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14/08/2006 - 16h02

Seqüestro de jornalista foi terrorismo político-eleitoral, dizem tucanos

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TATHIANA BARBAR
da Folha Online

Os candidatos do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra, classificaram nesta segunda-feira o seqüestro do repórter da Rede Globo Guilherme Portanova, 30, como "terrorismo político-eleitoral".

Portanova ficou seqüestrado entre sábado (12) e esta segunda-feira. Os criminosos que mantiveram ele e o auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado, 27, em cativeiro disseram ser do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Calado foi libertado horas depois, ainda na noite de sábado, nas proximidades da TV. O auxiliar foi solto com a incumbência de levar um DVD à Globo e de garantir a exibição das imagens. Caso contrário, o repórter seria morto.

"Isso é um terrorismo político-eleitoral. Não tem a menor lógica seqüestrar pessoas para colocar fita na TV. Ladrão não faz isso. O fato lembra as Farcs [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] colombianas. Lá, a política migrou para o crime. Aqui o crime está migrando para a política", disse Alckmin.

Segundo o tucano, o crime organizado no Estado de São Paulo quer influenciar no processo eleitoral. "Está nítido, claro tudo isso. Eu vou agir muito duro como presidente, porque o Brasil precisa decidir se quer um governo frouxo e omisso na segurança pública ou alguém firme."

Alckmin disse ainda que pretende, se eleito, "aperfeiçoar a legislação, enfrentar o tráfico de drogas e o contrabando de armas". "O crime organizado está lutando contra o PSDB, contra a minha candidatura, é um terrorismo eleitoral a serviço do crime. Não estou dizendo que é uma ação partidária, eles querem interferir na eleição, contra o PSDB", reiterou.

Serra tem a mesma opinião de Alckmin. "O PSDB, no governo, enfrentou muito o crime organizado, tanto que o crime organizado não gosta do PSDB. A polícia de São Paulo prende muito mais gente que qualquer outra polícia. Não estou dizendo que tem partido instruindo o PCC, mas o PCC é contra o PSDB", afirmou.

O tucano ainda elogiou o atual governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). "Lembo é um homem íntegro, correto, que está trabalhando bastante para conter a violência no Estado."

Serra e Alckmin fizeram campanha juntos hoje na capital paulista.

Ação

O repórter e o técnico foram capturados por homens armados na manhã de sábado, quando deixavam uma padaria na avenida Luis Carlos Berrini, a menos de um quilômetro da sede da emissora. Calado foi libertado horas depois.

No vídeo exibido pela Globo, um suposto integrante do PCC faz críticas ao sistema penitenciário em frente a uma parede pichada. Ele pede um mutirão para revisão de penas, melhores condições carcerárias, e se posiciona contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que impõe regras mais rígidas aos presos.

As imagens entraram no ar no próprio sábado, no intervalo do "Supercine". O repórter foi liberado no final da noite de domingo pelos criminosos.

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