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03/09/2006 - 11h41

Depois de derrota e greve de fome, Garotinho dirige seus esforços para Pudim

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MÁRIO MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Quatro anos depois de sair da eleição presidencial com o patrimônio de 15 milhões de votos (18% dos válidos), o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, 46, virou uma caricatura do político promissor de outrora.

Enfurnou-se no interior do Rio e na Baixada Fluminense com uma ambição quase provinciana, se comparada às que já viveu: fazer de um amigo de Campos (a 280 km do Rio), Geraldo Pudim, o deputado federal mais votado no Estado.

Em vez de disputar com antagonistas como Lula, José Serra e Ciro Gomes (em 2002) ou Renan Calheiros e José Sarney (na tentativa fracassada de se lançar pelo PMDB à Presidência neste ano), Garotinho concorre com outros candidatos à Câmara para conquistar o apoio de prefeitos e vereadores à campanha de Pudim.

Peita velhos aliados, atropela dobradinhas (candidatos à Assembléia trocam alianças pelo acordo com Pudim) e irrita a bancada federal do partido.

Embora presidente estadual do PMDB e marido da governadora Rosinha, não pede na televisão votos à legenda e sua chapa de candidatos, apenas para Pudim.

Circunspecto, Garotinho afirma: "Estou com o coração triste. Os poderosos impediram a minha candidatura. Peço seu voto para o meu deputado federal, Pudim".

A TV e os palanques distantes da capital exibem Garotinho bem mais rechonchudo que no final da greve de fome de 11 dias que fez no primeiro semestre. À época, pesou 84 kg. Agora, tem de 95 kg a 97 kg, conforme seu médico e vereador em Campos, o cardiologista Abdu Neme. Pessoas próximas contam que, ansioso, Garotinho se torna um glutão. Seu apetite chamou a atenção há semanas, na festa de aniversário da filha Clarissa, no Palácio Laranjeiras (residência oficial da governadora).

Isolamento

"Dizer para vocês que estou alegre não é verdade", disse Garotinho ao apresentar Pudim à Juventude do PMDB do Rio em julho. A tristeza virou referência recorrente. Em Rio Claro (RJ), lamentou: "Estou triste porque gostaria de estar aqui como candidato a presidente".

Garotinho tentou em 2004 e 2006 (eleição extraordinária) eleger Pudim para a prefeitura. Fracassou nos dois pleitos. Agora, se afastou de fiéis correligionários a fim de obter uma votação de pelo menos 300 mil votos para o seu favorito.

Na região dos Lagos, o ex-governador tirou apoios do deputado Bernardo Ariston. Em Nova Iguaçu, de Nélson Bornier. Eduardo Cunha virou concorrente de Pudim. Eles são candidatos à reeleição pelo PMDB.

Peemedebistas de peso não se dispõem a criticar publicamente o ex-governador. O temor de ruptura com os atuais governantes do Estado pesa, mas todos destacam um fato pouco percebido fora do Rio: os Garotinho se mantêm influentes.

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