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20/07/2006 - 21h03

Heloísa diz que está no "encalço da majestade barbuda"

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Juazeiro do Norte

Em campanha na terra do padre Cícero, a senadora Heloísa Helena, candidata a presidente pelo PSOL, disse hoje, em entrevista, que já ouviu de um eleitor que esta eleição virou uma feira-livre. "Ele me disse: cansei de chuchu, cansei de abobrinhas, agora vou de pimentinha", disse ela, ao contar a brincadeira feita com apelidos dados a ela e aos outros dois principais candidatos, Geraldo Alckmin (PSDB) e Lula (PT).

Ao lembrar um de seus outros apelidos, "Loló", a senadora afirmou que, caso seja eleita, não irá se submeter politicamente a figuras como os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), ainda que sejam de esquerda. "No governo da mulher Heloísa Helena, nem manda Bush nem Hugo Chávez, manda Loló", disse, em entrevista no meio da rua, rindo e apontando para si mesma.

Heloísa passou a manhã distribuindo beijos e abraços pelas ruas de Juazeiro do Norte (a 540 km de Fortaleza). Começou a campanha às 6h, na missa de homenagem aos 72 anos de morte do padre Cícero, vista por 30 mil pessoas.

Na parte do altar, montado em frente à igreja do Socorro, onde o religioso foi enterrado, destinada às autoridades, estava também o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), que ainda ontem à tarde recebeu Alckmin na cidade.

Para não ter de cumprimentar o governador, Heloísa desceu do altar assim que a missa acabou e ficou no meio da multidão. O assédio era tanto que ela mal conseguia andar nas ruas da cidade. Ganhou uma estátua do padre Cícero, feita de borracha, e outros apelidos: "cangaceira do bem" e "Maria Bonita do bem".

De tantos beijos e abraços, a lente dos óculos da senadora, sem armação e já um pouco rachada, partiu ao meio, e ela teve de arranjar um jeito de colar para continuar a caminhada.

Sobre propostas de governo, a candidata disse que pretende reduzir a taxa básica de juros pela metade, para também diminuir a dívida pública, e aumentar a meta de crescimento da economia para 6,5%.

Tida como um símbolo da esquerda mais radical no país, ela não definiu se irá fazer a estatização de alguma empresa que tenha sido privatizada em governos passados, uma das bandeiras de luta de seus apoiadores. "É uma especulação absolutamente indevida dizer o que fazer sem uma auditoria."

Ela também não falou em moratória, em relação à dívida pública, mas novamente em "auditoria".

"Então, se você quer uma palavra forte para botar lá na manchetezinha, diga que eu vou enfrentar os moleques do capital financeiro, sabotadores do desenvolvimento econômico às custas da dor e da miséria da grande maioria da população, e vou fazer não com um golpe presidencial, porque, se alguém disser isso, é tão ignorante, incapaz, desqualificado tecnicamente, que não conhece a legislação em vigor no país, porque quem define a política econômica é o Conselho Monetário Nacional."

Majestade barbuda

Comentando seu crescimento nas pesquisas eleitorais, Heloísa disse: "Eu estou no encalço. Primeiro do Alckmin, depois de sua majestade barbuda [Lula]".

Em Fortaleza, voltando a chamar os ministros de Lula de "empregadinhos", Heloísa disse que desafia "o patrão deles a ir a todos os debates promovidos".

Colaborou JOSÉ EDUARDO RONDON, da Agência Folha, em Fortaleza

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