT-PE).
"Nunca vi o Bruno praticar ato de violência", disse Paulo Rubem (PT-PE). O deputado conversou com ele minutos após a invasão. "Dissemos a ele: vocês cometeram um erro gigantesco. Não vai dar para atuarmos como bombeiros", relatou.
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