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14/07/2006
-
10h11
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo
Uma emenda ao Orçamento da União apresentada pelo relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), foi usada no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras do país.
Três veículos foram adquiridos por cidades de Rondônia devido à emenda, mas o empresário Darci Vedoin --apontado como líder da quadrilha-- disse à CPI que Lando não participava do esquema de corrupção.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público, alguns parlamentares tiveram, à revelia, emendas monitoradas ou usadas por membros do esquema. A de Lando, de R$ 150 mil, foi apresentada em 2003, destinada a ações de saúde em Presidente Médici (RO). A emenda só foi executada em 2004, quando Lando era ministro da Previdência.
A informação de que uma emenda do relator da CPI foi usada pela quadrilha surgiu anteontem no depoimento de Darci Vedoin --dono da Planam, empresa que chefiaria o esquema-- à comissão.
A Folha teve acesso ao trecho da gravação do depoimento em que o empresário é questionado sobre emendas. "Muito foi feito de Rondônia, inclusive uma emenda sua, senador", disse Vedoin, dirigindo-se a Lando.
Sem demonstrar surpresa, o relator continuou os questionamentos. "Tenho uma emenda, que foi, casualmente, inclusive, tomada de preços, e a Planam ganhou. Mas o sr. fale a verdade se eu...".
Vedoin interrompeu: "Quando digo que é sua, não é entre aspas", afirmou. Em trecho anterior, o empresário afirmou: 'Pelo amor de Deus, estou te conhecendo agora..."
À Folha Lando negou ter apresentado emenda para compra de ambulância "e sim para ações de saúde". "Envolveram meu nome por disputa política." O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse ter conhecimento da emenda. "Ao assumir a relatoria, ele [Lando] nos contou. Por isso, tem nosso apoio e confiança."
O presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), recebeu ontem a lista de 42 parlamentares contra quem o Ministério Público solicitou abertura de inquérito. Ele espera divulgá-los na próxima semana, com o de 15 parlamentares contra os quais já há inquéritos abertos.
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Sanguessugas utilizaram emenda de relator da CPI
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da Folha de S.Paulo
Uma emenda ao Orçamento da União apresentada pelo relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), foi usada no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras do país.
Três veículos foram adquiridos por cidades de Rondônia devido à emenda, mas o empresário Darci Vedoin --apontado como líder da quadrilha-- disse à CPI que Lando não participava do esquema de corrupção.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público, alguns parlamentares tiveram, à revelia, emendas monitoradas ou usadas por membros do esquema. A de Lando, de R$ 150 mil, foi apresentada em 2003, destinada a ações de saúde em Presidente Médici (RO). A emenda só foi executada em 2004, quando Lando era ministro da Previdência.
A informação de que uma emenda do relator da CPI foi usada pela quadrilha surgiu anteontem no depoimento de Darci Vedoin --dono da Planam, empresa que chefiaria o esquema-- à comissão.
A Folha teve acesso ao trecho da gravação do depoimento em que o empresário é questionado sobre emendas. "Muito foi feito de Rondônia, inclusive uma emenda sua, senador", disse Vedoin, dirigindo-se a Lando.
Sem demonstrar surpresa, o relator continuou os questionamentos. "Tenho uma emenda, que foi, casualmente, inclusive, tomada de preços, e a Planam ganhou. Mas o sr. fale a verdade se eu...".
Vedoin interrompeu: "Quando digo que é sua, não é entre aspas", afirmou. Em trecho anterior, o empresário afirmou: 'Pelo amor de Deus, estou te conhecendo agora..."
À Folha Lando negou ter apresentado emenda para compra de ambulância "e sim para ações de saúde". "Envolveram meu nome por disputa política." O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse ter conhecimento da emenda. "Ao assumir a relatoria, ele [Lando] nos contou. Por isso, tem nosso apoio e confiança."
O presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), recebeu ontem a lista de 42 parlamentares contra quem o Ministério Público solicitou abertura de inquérito. Ele espera divulgá-los na próxima semana, com o de 15 parlamentares contra os quais já há inquéritos abertos.
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