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17/08/2006
-
11h45
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
O procurador da República no Ceará, Alessander Sales, entrou na Justiça com um pedido de liminar para tentar bloquear os bens de quatro pessoas citadas no escândalo dos sanguessugas que vivem no Estado. Entre eles está o petista José Airton Cirilo, ex-diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), acusado de intermediar a venda ilegal de ambulâncias a prefeituras, com recursos federais, em troca de propina.
Além do bloqueio de bens, móveis e imóveis, e de aplicações bancárias, o procurador pediu ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos quatro envolvidos, desde 2002.
Os outros citados são o ex-deputado federal Rommel Feijó (PTB), o deputado federal Almeida de Jesus (PL) e o sobrinho de Cirilo, Raimundo Lacerda Filho, que atuava como assessor parlamentar do senador Luiz Pontes (PSDB) e recebeu depósitos de Darci e Luiz Antonio Vedoin (sócios da Planam e considerados os chefes da quadrilha das ambulâncias) em sua conta.
A iniciativa para a ação foi do próprio procurador. "Achei melhor pedir logo o bloqueio, para garantir o ressarcimento do que foi desviado aos cofres públicos", disse.
O pedido de liminar foi distribuído ontem para a 6ª Vara da Justiça Federal e pode ser decidido a qualquer momento. Na ação, Sales pediu que a decisão fosse colocada em prática imediatamente, ainda antes dos réus serem ouvidos.
O procurador também solicitou cópias dos documentos que estão com a CPI dos Sanguessugas, com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal de Mato Grosso. A intenção de Sales é de começar a investigar, assim que os documentos chegarem, as prefeituras cearenses que participaram do esquema.
Cirilo afirmou que, independente do pedido de quebra de sigilos, os seus dados bancários estão à disposição para qualquer investigação. Ele nega que tenha participado do esquema.
Feijó também afirmou, por meio de seu advogado, que seu sigilo bancário está à disposição da Justiça para que tudo seja apurado.
Candidato à reeleição a deputado federal, Almeida de Jesus também nega que tenha recebido propina. Ele admite, porém, ser autor de emendas para a aquisição de ambulâncias por prefeituras cearenses.
Desempregado desde que seu nome apareceu no escândalo, Raimundo Lacerda Filho disse que acatará a Justiça, caso seja decidida a quebra de seus sigilos. Ele nega que tenha recebido propinas ou que soubesse do esquema das ambulâncias e diz que o dinheiro que recebeu dos Vedoin foi por passar informações do Siaf (Sistema Integrado de Administração Financeira), acessíveis apenas a congressistas e a seus assessores, sobre a liberação de recursos de emendas do orçamento.
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No Ceará, Procuradoria tenta bloquear bens de ex-diretor da ANTT
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da Agência Folha, em Fortaleza
O procurador da República no Ceará, Alessander Sales, entrou na Justiça com um pedido de liminar para tentar bloquear os bens de quatro pessoas citadas no escândalo dos sanguessugas que vivem no Estado. Entre eles está o petista José Airton Cirilo, ex-diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), acusado de intermediar a venda ilegal de ambulâncias a prefeituras, com recursos federais, em troca de propina.
Além do bloqueio de bens, móveis e imóveis, e de aplicações bancárias, o procurador pediu ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos quatro envolvidos, desde 2002.
Os outros citados são o ex-deputado federal Rommel Feijó (PTB), o deputado federal Almeida de Jesus (PL) e o sobrinho de Cirilo, Raimundo Lacerda Filho, que atuava como assessor parlamentar do senador Luiz Pontes (PSDB) e recebeu depósitos de Darci e Luiz Antonio Vedoin (sócios da Planam e considerados os chefes da quadrilha das ambulâncias) em sua conta.
A iniciativa para a ação foi do próprio procurador. "Achei melhor pedir logo o bloqueio, para garantir o ressarcimento do que foi desviado aos cofres públicos", disse.
O pedido de liminar foi distribuído ontem para a 6ª Vara da Justiça Federal e pode ser decidido a qualquer momento. Na ação, Sales pediu que a decisão fosse colocada em prática imediatamente, ainda antes dos réus serem ouvidos.
O procurador também solicitou cópias dos documentos que estão com a CPI dos Sanguessugas, com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal de Mato Grosso. A intenção de Sales é de começar a investigar, assim que os documentos chegarem, as prefeituras cearenses que participaram do esquema.
Cirilo afirmou que, independente do pedido de quebra de sigilos, os seus dados bancários estão à disposição para qualquer investigação. Ele nega que tenha participado do esquema.
Feijó também afirmou, por meio de seu advogado, que seu sigilo bancário está à disposição da Justiça para que tudo seja apurado.
Candidato à reeleição a deputado federal, Almeida de Jesus também nega que tenha recebido propina. Ele admite, porém, ser autor de emendas para a aquisição de ambulâncias por prefeituras cearenses.
Desempregado desde que seu nome apareceu no escândalo, Raimundo Lacerda Filho disse que acatará a Justiça, caso seja decidida a quebra de seus sigilos. Ele nega que tenha recebido propinas ou que soubesse do esquema das ambulâncias e diz que o dinheiro que recebeu dos Vedoin foi por passar informações do Siaf (Sistema Integrado de Administração Financeira), acessíveis apenas a congressistas e a seus assessores, sobre a liberação de recursos de emendas do orçamento.
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