04/08/2006 - 19h56

GTech sairá em definitivo da Caixa após mais de dez anos

ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

A empresa GTech deixará definitivamente o sistema de loterias da Caixa Econômica Federal até o dia 12 de agosto. A partir desta data, o banco terá total controle sobre o processamento das operações das lotéricas. Desde 1994, a GTech, pivô do escândalo Waldomiro Diniz, atuava neste processo.

"Eu parabenizo a nova máquina que vai coordenar os jogos que a Caixa coordena. O que é mais prazeroso é saber que é tecnologia brasileira feita por brasileiros. A gente não tem que ficar dependentes de empresas que não são brasileiras ou às vezes empresas que não tem a mesma responsabilidade, a mesma seriedade que um funcionário de carreira da Caixa tem", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao banco nesta sexta-feira.

No início de 2004, Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu, foi acusado de negociar um contrato da GTech com a Caixa em 2003.

Em 2004, a Caixa fez uma licitação para um novo modelo de administração das lotéricas. Ela contratou quatro fornecedores (máquinas, rede de telecomunicações, bobinas e volantes e serviços de retaguarda) e passou a centralizar o processamento dos dados, o que antes era feito pela GTech.

A Caixa assumiu o processamento dos gastos em outubro do ano passado. Também no ano passado foi iniciada a troca de máquinas das lotéricas. Das 22.170 máquinas da GTech, faltam apenas a substituição de 1.638 (dados de ontem). Além das máquinas trocadas, a Caixa colocou mais 3 mil novos pontos.

Além disso, essas máquinas fazem as transações financeiras (como pagamento de contas e recarga de celulares) e de jogos. O sistema da GTech usava máquinas diferentes.

Segundo a Caixa, essa mudança possibilitou uma economia de cerca de R$ 705 milhões. Além disso, a GTech tinha uma participação sobre as receitas das operações das lotéricas repassadas à Caixa.

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