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20/07/2006
-
09h19
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo
Mesmo depois de mais de um ano de intensa crise ética e moral, o Congresso Nacional vem mantendo sua avaliação estável --e até mesmo melhorando um pouco quando se considera o período dos últimos quatro meses, segundo pesquisa Datafolha realizada em todo o país nos dias 17 e 18.
Para 40%, o desempenho do Congresso é ruim ou péssimo. Essa reprovação era de 42% em maio, oscilação dentro da margem de erro de dois pontos.
Tomando o dado de abril, época em que 47% consideravam ruim ou péssimo o trabalho de deputados e senadores, a reprovação caiu, no entanto.
Hoje, para 39% o desempenho dos congressistas é regular (contra 37% em maio e 34% em abril). Já a aprovação total (respostas "bom" e "ótimo") é concedida por apenas 13% dos pesquisados (eram 12% em maio).
Apesar de só três congressistas terem sido cassados até agora depois de diversas investigações, a crise atual no Poder Legislativo é uma das maiores em mais de dez anos. O último caso de corrupção em grande escala havia ocorrido em 1993.
A pesquisa Datafolha dá algumas pistas sobre a razão de a avaliação do Congresso não ter piorado nos últimos meses. Uma delas é que possivelmente o grau de informação sobre a política nacional não é alto no conjunto da população.
Quando se faz o cruzamento entre escolaridade e a avaliação do Congresso, a situação piora para os parlamentares. Entre as pessoas com ensino superior (que tendem a ser mais bem informadas), a reprovação é de 57%, contra 34% dos que têm até o ensino fundamental.
Há também uma conexão entre a boa vontade com o Congresso e intenção de voto presidencial. Apenas 34% dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acham que os congressistas têm um desempenho ruim ou péssimo. Já entre os eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB), a taxa de reprovação pula para 43%. Com Heloísa Helena (PSOL), vai a 50%.
"Não existem elementos científicos suficientes para saber a razão exata para que a avaliação dos congressistas tenha se estabilizado. Talvez as pessoas tenham se cansado desse assunto, a crise política e as acusações de corrupção", diz o cientista político Leôncio Martins Rodrigues.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acredita que "a população sabe diferenciar e não faz uma generalização". Para ele, pesa a favor dos congressistas o fato de "as investigações estarem acontecendo".
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Desaprovação ao Congresso segue alta, mas se estabiliza
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Mesmo depois de mais de um ano de intensa crise ética e moral, o Congresso Nacional vem mantendo sua avaliação estável --e até mesmo melhorando um pouco quando se considera o período dos últimos quatro meses, segundo pesquisa Datafolha realizada em todo o país nos dias 17 e 18.
Para 40%, o desempenho do Congresso é ruim ou péssimo. Essa reprovação era de 42% em maio, oscilação dentro da margem de erro de dois pontos.
Tomando o dado de abril, época em que 47% consideravam ruim ou péssimo o trabalho de deputados e senadores, a reprovação caiu, no entanto.
Hoje, para 39% o desempenho dos congressistas é regular (contra 37% em maio e 34% em abril). Já a aprovação total (respostas "bom" e "ótimo") é concedida por apenas 13% dos pesquisados (eram 12% em maio).
Apesar de só três congressistas terem sido cassados até agora depois de diversas investigações, a crise atual no Poder Legislativo é uma das maiores em mais de dez anos. O último caso de corrupção em grande escala havia ocorrido em 1993.
A pesquisa Datafolha dá algumas pistas sobre a razão de a avaliação do Congresso não ter piorado nos últimos meses. Uma delas é que possivelmente o grau de informação sobre a política nacional não é alto no conjunto da população.
Quando se faz o cruzamento entre escolaridade e a avaliação do Congresso, a situação piora para os parlamentares. Entre as pessoas com ensino superior (que tendem a ser mais bem informadas), a reprovação é de 57%, contra 34% dos que têm até o ensino fundamental.
Há também uma conexão entre a boa vontade com o Congresso e intenção de voto presidencial. Apenas 34% dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acham que os congressistas têm um desempenho ruim ou péssimo. Já entre os eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB), a taxa de reprovação pula para 43%. Com Heloísa Helena (PSOL), vai a 50%.
"Não existem elementos científicos suficientes para saber a razão exata para que a avaliação dos congressistas tenha se estabilizado. Talvez as pessoas tenham se cansado desse assunto, a crise política e as acusações de corrupção", diz o cientista político Leôncio Martins Rodrigues.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acredita que "a população sabe diferenciar e não faz uma generalização". Para ele, pesa a favor dos congressistas o fato de "as investigações estarem acontecendo".
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