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06/09/2006
-
20h38
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O investigador de polícia do Paraná preso sob a acusação de comandar uma quadrilha que fazia escutas telefônicas ilegais, Délcio Augusto Rasera, trabalhou na assessoria do governador licenciado Roberto Requião (PMDB) durante o período em que esteva à disposição da Casa Civil do governo paranaense.
A proximidade com Requião também garantiu ao policial que o governador cuidasse pessoalmente do arquivamento de quatro processos disciplinares a que Rasera respondia na Polícia Civil.
O policial foi preso ontem em uma operação da PIC (Promotoria de Investigações Criminais) do Ministério Público do Paraná. A operação também prendeu outras seis pessoas, quatro delas acusadas de realizar escutas telefônicas clandestinas, e duas suspeitas de contratar o serviço de arapongagem do grupo.
Numa pesquisa no arquivo geral da administração do governo paranaense, por meio do site de serviços, a Folha teve acesso a um despacho do secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, de 28 de dezembro de 2005, em que cede Rasera "para prestar serviços à assessoria especial da Governadoria", durante o ano de 2006.
No "Diário Oficial" do Paraná de 7 de outubro de 2005, o Conselho da Polícia Civil do Estado informa que o governador Requião orientou pessoalmente o arquivamento de quatro processos disciplinares contra Rasera.
A deliberação nº 854/2005, assinada pelo presidente do Conselho, o delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, diz que "por determinação do sr. governador" todos os processos administrativos e sindicâncias em que figure como parte do investigador Rasera devem ser enviados à análise da Casa Civil.
A mesma resolução informa mais adiante que "por decisão do excelentíssimo governador do Estado", a unanimidade dos conselheiros da PC absolveu Rasera de todos os processos relacionados e determinou o arquivamento dos casos.
Em nota oficial assinada eontem pelo chefe da Casa Civil do governo, Rafael Iatauro, o governo do Paraná disse ser "falsa" a informação de que o policial era assessor do governador. Admitiu apenas que ele exerceu "função administrativa", sem definir papel.
O inquérito coordenado pela PIC corre em segredo de Justiça. Uma dos alvos de grampo foi uma procuradora de Justiça.
Em nova nota no começo da noite de hoje, o governo do Paraná diz que os quatro procedimentos administrativos contra Rasera foram analisados pela Coordenadoria Técnico-Jurídica da Casa Civil e que foi ela, e não o governador, quem definiu o arquivamento "por falta de elementos que pudessem subsidiar a punição do investigador".
A nota também informa que um delegado especial da Corregedoria da Polícia Civil ajudou na prisão de Rasera e acompanha a investigação.
A Folha não conseguiu contato hoje com o filho de Rasera, o tenente da Polícia Militar Luciano Rasera, nem conseguiu saber quem é o advogado contratado para defender o policial.
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Diário Oficial revela que Requião arquivou processos de policial acusado de grampo
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da Agência Folha, em Curitiba
O investigador de polícia do Paraná preso sob a acusação de comandar uma quadrilha que fazia escutas telefônicas ilegais, Délcio Augusto Rasera, trabalhou na assessoria do governador licenciado Roberto Requião (PMDB) durante o período em que esteva à disposição da Casa Civil do governo paranaense.
A proximidade com Requião também garantiu ao policial que o governador cuidasse pessoalmente do arquivamento de quatro processos disciplinares a que Rasera respondia na Polícia Civil.
O policial foi preso ontem em uma operação da PIC (Promotoria de Investigações Criminais) do Ministério Público do Paraná. A operação também prendeu outras seis pessoas, quatro delas acusadas de realizar escutas telefônicas clandestinas, e duas suspeitas de contratar o serviço de arapongagem do grupo.
Numa pesquisa no arquivo geral da administração do governo paranaense, por meio do site de serviços, a Folha teve acesso a um despacho do secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, de 28 de dezembro de 2005, em que cede Rasera "para prestar serviços à assessoria especial da Governadoria", durante o ano de 2006.
No "Diário Oficial" do Paraná de 7 de outubro de 2005, o Conselho da Polícia Civil do Estado informa que o governador Requião orientou pessoalmente o arquivamento de quatro processos disciplinares contra Rasera.
A deliberação nº 854/2005, assinada pelo presidente do Conselho, o delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, diz que "por determinação do sr. governador" todos os processos administrativos e sindicâncias em que figure como parte do investigador Rasera devem ser enviados à análise da Casa Civil.
A mesma resolução informa mais adiante que "por decisão do excelentíssimo governador do Estado", a unanimidade dos conselheiros da PC absolveu Rasera de todos os processos relacionados e determinou o arquivamento dos casos.
Em nota oficial assinada eontem pelo chefe da Casa Civil do governo, Rafael Iatauro, o governo do Paraná disse ser "falsa" a informação de que o policial era assessor do governador. Admitiu apenas que ele exerceu "função administrativa", sem definir papel.
O inquérito coordenado pela PIC corre em segredo de Justiça. Uma dos alvos de grampo foi uma procuradora de Justiça.
Em nova nota no começo da noite de hoje, o governo do Paraná diz que os quatro procedimentos administrativos contra Rasera foram analisados pela Coordenadoria Técnico-Jurídica da Casa Civil e que foi ela, e não o governador, quem definiu o arquivamento "por falta de elementos que pudessem subsidiar a punição do investigador".
A nota também informa que um delegado especial da Corregedoria da Polícia Civil ajudou na prisão de Rasera e acompanha a investigação.
A Folha não conseguiu contato hoje com o filho de Rasera, o tenente da Polícia Militar Luciano Rasera, nem conseguiu saber quem é o advogado contratado para defender o policial.
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