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30/08/2006 - 09h37

Tucanos vão atacar Lula e falar de corrupção

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CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo

O tucano Geraldo Alckmin transformou ontem um almoço com seus apoiadores, em São Paulo, no início de uma nova fase na sua campanha a presidente, na qual os ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no campo da ética serão mais diretos e contundentes.

Presente ao evento, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu o tom de como deverá ser a nova estratégia de PSDB e PFL: "É preciso despertar a indignação [com as denúncias de corrupção contra o governo], é fogo no palheiro".

O encontro, no Jockey Club (zona sul), foi também uma resposta do PSDB ao ator Paulo Betti, apoiador da reeleição de Lula, para quem é "difícil fazer política sem sujar as mãos".

Quase todos os discursos citaram a expressão "mãos limpas" em referência a Alckmin e fizeram alusões ao mensalão. Em sua fala, que encerrou o evento, o candidato afirmou: "Jesus expulsou os vendilhões do templo. Nós vamos expulsar esses vendilhões da pátria".

Cumprimentado por participantes do encontro pela ênfase de seu discurso, FHC justificou: "Tem que bater. Tem que bater. Se não, o pessoal não sente energia". "É isso aí", disse, comentando à Folha: "O povo quer mais sangue, né?".

Os tucanos enxergam na afirmação feita por Lula anteontem à noite, em reunião com intelectuais, um nova brecha para desgastá-lo. O petista disse que "esse é o jogo real da política, que precisou ser feito".

"A política não pode ser um clube de má-fama", respondeu Alckmin. Um dos discursos mais inflamados pela "dignidade" foi feito pela publicitária Christina Carvalho Pinto, presidente da agência Full Jazz. O Tribunal de Contas do Estado, no entanto, considerou "irregularidade grave" o pagamento pela Nossa Caixa, banco do governo paulista, na gestão Alckmin por serviços prestados pela agência dela sem contrato.

Na platéia, formada por 528 pessoas que pagaram R$ 1.000 cada, estavam esportistas, artistas e empresários como José Roberto Ermírio de Moraes (grupo Votorantim), Mário Amato e Horácio Lafer Piva (ex-presidentes da Fiesp), Paulo Satubal (Duratex) e Fábio Barbosa (banco Real).

O evento foi o primeiro ato de uma estratégia que tem como objetivo "constranger" o eleitor de Lula, já que seu governo foi alvo de três CPIs.

FHC evocou o personagem Macunaíma para comparar Alckmin com Lula. Após ter dito que o tucano "tem caráter", completou: "Não é preciso ser macunaímico para dizer que é popular". Em "Macunaíma - O Herói Sem Nenhum Caráter", Mário de Andrade criou um anti-herói que muda de opinião conforme a circunstância.

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