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15/08/2006 - 10h19

Presidente do TSE diz que sociedade elege os maus candidatos

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RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio de Mello, culpou a sociedade brasileira por votar mal e ter escolhido os políticos que têm sido flagrados em corrupção, ontem, em palestra na Amaerj (Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro).

Ele criticou os parlamentares envolvidos em escândalos --"não são dignos de respeito e muito menos de voto": "A sociedade não é vítima, mas autora. Somos responsáveis pelos políticos em geral, pelos homens públicos que aí estão".

Para Marco Aurélio, a atual crise, que descreveu como "um verdadeiro escárnio", pode, porém, "criar um Brasil melhor e mais fidedigno", a partir do voto consciente, que ele pregou ontem à noite em pronunciamento por rede nacional de televisão e rádio. "Quem não obedece à lei não merece respeito e muito menos o seu voto", disse.

O presidente do TSE citou frase do deputado Raul Fernandes, constituinte em 1934, para dizer que "o Poder Legislativo se corrompe e se corrompera desde suas origens".

Marco Aurélio também atacou a proposta de Constituinte, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Já se falou em Constituinte. Para quê? Vamos amar um pouco a constituição moderna." Em sua opinião, o Brasil não precisa de mais leis, mas de homens públicos e de cidadãos que se envergonhem de atos de corrupção.

Ele criticou até a Justiça Eleitoral por aprovar "contas com ressalvas", pois esse procedimento não deveria existir: "O Judiciário, talvez por não contar com a estrutura, tomou como faz-de-conta essa prestação. Daí surgiu uma figura interessante, que lembra a coluna do meio da loteria esportiva: a aprovação das contas com ressalvas. O que é isso? Ou bem as contas estão em harmonia com o figurino legal ou não estão e precisam ser rejeitadas".

Mensagem na TV

No pronunciamento feito ontem para anunciar o início da propaganda eleitoral gratuita, que será veiculada a partir de hoje, Marco Aurélio pediu uma revolução pelo voto: "É hora de nos prepararmos para a verdadeira revolução, que é a revolução pelo voto. Aproveite, eleitor, o conhecimento adquirido com a propaganda eleitoral e não se omita quanto ao que pode e deve fazer em benefício da nação, do crescimento geral".

Sem citar os escândalos recentes, ele disse que "o momento requer a maior atenção" e condena o voto nulo: "Eles [os eleitos] decidirão sobre quase todas as coisas que afetam a nossa vida, mas, no dia 1º de outubro, você será o patrão, o chefe", disse. "É preciso não esquecer que as conseqüências das eleições são duradouras. (...) Não se omita, nem desanime."

Sem citar os escândalos políticos recentes, o ministro disse que "o momento requer a maior atenção": "Observe a situação de hoje a exigir de todos nós muita responsabilidade. Sim, devemos exercer a cidadania com os olhos voltados à preocupação com o bem-estar geral, com o patrimônio público". Ele pediu ainda que as pessoas prestem atenção "no que dizem e como se comportam, no que fizeram no passado e, principalmente, de saber se essas pessoas são de fato corretas e cumpridoras dos deveres".

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