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16/07/2006 - 10h07

"Bancada da bala" apóia Serra e linha dura contra crime

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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo

Historicamente ligados ao malufismo e ao quercismo, parlamentares adeptos da "linha dura" na segurança pública estão abrigados neste ano na coligação que tem o tucano José Serra como candidato ao governo do Estado de São Paulo.

Com posições contundentes pelo endurecimento da autoridade policial, eles reivindicam espaço na elaboração do programa de governo do candidato para a área mais sensível da administração em São Paulo, ainda que suas idéias se choquem com bandeiras sempre levantadas por Serra, como a defesa dos direitos humanos.

Estão sob o guarda-chuva de Serra, líder nas pesquisas de intenção de votos, o coronel da PM Ubiratan Guimarães, comandante da operação que resultou no massacre dos 111 presos no Carandiru, o capitão da PM Conte Lopes, o também coronel da PM Edson Ferrarini e o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, todos candidatos neste ano pelo PTB.

Os dois primeiros, deputados estaduais e candidatos à reeleição, integraram o extinto PPB (hoje PP) de Paulo Maluf. Fleury, eleito para comandar São Paulo com o apoio do então governador Orestes Quércia em 1990, trocou o PMDB pelo PTB após ter desavenças com seu antigo líder.

Também na coligação está o radialista Afanásio Jazádi (PFL), conhecido pelas posições em favor de uma ação enérgica da polícia contra os criminosos e pela defesa da pena de morte. Junto dos três petebistas, ele integra na Assembléia o grupo que ficou conhecido informalmente como "bancada da bala".

Já Fleury --que, pela primeira vez desde que deixou o Palácio dos Bandeirantes, em 1994, apóia um tucano para o governo paulista-- foi um dos expoentes do grupo parlamentar contrário à proibição do porte de armas no referendo realizado no ano passado.

Em 1998, apesar de seu partido ter apoiado Covas, ele declarou voto em Maluf. Em 2002, o PTB lançou candidato próprio ao governo e parte da bancada virou linha-auxiliar do pepista.

Segundo Fleury, Serra tem se mostrado aberto ao diálogo sobre o tema segurança. "Ele está ouvindo as pessoas sobre o programa de governo. Entre nossas sugestões está a de recuperar a auto-estima dos policiais, e ele tem se mostrado muito favorável a isso", disse Fleury, candidato à reeleição para a Câmara dos Deputados.

O ex-governador, um dos envolvidos na cisma peemedebista que originou o PSDB em 1988, diz ter superado as desavenças do passado. "Se eu disser que não ficaram mágoas, não estou sendo correto", disse.

À frente da área de segurança no programa de governo de Serra está um antigo conhecido de Fleury, o secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira.

Ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, Nunes Ferreira era vice de Fleury e, como ele, é oriundo do PMDB de Quércia, que administrou o Estado (1987-1991).

Outro ex-peemedebista das antigas gestões do partido no Estado que se junta aos tucanos é Barros Munhoz (PSDB), ex-secretário de Fleury e candidato à sucessão do ex-governador em 1994, na eleição vencida por Mário Covas. Morto em 2001, Covas se notabilizou pelas críticas ao legado Quércia-Fleury.

Discursos

Um dos mais inflamados integrantes da "bancada da bala", Conte Lopes ainda não está convencido de que os tucanos podem melhorar a segurança no Estado, apesar de ter acompanhado Serra no palanque que lançou a candidatura do tucano ao governo. "O PT e o PSDB são iguais nos discursos, até agora ninguém fez nada", diz o ex-comandante da Rota, a temida força da polícia paulista.

Para ele, os governos tucanos erraram. "Eles não foram enérgicos, liberaram as visitas íntimas, enfraqueceram a Rota e desvalorizaram os policiais. Se for chamado para participar do governo, vou com prazer, mas defendendo o que sempre defendi, o endurecimento contra o bandidos e a valorização do policial."

O deputado Alberto Goldman (PSDB), vice de Serra, disse que os tucanos estão abertos a sugestões, mas não abandonarão suas posições históricas se vencerem a eleição.

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