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23/08/2006
-
19h33
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
A candidata do PPS ao governo do Rio de Janeiro, Denise Frossard, última sabatinada pela Folha no Rio, defendeu o equilíbrio entre os sexos como ferramenta para o desenvolvimento.
Frossard prometeu reduzir o número de secretarias estaduais como forma de diminuir as despesas com o custeio da máquina e disse que pretende dividi-las de forma igualitária.
A candidata foi entrevistada por Paula Cesarino Costa (diretora da Sucursal do Rio), Plínio Fraga (coordenador da Sucursal), Eliane Cantanhêde e Danuza Leão (colunistas).
Segundo Frossard, se eleita, serão dez secretarias, em que metade ficará com as mulheres e a outra metade com os homens.
"Está provado que em países em que há equilíbrio de gênero, há menos mortalidade infantil, a corrupção é menos percebida e se vive com mais harmonia. Esse Congresso com 42 mulheres é uma desgraça de desequilíbrio", afirmou.
Durante a sabatina, a candidata defendeu o pagamento de salários e aposentadorias diferenciadas para magistrados.
Ela chegou a mostrar seus holerites como juíza e como deputada e criticou adversários. "Eu mostro minha casa para vocês [disse aos jornalistas] e desafio os outros candidatos para que também mostrem."
Mulheres e homens
Frossard, que é deputada federal, disse que o Congresso Nacional tem um "desequilíbrio de gêneros". "No Congresso é uma coisa horrorosa. São só 42 mulheres. Aquela mesa do Congresso é uma mesa de macho", afirmou, arrancando risos da platéia.
Ela afirmou que o equilíbrio entre os sexos tem reduzido taxas de mortalidade infantil e índices de corrupção em países desenvolvidos e que pretende adotar essa prática se assumir o Estado.
A candidata afirmou ser favorável à união entre pessoas do mesmo sexo e disse que os cidadãos devem ter o direito de escolher suas preferências sexuais.
Salários
Frossard disse considerar justo que salários de magistrados sejam mais robustos do que o restante da população, como forma de tentar impedir a corrupção. Segundo ela, o cidadão comum precisa ter a certeza de que o juiz não vai "se vender" e o salário diferenciado tem esse papel.
Durante a sabatina com os candidatos, Denise mostrou seu holerite de juíza inativa com valor bruto de pouco mais de R$ 21 mil e o de deputada federal com valor bruto de R$ 13 mil e fez acusações a seus adversários. "Desafio os outros candidatos para que também mostrem", afirmou a juíza.
Alianças
A candidata afirmou que não vê problemas com as alianças entre seu partido, o PPS, e o PFL e o PV.
Ela afirmou que 'o PFL tem a preocupação administrativa, o PPS, a social, e o PV, a ambiental. "É uma dona flor e seus dois maridos."
Segundo ela, as fronteiras entre esquerda e direita estão mais tênues desde a década de 80. "Essas tendências foram subtilizadas depois da queda do Muro de Berlim", disse.
Frossard se declarou como de centro-esquerda e não descartou que pudesse se filiar ao PFL, embora tenha rejeitado uma eventual ida para o PMDB ou o PT.
Alckmin x Lula
Embora tenha declarado voto em Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições presidenciais, Frossard fez elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela destacou a atuação de Lula na política macroeconômica e o também elogiou o ministro Patrus Ananias à frente da pasta de Desenvolvimento Social.
"Mas tem uma coisa horrorosa que é a compra de deputados. Os fins não justificam os meios."
Declaração polêmica
A candidata disse que foi mal-interpretada quando se referiu pelo parecer em um projeto de lei ligado a deficientes.
O parecer dizia "a deformidade física fere o senso estético do ser humano. A exposição em público de chagas e aleijões produz asco no espírito dos outros, uma rejeição natural ao que é disforme e repugnante, ainda que o suporte seja uma criatura humana."
"Esse foi um parecer. Não era eu que estava afirmando, mas escrevi como a sociedade via. Como as pessoas deficientes se sentiram agredidas, fui até elas explicar."
Segurança
Ao comentar a questão da segurança pública, Frossard lembrou de sua formação como juíza, que determinou a prisão da cúpula do jogo do bicho em 1993, e prometeu aparelhar as polícias militar e civil. Além disso, disse que vai diminuir a corrupção e manter as crianças em áreas de risco durante mais tempo na escola.
Ela rejeitou a proposta de utilizar o Exército para fornecer segurança no Estado. "Exército não é para patrulhar a rua. Vou recuperar a polícia porque hoje ela não existe", disse ela.
Frossard disse ser a favor da redução da maioridade penal para 16 anos para igualar a lei à legislação eleitoral, que permite que os jovens dessa idade votem, mas disse que esse tipo de ajuste tem de ser feito com parcimônia. "Tem que parar a fábrica de delinqüentes. Daqui a pouco vão dizer que tem que matar o feto."
São Paulo
O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) abrirá na próxima terça-feira (29) o ciclo de sabatinas da Folha com os principais candidatos ao governo de São Paulo. Na quarta-feira, dia 30, o entrevistado será o senador Aloizio Mercadante (PT). José Serra (PSDB), ex-prefeito da capital, no dia 31 (quinta), encerrará o ciclo com os candidatos em São Paulo.
As sabatinas serão realizadas no Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618, piso 2), das 15h às 17h. Os entrevistadores serão o secretário de Redação da Folha Vaguinaldo Marinheiro, o editor de Brasil, Fernando de Barros e Silva, e os colunistas da Folha Mônica Bergamo e Gilberto Dimenstein.
As inscrições em São Paulo estão abertas apenas para os assinantes do jornal e podem ser feitas pelo e-mail eventofolha@folhasp.com.br ou pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h (no dia da sabatina, serão aceitas inscrições por e-mail até as 12h). É preciso informar nome completo, RG, telefone e código de assinatura.
Na primeira semana de setembro, a Folha sabatinará os principais candidatos à Presidência da República. Heloísa Helena (PSOL) será sabatinada no dia 4/9, e Geraldo Alckmin (PSDB), no dia 5/9. O presidente Lula (PT) ainda não confirmou sua participação.
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Para Frossard, Rio precisa de equilíbrio entre sexos
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da Folha Online, no Rio
A candidata do PPS ao governo do Rio de Janeiro, Denise Frossard, última sabatinada pela Folha no Rio, defendeu o equilíbrio entre os sexos como ferramenta para o desenvolvimento.
Frossard prometeu reduzir o número de secretarias estaduais como forma de diminuir as despesas com o custeio da máquina e disse que pretende dividi-las de forma igualitária.
A candidata foi entrevistada por Paula Cesarino Costa (diretora da Sucursal do Rio), Plínio Fraga (coordenador da Sucursal), Eliane Cantanhêde e Danuza Leão (colunistas).
Segundo Frossard, se eleita, serão dez secretarias, em que metade ficará com as mulheres e a outra metade com os homens.
"Está provado que em países em que há equilíbrio de gênero, há menos mortalidade infantil, a corrupção é menos percebida e se vive com mais harmonia. Esse Congresso com 42 mulheres é uma desgraça de desequilíbrio", afirmou.
Durante a sabatina, a candidata defendeu o pagamento de salários e aposentadorias diferenciadas para magistrados.
Ela chegou a mostrar seus holerites como juíza e como deputada e criticou adversários. "Eu mostro minha casa para vocês [disse aos jornalistas] e desafio os outros candidatos para que também mostrem."
Mulheres e homens
Frossard, que é deputada federal, disse que o Congresso Nacional tem um "desequilíbrio de gêneros". "No Congresso é uma coisa horrorosa. São só 42 mulheres. Aquela mesa do Congresso é uma mesa de macho", afirmou, arrancando risos da platéia.
Ela afirmou que o equilíbrio entre os sexos tem reduzido taxas de mortalidade infantil e índices de corrupção em países desenvolvidos e que pretende adotar essa prática se assumir o Estado.
A candidata afirmou ser favorável à união entre pessoas do mesmo sexo e disse que os cidadãos devem ter o direito de escolher suas preferências sexuais.
Salários
Frossard disse considerar justo que salários de magistrados sejam mais robustos do que o restante da população, como forma de tentar impedir a corrupção. Segundo ela, o cidadão comum precisa ter a certeza de que o juiz não vai "se vender" e o salário diferenciado tem esse papel.
Durante a sabatina com os candidatos, Denise mostrou seu holerite de juíza inativa com valor bruto de pouco mais de R$ 21 mil e o de deputada federal com valor bruto de R$ 13 mil e fez acusações a seus adversários. "Desafio os outros candidatos para que também mostrem", afirmou a juíza.
Alianças
A candidata afirmou que não vê problemas com as alianças entre seu partido, o PPS, e o PFL e o PV.
Ela afirmou que 'o PFL tem a preocupação administrativa, o PPS, a social, e o PV, a ambiental. "É uma dona flor e seus dois maridos."
Segundo ela, as fronteiras entre esquerda e direita estão mais tênues desde a década de 80. "Essas tendências foram subtilizadas depois da queda do Muro de Berlim", disse.
Frossard se declarou como de centro-esquerda e não descartou que pudesse se filiar ao PFL, embora tenha rejeitado uma eventual ida para o PMDB ou o PT.
Alckmin x Lula
Embora tenha declarado voto em Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições presidenciais, Frossard fez elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela destacou a atuação de Lula na política macroeconômica e o também elogiou o ministro Patrus Ananias à frente da pasta de Desenvolvimento Social.
"Mas tem uma coisa horrorosa que é a compra de deputados. Os fins não justificam os meios."
Declaração polêmica
A candidata disse que foi mal-interpretada quando se referiu pelo parecer em um projeto de lei ligado a deficientes.
O parecer dizia "a deformidade física fere o senso estético do ser humano. A exposição em público de chagas e aleijões produz asco no espírito dos outros, uma rejeição natural ao que é disforme e repugnante, ainda que o suporte seja uma criatura humana."
"Esse foi um parecer. Não era eu que estava afirmando, mas escrevi como a sociedade via. Como as pessoas deficientes se sentiram agredidas, fui até elas explicar."
Segurança
Ao comentar a questão da segurança pública, Frossard lembrou de sua formação como juíza, que determinou a prisão da cúpula do jogo do bicho em 1993, e prometeu aparelhar as polícias militar e civil. Além disso, disse que vai diminuir a corrupção e manter as crianças em áreas de risco durante mais tempo na escola.
Ela rejeitou a proposta de utilizar o Exército para fornecer segurança no Estado. "Exército não é para patrulhar a rua. Vou recuperar a polícia porque hoje ela não existe", disse ela.
Frossard disse ser a favor da redução da maioridade penal para 16 anos para igualar a lei à legislação eleitoral, que permite que os jovens dessa idade votem, mas disse que esse tipo de ajuste tem de ser feito com parcimônia. "Tem que parar a fábrica de delinqüentes. Daqui a pouco vão dizer que tem que matar o feto."
São Paulo
O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) abrirá na próxima terça-feira (29) o ciclo de sabatinas da Folha com os principais candidatos ao governo de São Paulo. Na quarta-feira, dia 30, o entrevistado será o senador Aloizio Mercadante (PT). José Serra (PSDB), ex-prefeito da capital, no dia 31 (quinta), encerrará o ciclo com os candidatos em São Paulo.
As sabatinas serão realizadas no Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618, piso 2), das 15h às 17h. Os entrevistadores serão o secretário de Redação da Folha Vaguinaldo Marinheiro, o editor de Brasil, Fernando de Barros e Silva, e os colunistas da Folha Mônica Bergamo e Gilberto Dimenstein.
As inscrições em São Paulo estão abertas apenas para os assinantes do jornal e podem ser feitas pelo e-mail eventofolha@folhasp.com.br ou pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h (no dia da sabatina, serão aceitas inscrições por e-mail até as 12h). É preciso informar nome completo, RG, telefone e código de assinatura.
Na primeira semana de setembro, a Folha sabatinará os principais candidatos à Presidência da República. Heloísa Helena (PSOL) será sabatinada no dia 4/9, e Geraldo Alckmin (PSDB), no dia 5/9. O presidente Lula (PT) ainda não confirmou sua participação.
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