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24/06/2006
-
09h04
MALU DELGADO
Enviada da Folha de S.Paulo a Brasília
Anunciado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato a vice em sua chapa, José Alencar (PRB) já começa a ser assediado pelo PMDB. Auxiliares do presidente trabalham pela filiação do mineiro à legenda, após a eleição. O PT e o PMDB, coincidentemente, ensaiam uma reaproximação em Minas Gerais.
Dirigentes do PSB também consideram estratégico levá-lo para a legenda. Apesar de ter manifestado insatisfação com as ofertas da vaga de vice ao PMDB e ao PSB, Alencar superou o mal-estar e está "feliz da vida", segundo um de seus aliados.
Crítico das altas taxas de juros, o vice se engajará na campanha apostando numa mudança gradual da política econômica num eventual segundo mandato.
Ontem, ele já deu mostras da mudança no tom do discurso: disse que o país está "em condição excepcional de crescimento". "É como ensina o Eclesiastes: há um tempo para cada coisa. Houve tempo de organizar a casa, agora é tempo de crescer. O governo está consciente de que o Brasil está preparado, como está consciente de que precisa crescer e vai crescer."
O vice comparou indicadores econômicos do início de 2003 e de agora: risco-país menor, relação dívida-PIB (Produto Interno Bruto) de 58% para 50% e dívida desdolarizada. "Isso é uma grande vitória", disse.
Sobre a taxa de juros, Alencar afirmou: "A taxa básica praticada pelo Banco Central ainda é muito alta em relação às praticadas no mundo inteiro. Porém, é bem inferior àquela que nós recebemos. Quando chegamos, a Selic era de 25% [ao ano]. Hoje é 15,25%, com tendência a cair. E vai chegar a menos do que isso. Isso nos prepara para retomar o crescimento, gerar oportunidade de trabalho e enriquecer o país".
Apesar de Lula ter anunciado sua manutenção na chapa, Alencar se recusou a comentar "hipóteses". "Digo o seguinte: se o Brasil achar que eu seja útil e me quiser, e me eleger, disponível eu estou, para trabalhar."
O presidente do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), que chegou a ser cotado como vice de Lula, fará um discurso hoje na convenção do PT explicando as razões para não formalizar uma aliança com Lula. O presidente do PC do B, Renato Rabelo, também discursará e deixará em suspense a aliança formal. Os comunistas querem mais prazo para fechar acordos com o PT nos Estados.
PRB
O partido que preencherá a vaga de vice na chapa de Lula conseguiu seu registro permanente há apenas 10 meses e, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, tem uma bancada na Câmara suspeita de integrar o esquema dos sanguessugas.
Os dois representantes do PRB (Partido Republicano Brasileiro) na Câmara, José Divino (RJ) e Vieira Reis (RJ), tiveram assessores e ex-assessores presos na operação da Polícia Federal que revelou o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras.
Além disso, os dois parlamentares tiveram seus nomes citados pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, suposto braço da quadrilha no Executivo, como direta ou indiretamente ligados ao esquema. Os dois negam as acusações.
No Senado, o único representante do PRB é Marcelo Crivella (RJ), que disputará o governo do Rio de Janeiro. Em pesquisa Datafolha publicada no final do mês passado, Crivella tinha 18% das intenções de voto contra 35% de Sérgio Cabral Filho (PMDB).
O PRB nasceu como PMR (Partido Municipalista Renovador) e já nos seus primeiros dias se envolveu em uma polêmica, já que seu primeiro estatuto trazia trechos idênticos ao estatuto do PL.
Além disso, a legenda começou a ser organizada em 2003 pelo então deputado do PL Bispo Rodrigues (RJ), hoje afastado da igreja e sem mandato. Rodrigues --hoje "Carlos Rodrigues"-- renunciou ao mandato no ano passado sob a acusação de envolvimento no escândalo do mensalão. Antes, já havia sido afastado de suas funções políticas na igreja. Em maio, Rodrigues foi preso na operação da PF que desmantelou o esquema das ambulâncias.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o presidente Lula
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Lula quer José Alencar no PMDB após as eleições
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Enviada da Folha de S.Paulo a Brasília
Anunciado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato a vice em sua chapa, José Alencar (PRB) já começa a ser assediado pelo PMDB. Auxiliares do presidente trabalham pela filiação do mineiro à legenda, após a eleição. O PT e o PMDB, coincidentemente, ensaiam uma reaproximação em Minas Gerais.
Dirigentes do PSB também consideram estratégico levá-lo para a legenda. Apesar de ter manifestado insatisfação com as ofertas da vaga de vice ao PMDB e ao PSB, Alencar superou o mal-estar e está "feliz da vida", segundo um de seus aliados.
Crítico das altas taxas de juros, o vice se engajará na campanha apostando numa mudança gradual da política econômica num eventual segundo mandato.
Ontem, ele já deu mostras da mudança no tom do discurso: disse que o país está "em condição excepcional de crescimento". "É como ensina o Eclesiastes: há um tempo para cada coisa. Houve tempo de organizar a casa, agora é tempo de crescer. O governo está consciente de que o Brasil está preparado, como está consciente de que precisa crescer e vai crescer."
O vice comparou indicadores econômicos do início de 2003 e de agora: risco-país menor, relação dívida-PIB (Produto Interno Bruto) de 58% para 50% e dívida desdolarizada. "Isso é uma grande vitória", disse.
Sobre a taxa de juros, Alencar afirmou: "A taxa básica praticada pelo Banco Central ainda é muito alta em relação às praticadas no mundo inteiro. Porém, é bem inferior àquela que nós recebemos. Quando chegamos, a Selic era de 25% [ao ano]. Hoje é 15,25%, com tendência a cair. E vai chegar a menos do que isso. Isso nos prepara para retomar o crescimento, gerar oportunidade de trabalho e enriquecer o país".
Apesar de Lula ter anunciado sua manutenção na chapa, Alencar se recusou a comentar "hipóteses". "Digo o seguinte: se o Brasil achar que eu seja útil e me quiser, e me eleger, disponível eu estou, para trabalhar."
O presidente do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), que chegou a ser cotado como vice de Lula, fará um discurso hoje na convenção do PT explicando as razões para não formalizar uma aliança com Lula. O presidente do PC do B, Renato Rabelo, também discursará e deixará em suspense a aliança formal. Os comunistas querem mais prazo para fechar acordos com o PT nos Estados.
PRB
O partido que preencherá a vaga de vice na chapa de Lula conseguiu seu registro permanente há apenas 10 meses e, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, tem uma bancada na Câmara suspeita de integrar o esquema dos sanguessugas.
Os dois representantes do PRB (Partido Republicano Brasileiro) na Câmara, José Divino (RJ) e Vieira Reis (RJ), tiveram assessores e ex-assessores presos na operação da Polícia Federal que revelou o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras.
Além disso, os dois parlamentares tiveram seus nomes citados pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, suposto braço da quadrilha no Executivo, como direta ou indiretamente ligados ao esquema. Os dois negam as acusações.
No Senado, o único representante do PRB é Marcelo Crivella (RJ), que disputará o governo do Rio de Janeiro. Em pesquisa Datafolha publicada no final do mês passado, Crivella tinha 18% das intenções de voto contra 35% de Sérgio Cabral Filho (PMDB).
O PRB nasceu como PMR (Partido Municipalista Renovador) e já nos seus primeiros dias se envolveu em uma polêmica, já que seu primeiro estatuto trazia trechos idênticos ao estatuto do PL.
Além disso, a legenda começou a ser organizada em 2003 pelo então deputado do PL Bispo Rodrigues (RJ), hoje afastado da igreja e sem mandato. Rodrigues --hoje "Carlos Rodrigues"-- renunciou ao mandato no ano passado sob a acusação de envolvimento no escândalo do mensalão. Antes, já havia sido afastado de suas funções políticas na igreja. Em maio, Rodrigues foi preso na operação da PF que desmantelou o esquema das ambulâncias.
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