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03/10/2000 - 09h56

Tucanos devem declarar apoio a Marta

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da Folha de S.Paulo

A tendência do PSDB em São Paulo é declarar apoio à candidatura de Marta Suplicy (PT) no segundo turno. O diretório municipal tucano deverá definir posição até quinta-feira. A única certeza dos tucanos é que não apoiarão o candidato Paulo Maluf (PPB).

"Apoiar Maluf seria impossível. Quanto ao apoio à outra candidata (Marta), as decisões serão tomadas sob o aspecto político, e não eleitoral", disse o candidato derrotado Geraldo Alckmin (PSDB), que reassume às 8h30 de hoje o cargo de vice-governador, do qual estava licenciado.

A Folha apurou que Alckmin, apesar de não ser entusiasta da petista, é favorável à manifestação de voto nela. Ele, no entanto, não quer se antecipar a uma decisão partidária.

O coordenador da campanha tucana, Walter Feldman, tem uma postura mais explícita de apoio à petista. Mas ele também diz que vai esperar e respeitar uma decisão partidária.

"Temos que ajudar a salvar São Paulo. Os causadores da maior crise da história da cidade são as administrações Maluf e Pitta. E a neutralidade é uma hipótese, para mim, totalmente afastada", disse ele, que hoje diz se arrepender de ter sido contrário ao apoio do partido ao senador Eduardo Suplicy (PT) contra Maluf, em 1992, para a prefeitura paulistana.

A declaração de apoio dos tucanos ao PT enfrenta alguns obstáculos. Um deles é a disputa entre os dois partidos nas cidades de Campinas (a 99 km de São Paulo) e Mauá (região metropolitana de São Paulo), no segundo turno.

Em Campinas, o confronto é entre Toninho (PT) e Carlos Sampaio (PSDB).

Em Mauá, o tucano Leonel Damo tenta evitar a reeleição do petista Osvaldo Dias.

Sampaio e Damo telefonaram para dirigentes tucanos, preocupados com o uso eleitoral que petistas nas duas cidades poderiam fazer de uma eventual declaração de Alckmin favorável a Marta.

O PT, no entanto, continua confiante em receber o aval tucano em São Paulo. O marido de Marta, senador Eduardo Suplicy, foi encarregado ontem, pelo comando de campanha dela, de negociar o apoio dos partidos derrotados.

Suplicy deverá encontrar hoje, em Brasília, o ministro tucano José Serra (Saúde) para discutir o assunto.

Em 1998, foi Serra quem procurou Marta para pedir apoio ao governador Mário Covas (PSDB) no segundo turno, contra Paulo Maluf (PPB). À época, Marta declarou voto no tucano, mas não subiu no palanque dele, apesar de ter aparecido no horário eleitoral gratuito do governador tucano.

"Se eu tiver o apoio do Covas será um apoio contra o malufismo, como foi o meu apoio a ele", diz Marta, que espera ganhar de forma "avassaladora".

Resta também definir a forma como um eventual apoio do PSDB seria manifestado. É pouco provável a participação efetiva dos tucanos na campanha de Marta -haveria apenas recomendação de voto.

A cúpula petista descarta a possibilidade de haver discussão de programa de governo com os tucanos. Mas Marta espera contar com o apoio dos vereadores do PSDB na Câmara Municipal.

Marta chegou em primeiro lugar no primeiro turno, com 38,01% dos votos válidos. Maluf obteve 17,35% dos válidos, pouco à frente de Alckmin, que conseguiu 17,21%. Romeu Tuma (PFL) teve 11,42%, enquanto Luiza Erundina (PSB) ficou com 9,87% dos votos válidos.

Erundina

Em relação aos partidos que sustentam a candidatura de Luiza Erundina -PSB, PPS e PDT-, a situação é menos complicada. A participação desses partidos em um governo petista faz parte das negociações.

"Toda discussão que teremos com esses partidos passa, obviamente, pela composição do governo", disse Ricardo Berzoini, presidente do diretório municipal do PT.

Erundina telefonou ontem de manhã para o celular do senador Suplicy para marcar um encontro com ele, hoje, em Brasília.

No domingo, após reconhecer sua derrota, Erundina já declarou voto em Marta. Mas o PT quer mais: pretende que Erundina esteja no programa de TV de Marta.

"Luiza Erundina é uma pessoa muito importante na cidade, uma pessoa de extremo respeito. O engajamento dela vai fazer diferença sim", afirmou Marta.

Marta disse ontem que a existência do segundo turno deve fazer com que seu governo seja "mais amplo" e "mais forte".

Ontem, ela não poupou elogios a Erundina. "Quando ouvi falar que ela sentia que o carinho da população não tinha sido traduzido em votos, ela tinha razão. Senti isso em todo o meu percurso; a população de São Paulo tem um enorme respeito a ela."

Durante uma das inúmeras entrevistas que concedeu ontem, Marta falou aos gravadores como se discursasse aos eleitores: "Hoje é dia de dar um alô para o eleitor e a eleitora que estiveram comigo. Agradeço profundamente."

E continuou: "Eleitor ou eleitora que votou em outro candidato, agora é o momento de olhar as minhas propostas. Se abra, ouça as propostas, venha conosco e diga um não a Paulo Maluf, Pitta e a essa corrupção de oito anos."

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