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27/07/2006
-
20h26
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Após 40 minutos de encontro hoje em Belo Horizonte com o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o ex-presidente Itamar Franco (sem partido) oficializou o rompimento com o governo do presidente Lula e anunciou o apoio ao tucano. A questão "ética" foi o ponto central.
"Quando o presidente Lula escolheu o seu caminho e as suas companhias, nós escolhemos outro caminho e uma companhia ética", disse o ex-presidente (1992-1994), que fez questão de lembrar, mais uma vez, ter sido ele, em 2002, o primeiro governador de Estado não petista a apoiar a candidatura Lula --depois ele serviu ao governo como embaixador do Brasil na Itália.
Alckmin foi à capital mineira exclusivamente para receber esse apoio. Chegou ao apartamento de Itamar acompanhado pelo governador Aécio Neves (PSDB). Na saída, o presidenciável tucano disse estar "muito honrado" e retribuiu as palavras de Itamar dizendo ser o ex-presidente uma "referência ética na política brasileira".
"Eu diria que hoje, entre esses dias de campanha, é o dia que mais me estimula, porque sempre tive o presidente Itamar como referência", disse Alckmin, que entregou ao itamarista Henrique Hargreaves, ex-ministro da Casa Civil de Itamar, a coordenação da sua campanha em Minas.
Aécio definiu o apoio como "um fato político de peso". Disse que, além do "componente ético", terá implicações nacionais.
A questão ética permeou sempre o encontro, com Alckmin reiterando a "ética" de Itamar e evitando dizer o nome do presidente. E Itamar falando das ações "não-éticas" de Lula --que no mês passado atravessou o caminho dele ao influenciar o PT a se aliar ao PMDB-MG do ex-governador Newton Cardoso, rival itamarista.
"De uns tempos para cá, o governo Lula virou um feixe de palha. Qualquer vento leva essa palha", metaforizou Itamar, para quem até o PT se rendeu à "arrogância" do presidente.
"A partir de um certo momento, ele [Lula] se esgarçou, permitindo o esgarçamento do tecido governamental. Ele é quem prejudica o PT. O PT, que não deveria ser um partido de governo, tinha que ser um partido de sociedade para poder influenciar o governo, ficou sendo prejudicado pela postura não-ética do seu presidente da República, que era, antigamente, um militante. Hoje, me desculpe a expressão, ele é um homem arrogante."
Defensor da candidatura Aécio-2010, Itamar tem como bandeira construir desde já a candidatura do mineiro à Presidência. E ele deixou isso claro a Alckmin, que se esquivou de falar do assunto.
Mas Itamar aliviou ao dizer que Alckmin não pode se "adiantar" sobre 2010, mas que ele pode. "O Brasil já não prepara a Copa de 2014?"
Outro ponto caro a ele diz respeito à não-privatização das estatais. No governo FHC (1995-2002), Itamar combateu duramente a idéia de privatizar Furnas Centrais Elétricas.
O tucano disse que Itamar tem muito a contribuir nas áreas de energia, saneamento, militar e no campo político.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre as eleições 2006
Itamar invoca a "ética" e anuncia apoio a Alckmin
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
Após 40 minutos de encontro hoje em Belo Horizonte com o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o ex-presidente Itamar Franco (sem partido) oficializou o rompimento com o governo do presidente Lula e anunciou o apoio ao tucano. A questão "ética" foi o ponto central.
"Quando o presidente Lula escolheu o seu caminho e as suas companhias, nós escolhemos outro caminho e uma companhia ética", disse o ex-presidente (1992-1994), que fez questão de lembrar, mais uma vez, ter sido ele, em 2002, o primeiro governador de Estado não petista a apoiar a candidatura Lula --depois ele serviu ao governo como embaixador do Brasil na Itália.
Alckmin foi à capital mineira exclusivamente para receber esse apoio. Chegou ao apartamento de Itamar acompanhado pelo governador Aécio Neves (PSDB). Na saída, o presidenciável tucano disse estar "muito honrado" e retribuiu as palavras de Itamar dizendo ser o ex-presidente uma "referência ética na política brasileira".
"Eu diria que hoje, entre esses dias de campanha, é o dia que mais me estimula, porque sempre tive o presidente Itamar como referência", disse Alckmin, que entregou ao itamarista Henrique Hargreaves, ex-ministro da Casa Civil de Itamar, a coordenação da sua campanha em Minas.
Aécio definiu o apoio como "um fato político de peso". Disse que, além do "componente ético", terá implicações nacionais.
A questão ética permeou sempre o encontro, com Alckmin reiterando a "ética" de Itamar e evitando dizer o nome do presidente. E Itamar falando das ações "não-éticas" de Lula --que no mês passado atravessou o caminho dele ao influenciar o PT a se aliar ao PMDB-MG do ex-governador Newton Cardoso, rival itamarista.
"De uns tempos para cá, o governo Lula virou um feixe de palha. Qualquer vento leva essa palha", metaforizou Itamar, para quem até o PT se rendeu à "arrogância" do presidente.
"A partir de um certo momento, ele [Lula] se esgarçou, permitindo o esgarçamento do tecido governamental. Ele é quem prejudica o PT. O PT, que não deveria ser um partido de governo, tinha que ser um partido de sociedade para poder influenciar o governo, ficou sendo prejudicado pela postura não-ética do seu presidente da República, que era, antigamente, um militante. Hoje, me desculpe a expressão, ele é um homem arrogante."
Defensor da candidatura Aécio-2010, Itamar tem como bandeira construir desde já a candidatura do mineiro à Presidência. E ele deixou isso claro a Alckmin, que se esquivou de falar do assunto.
Mas Itamar aliviou ao dizer que Alckmin não pode se "adiantar" sobre 2010, mas que ele pode. "O Brasil já não prepara a Copa de 2014?"
Outro ponto caro a ele diz respeito à não-privatização das estatais. No governo FHC (1995-2002), Itamar combateu duramente a idéia de privatizar Furnas Centrais Elétricas.
O tucano disse que Itamar tem muito a contribuir nas áreas de energia, saneamento, militar e no campo político.
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