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29/08/2006
-
17h47
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A pesquisa CNT/Sensus, divulgada hoje, jogou uma ducha de água fria na campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, segundo apurou a Folha Online. Em conversas reservadas, aliados do candidatos admitem que a campanha naufragou e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vencer a disputa no primeiro turno.
O cenário nebuloso para Alckmin instiga lideranças do PFL e PSDB a apontarem culpados para o mau desempenho do candidato na campanha. O principal alvo é a equipe responsável pelo programa político do tucano na TV e rádio que optou por programas propositivos, poupando o presidente Lula.
Há ainda quem considere que a postura de caciques do PSDB, como Tasso Jereissati (CE), José Serra (SP) e Aécio Neves também não ajudaram a melhorar o desempenho de Geraldo Alckmin.
Principalmente no PFL, a avaliação é que Alckmin foi cristianizado, ou seja, ficou isolado no próprio partido. Tasso ficou desmoralizado porque não conseguiu enquadrar o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), que apóia o presidente Lula; Serra e Aécio estariam preocupados em se fortalecer para 2010.
Até mesmo o vice do tucano, senador José Jorge (PE), é apontado por alguns como culpado. Ele não teria demonstrado força na região Nordeste para rivalizar com Lula. A região é o principal reduto eleitoral do petista.
Crise
Depois de divulgados os números da CNT/Sensus, um dirigente do PFL comentou que é preciso encarar a realidade e aceitar que a campanha de Alckmin acabou. A pesquisa revelou que se a eleição fosse hoje, o presidente Lula teria 62,3% dos votos válidos, enquanto que Alckmin alcançaria 23,8% e seria derrotado no primeiro turno.
Apesar de o clima nos bastidores seja de desânimo, oficialmente os aliados tentam demonstrar sobrevida, embora cobrem mudanças. "Já tivemos surpresa em outras eleições, não há porque abandonar a luta, ainda temos um mês. Quem sabe se mudarmos a estratégia, discurso e a postura a campanha empolgue", avaliou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), também engrossa o coro para que a campanha de Alckmin na TV parta para o ataque. Seria a última tentativa de reverter o favoritismo do presidente.
"A apresentação do candidato foi feita e era necessária. Agora, é a nova fase, de proposições e críticas", disse. "Numa disputa eleitoral, não estar na frente é sempre desfavorável, mas pode-se inverter a situação de acordo com a estrutura da campanha."
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que a "luz amarela" está permanentemente acesa na campanha de Alckmin, mas ressaltou que o clima de "já ganhou" que tomou conta da campanha de Lula à reeleição pode desfavorecer o petista. "Eles vão se descuidar bastante", apostou. É nessa brecha que Bornhausen disse acreditar que Alckmin poderá se recuperar.
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A pesquisa CNT/Sensus, divulgada hoje, jogou uma ducha de água fria na campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, segundo apurou a Folha Online. Em conversas reservadas, aliados do candidatos admitem que a campanha naufragou e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vencer a disputa no primeiro turno.
O cenário nebuloso para Alckmin instiga lideranças do PFL e PSDB a apontarem culpados para o mau desempenho do candidato na campanha. O principal alvo é a equipe responsável pelo programa político do tucano na TV e rádio que optou por programas propositivos, poupando o presidente Lula.
Há ainda quem considere que a postura de caciques do PSDB, como Tasso Jereissati (CE), José Serra (SP) e Aécio Neves também não ajudaram a melhorar o desempenho de Geraldo Alckmin.
Principalmente no PFL, a avaliação é que Alckmin foi cristianizado, ou seja, ficou isolado no próprio partido. Tasso ficou desmoralizado porque não conseguiu enquadrar o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), que apóia o presidente Lula; Serra e Aécio estariam preocupados em se fortalecer para 2010.
Até mesmo o vice do tucano, senador José Jorge (PE), é apontado por alguns como culpado. Ele não teria demonstrado força na região Nordeste para rivalizar com Lula. A região é o principal reduto eleitoral do petista.
Crise
Depois de divulgados os números da CNT/Sensus, um dirigente do PFL comentou que é preciso encarar a realidade e aceitar que a campanha de Alckmin acabou. A pesquisa revelou que se a eleição fosse hoje, o presidente Lula teria 62,3% dos votos válidos, enquanto que Alckmin alcançaria 23,8% e seria derrotado no primeiro turno.
Apesar de o clima nos bastidores seja de desânimo, oficialmente os aliados tentam demonstrar sobrevida, embora cobrem mudanças. "Já tivemos surpresa em outras eleições, não há porque abandonar a luta, ainda temos um mês. Quem sabe se mudarmos a estratégia, discurso e a postura a campanha empolgue", avaliou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), também engrossa o coro para que a campanha de Alckmin na TV parta para o ataque. Seria a última tentativa de reverter o favoritismo do presidente.
"A apresentação do candidato foi feita e era necessária. Agora, é a nova fase, de proposições e críticas", disse. "Numa disputa eleitoral, não estar na frente é sempre desfavorável, mas pode-se inverter a situação de acordo com a estrutura da campanha."
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que a "luz amarela" está permanentemente acesa na campanha de Alckmin, mas ressaltou que o clima de "já ganhou" que tomou conta da campanha de Lula à reeleição pode desfavorecer o petista. "Eles vão se descuidar bastante", apostou. É nessa brecha que Bornhausen disse acreditar que Alckmin poderá se recuperar.
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