Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/08/2006 - 09h24

"Estrelas" petistas fogem de holofotes

Publicidade

ROGÉRIO PAGNAN
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Antes considerados vitrines do Partido dos Trabalhadores e figuras constantes na mídia, alguns dos principais candidatos petistas hoje usam a estratégia da vitimização, fogem dos holofotes da imprensa e são escanteados pelo próprio partido.

Fazem parte dessa lista o ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), homem forte do governo Lula durante quase 40 meses, o ex-presidente nacional do partido José Genoino, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha e os deputados José Mentor e Professor Luizinho. Todos são candidatos a deputado federal.

Palocci, que chegou a ser cogitado como sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva, participou até agora apenas de um evento político: um jantar em Ribeirão Preto do qual a imprensa foi proibida de participar.

O ministro mantém o isolamento adotado desde o início do caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, em março deste ano. A assessoria de imprensa de Palocci informa não haver previsão de eventos públicos de campanha e recusa pedidos de entrevista. Até hoje Palocci concedeu duas entrevistas, nas quais foram vetadas perguntas sobre o caseiro. Falou sobre economia e gripe aviária.

Genoino e Luizinho têm adotado esquema semelhante. O primeiro, que disputou em 2002 o governo paulista com Geraldo Alckmin, também se enclausurou após ser acusado de envolvimento no caixa dois do partido. O ex-presidente do PT diz que não quer mais o status de estrela e que fará uma campanha longe da imprensa.

Luizinho, acusado de ter recebido R$ 20 mil do valerioduto, mas absolvido pela Câmara, também não divulga sua agenda, evita entrevistas e tenta se agarrar à candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista. Sua presença é considerada, porém, indigesta pelo senador e pelo partido.

Segundo a Folha apurou, recados foram enviados aos mensaleiros para que se afastem da campanha. Exceção feita a Genoino, por quem o senador tem grande apreço, e a João Paulo, de cujos votos precisou para vencer Marta Suplicy (PT) nas prévias e ainda precisa para buscar tentar superar os adversários na região de Osasco (SP).

O comportamento adotado por Luizinho nas caminhadas irrita Mercadante. Diferentemente de Genoino, que se apresenta retraído, o professor atua como abre-alas da militância: nas ruas, bate palmas e grita anunciando a presença do candidato ao governo.

A Folha apurou que o presidente Lula vetou a participação dos mensaleiros na campanha dele à reeleição. Nenhum deles participou do jantar realizado no início deste mês, em São Paulo, para arrecadação de fundos para as campanhas de Lula e Mercadante.

Oficialmente, o senador nega sentir constrangimento ao lado dos colegas. Em conversas informais, porém, reclama de ter que dar explicações por fatos nos quais não está envolvido.

Dinheiro

Diferentemente dos colegas, João Paulo não se esconde da imprensa nem evita o assunto mensalão, mas adota um discurso de humildade. O deputado diz admitir os erros do partido e, por isso, pede desculpas ao eleitorado e um voto de confiança na candidatura dele.

Acusado de ter recebido pelo menos R$ 50 mil do esquema do mensalão, João Paulo tem alegado dificuldades de obter recursos para a campanha.
"Algumas pessoas estão tentando ajudar, umas com muita dificuldade, e outras espero que me ajudem", disse no mês passado, após participar de uma caminhada em Osasco com Mercadante.

Nesse evento, foram distribuídas 203 bandeiras com o nome e número do candidato, mas os organizadores pediam a devolução do material ao final do percurso, para serem utilizadas em outras manifestações.

A imagem de austeridade financeira da campanha, também adotada pelos demais candidatos, provoca risos em petistas não citados em escândalos. Segundo eles, que relatam dificuldades para arrecadar dinheiro para campanha por conta das denúncias contra o PT, os "mensaleiros" estão com os cofres cheios para gastar na campanha.

No horário político, o PT de São Paulo decidiu distribuir o tempo de forma igualitária entre os candidatos. Todos terão 15 segundos. A maior parte do horário abordará realizações do governo Lula.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre as eleições 2006
  • Enquete: o presidente Lula da Silva deveria ou não participar dos debates entre candidatos?
  • Enquete: a reeleição para presidentes, governadores e prefeitos deve acabar
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página