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28/07/2006 - 10h14

Planam cresceu mais durante gestão de Lula

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

Dados da Polícia Federal mostram que a empresa Planam --a fornecedora de ambulâncias da máfia das sanguessugas-- teve maior movimentação financeira nos anos de 2004 e 2005, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os números da PF contrariam os da CGU (Controladoria Geral da União). Anteontem, a CGU divulgou relatório apontando uma maior atuação da Planam de 2000 a 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A oposição acusou a controladoria de fazer uso político do relatório.

Segundo a PF, a Planam movimentou R$ 229.126,64 em 2000; R$ 196.584,16 em 2001 e R$ 3.462.290,32, no último ano de FHC no poder, em 2002. No ano seguinte, em 2003, a movimentação foi de R$ 3.199.878,62. A partir daí, os valores dispararam e chegaram a R$ 21.220.249,18 (em 2004) e a R$ 14.465.448,62 (em 2005).

A PF usou esses dados para pedir as prisões de 54 pessoas ligadas em maio. A partir da Operação Sanguessuga, descobriu-se o envolvimento de congressistas que recebiam propina para apresentar emendas ao Orçamento destinadas à compra de ambulâncias.

Conforme a CGU divulgou anteontem, a Planam, do período de 2000 a 2004, ganhou licitações em 891 convênios assinados pelo Ministério da Saúde com prefeituras para compra de ambulâncias, totalizando cerca de R$ 79 milhões.

Do total de convênios, segundo a CGU, 210 (23,5%) foram assinados no governo Lula, enquanto 681 (76,5%) no de FHC. A controladoria não trouxe dados de 2005. Com relação aos valores, a Planam ganhou, conforme a CGU, licitações envolvendo R$ 46,86 milhões, no biênio 2001-2002 (governo FHC), contra R$ 22,49 milhões, em 2003 e 2004.

Outras empresas

Pelos dados da PF, a Planam não foi a única empresa da família Vedoin que cresceu no governo Lula. Segundo a polícia, a Klass Comércio e Representação, aberta em nome de uma empregada doméstica de Darci Vedoin, movimentou R$ 18.131.339,41, em 2003, contra R$ 2.037.060,50 no ano anterior. Em 2004, baixou a R$ 3.458.813,10. A Klass também era usada para pagar propinas a congressistas, diz a PF.

Só a Santa Maria, outra empresa de fachada também em nome da empregada, teve redução nos valores no governo atual, despencando de R$ 16.228.760,48, em 2002, para R$ 4.381.331,53, no ano seguinte, e depois a zero em 2004.

A PF atribuiu essa queda à fiscalização da Receita Federal e ao início das investigações sobre a máfia dos sanguessugas.

Outro indicador de que Vedoin tinha horizonte para expandir seus negócios em 2003 era o projeto de construção de uma fábrica de carroceira de ônibus em Dias D'Ávila (BA).

Vedoin encarregou seu genro Ivo Spinola de cuidar do negócio e contou com ajuda, segundo a Folha revelou na terça-feira, do petista José Airton Cirilo, ex-presidente do PT cearense e candidato a deputado.

Cirilo ajudou Vedoin a tentar um empréstimo no BNB (Banco do Nordeste do Brasil) para construir a fábrica. O BNB, segundo Cirilo, avaliou o projeto da Planam, mas o rejeitou por problemas técnicos. Vedoin diz que conseguira um empréstimo do ex-deputado Bispo Rodrigues, então no PL do RJ. Acusado de receber mensalão, Rodrigues renunciou em 2005.

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