15/08/2006 - 22h42

Alckmin e Serra dizem que greve no Metrô de SP é "absurda"

FELIPE NEVES
da Folha Online

Os candidatos do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra, classificaram de "absurda" a greve dos metroviários que atingiu os moradores da capital paulista nesta terça-feira.

Os dois criticaram o fato de a categoria ter contrariado a decisão da Justiça. Na segunda-feira, o TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) reforçou a liminar que obrigava os metroviários a manterem 100% da frota em circulação nos horários de pico e 80% nos demais horários, mesmo em caso de greve.

Para Serra, a paralisação foi "um atentado que se fez contra a nossa população trabalhadora" e "uma atitude que é contra a expansão do Metrô de São Paulo".

A paralisação dos metroviários foi um protesto contra a licitação da linha 4-amarela (ainda em construção) do Metrô, que prevê a entrega do trecho à iniciativa privada por 30 anos.

Os sindicalistas alegam que o projeto será prejudicial aos cofres públicos entraram com uma ação na Justiça, tentando derrubar a licitação. Uma decisão judicial chegou a anular o edital, mas um recurso do Metrô permitiu que a licitação continuasse, mas não que ela seja concluída, ou seja: o Metrô pode escolher a empresa que operará o sistema, mas não contratá-la.

Alckmin defendeu o projeto, dizendo que essa é a única PPP no país que saiu do papel. E que o fato do governo investir mais que a iniciativa privada será para que o Estado não perca o controle sobre as tarifas. "Não vai aumentar um centavo", afirmou o tucano.

Segundo Alckmin, que se afastou do governo de São Paulo para concorrer à Presidência, pelo projeto, a linha 4-amarela deverá ficar pronta em dois anos e meio e vai transportar cerca de 900 mil passageiros por dia.

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