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20/08/2006
-
09h35
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Sob o argumento de que obedecem à orientação da matriz, as multinacionais --inclusive redes de hotéis-- são as mais resistentes ao assédio de arrecadadores nessas eleições. Integrantes do comando das campanha de Geraldo Alckmin e Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência contam que os executivos alegam que a legislação em seus países de origem não permite contribuição financeira em disputa eleitoral.
"Tenho falado que, para participarem de qualquer atividade do país, eles respeitam a legislação do país. Por isso, gostaria que fizessem uma reavaliação da orientação das matrizes, que a legislação brasileira é essa. E que a gente mereceria um pouquinho mais de consideração e respeito. Imagine se todas as empresas pensassem assim, não haveria financiamento legal de campanha", relata o tesoureiro da campanha de Lula, José de Filippi Júnior, gaguejando ao responder se há propostas de doação informal, o chamado caixa dois.
Em tempos de mensalão, a relutância das multinacionais é só um reflexo do momento em que as empresas encontraram na crise um pretexto ideal para tentar escapar nessas eleições. Segundo encarregados de arrecadação e empresários, não são raras as propostas de doação via caixa dois.
Excluídos da agenda oficial dos candidatos, os jantares e encontros ganham um ar de clandestinidade. Alckmin, por exemplo, tem se reunido com empresários pelo menos uma vez por semana, nas noites de segunda-feira.
Já tomou café da manhã com executivos das teles, se reuniu na Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e jantou com representantes dos setores sucro-alcooleiro, de alimentos, multinacionais e comércio varejista.
Na casa do presidente da rede Riachuelo, o jantar promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Varejista reuniu grandes empresas do setor, do Mac Donald's a lojas de departamento. Filho do empresário Abílio Diniz, João Paulo Diniz está organizando um outro jantar para Alckmin, que deverá acontecer até o fim do mês.
O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só não foi agendado porque o IDV não aceitou a proposta de reunião conjunta com a Associação Brasileira dos Atacadistas.
Sob a coordenação do empresário Adhemar Cesar Ribeiro --cunhado do candidato-- o comando de campanha de Alckmin montou um escritório exclusivamente para o funcionamento de seu comitê financeiro. Os tucanos dividiram tarefas entre os encarregados de arrecadação de fundos.
Nos encontros, não é Alckmin quem pede a contribuição. Mas um de seus emissários. Na reunião com executivos da área de telecomunicação, a abordagem aconteceu antes que o presidenciável tivesse chegado.
Segundo aliados de Lula e Alckmin não são raros os casos em que empresários associam a contribuição à liberação de recursos por obras executadas pelos governos federal e do Estado de São Paulo.
Temendo exposição e retaliação de quem venha a ganhar a eleição, as empresas devem endossar a tendência de pulverização das doações. Nos encontros, os empresários acenam com a possibilidade de colaboração, mas o dinheiro só sai mais tarde e depende de um fator: a perspectiva de vitória.
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da Folha de S.Paulo
Sob o argumento de que obedecem à orientação da matriz, as multinacionais --inclusive redes de hotéis-- são as mais resistentes ao assédio de arrecadadores nessas eleições. Integrantes do comando das campanha de Geraldo Alckmin e Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência contam que os executivos alegam que a legislação em seus países de origem não permite contribuição financeira em disputa eleitoral.
"Tenho falado que, para participarem de qualquer atividade do país, eles respeitam a legislação do país. Por isso, gostaria que fizessem uma reavaliação da orientação das matrizes, que a legislação brasileira é essa. E que a gente mereceria um pouquinho mais de consideração e respeito. Imagine se todas as empresas pensassem assim, não haveria financiamento legal de campanha", relata o tesoureiro da campanha de Lula, José de Filippi Júnior, gaguejando ao responder se há propostas de doação informal, o chamado caixa dois.
Em tempos de mensalão, a relutância das multinacionais é só um reflexo do momento em que as empresas encontraram na crise um pretexto ideal para tentar escapar nessas eleições. Segundo encarregados de arrecadação e empresários, não são raras as propostas de doação via caixa dois.
Excluídos da agenda oficial dos candidatos, os jantares e encontros ganham um ar de clandestinidade. Alckmin, por exemplo, tem se reunido com empresários pelo menos uma vez por semana, nas noites de segunda-feira.
Já tomou café da manhã com executivos das teles, se reuniu na Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e jantou com representantes dos setores sucro-alcooleiro, de alimentos, multinacionais e comércio varejista.
Na casa do presidente da rede Riachuelo, o jantar promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Varejista reuniu grandes empresas do setor, do Mac Donald's a lojas de departamento. Filho do empresário Abílio Diniz, João Paulo Diniz está organizando um outro jantar para Alckmin, que deverá acontecer até o fim do mês.
O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só não foi agendado porque o IDV não aceitou a proposta de reunião conjunta com a Associação Brasileira dos Atacadistas.
Sob a coordenação do empresário Adhemar Cesar Ribeiro --cunhado do candidato-- o comando de campanha de Alckmin montou um escritório exclusivamente para o funcionamento de seu comitê financeiro. Os tucanos dividiram tarefas entre os encarregados de arrecadação de fundos.
Nos encontros, não é Alckmin quem pede a contribuição. Mas um de seus emissários. Na reunião com executivos da área de telecomunicação, a abordagem aconteceu antes que o presidenciável tivesse chegado.
Segundo aliados de Lula e Alckmin não são raros os casos em que empresários associam a contribuição à liberação de recursos por obras executadas pelos governos federal e do Estado de São Paulo.
Temendo exposição e retaliação de quem venha a ganhar a eleição, as empresas devem endossar a tendência de pulverização das doações. Nos encontros, os empresários acenam com a possibilidade de colaboração, mas o dinheiro só sai mais tarde e depende de um fator: a perspectiva de vitória.
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